Wednesday, December 27, 2006

Manhã. Imagens de Los Angeles, até chegar à região de Wilshire. Ao som de “7 Minutes In Heaven - Fall Out Boy”.




Memorial Hospital.
Margaux está com Trevor num dos corredores do hospital; ele lhe entregando um copo com café quente.
“Não adianta Margaux, não tem a mínima chance de eu ficar na mesma casa que aquele delinqüente”.
“Pelo amor de Deus, Trevor, Joe está paraplégico! Não consegue ter um pingo de pena?”
“Pena?” Diz colocando a mão na testa e dando uma pausa. “Pena eu tenho é de mim, que fiquei em coma naquela mesma cama por dias, podendo ter morrido! Será que você não consegue ver a gravidade da situação?” Ele começa a fazer cena, deixando seus olhos lacrimejarem.
“Ah, meu querido, claro que eu entendo seus temores. Mas foi como Joe explicou, ele estava fora de si, muito drogado, sem saber o que fazer”.
“Matar-me! Claro que ele sabia qual era seu objetivo! Desculpe Margaux, mas ainda não desisti da idéia de entregá-lo a polícia”.
Ela suspira, sem ter muito como argumentar, os dois seguem até entrar no quarto onde Joe está agora. Assim que entram, ele percebe, fecha os olhos e finge dormir.
“Olhe para ele, Trevor. Um inválido! Você acha que oferece algum perigo? Por favor, poupe-me de seu ciúme infundado. Estarei levando-o para a mansão, já está decidido. Espero que vocês dois consigam portassem como adultos e resolverem suas diferenças”.
Após os dois deixarem o quarto, Joe abre os olhos, e sorrindo faz cara de vencedor.


Saguão do Aeroporto de LA.
Caroline empurrando seu carrinho cheio de bagagem, segue para a saída, ao lado de Rachel Dennis.
“Enquanto você quiser, ninguém da sua família saberá de sua presença aqui em Los Angeles. Não se preocupe que estou cuidando disso pessoalmente”.
“Meu único interesse por aqui é toda a grana que me pertence. Estou cagando para laços familiares”.
“Você está ciente do casamento de sua irmã?”
“Angela se casando? Isso eu duvido muito. Quem é o idiota do noivo agora?”
“Não subestime sua irmã, parece que dessa vez é pra valer”.
Caroline dá um sorriso sarcástico: “Até aquela pateta, idiota ser deixada no altar novamente. Carrie Fairchild ainda não colocou as garras no noivinho?”
“Minha cara, realmente preciso te colocar a par dos últimos acontecimentos de Los Angeles...”


Revista Today.
Peter adentra abruptamente a sala de Howard, seguido pelo secretário Crane, que tenta impedi-lo.
“Mas o que está acontecendo aqui?” Pergunta Howard.
“Sr. Stern, sua funcionária Charlie Townson está desaparecida há dois dias! Mas o que é essa revista? Uma fábrica de desaparecimentos de funcionárias, ou vocês as mandam para a Arábia pelo mercado negro de escravas brancas?”
Howard levanta-se da cadeira, e faz sinal para que Crane feche a porta. Peter aproxima-se dando um murro na mesa: “Pode ir tirando esse seu sorrisinho cínico do rosto, Sr. Stern, por que se Charlie não aparecer em vinte e quatro horas, dessa revista não sobrará nem lembranças. Dois desaparecimentos em tão pouco tempo; isso nem o melhor advogado do país irá conseguir abafar”.
Ele vira-se sem mesmo deixar Howard soltar uma palavra de defesa, empurra Crane, que cai sentado no chão, e sai da sala batendo a porta com toda sua força possível. Crane olha assustado para o patrão, enquanto levanta-se e se recompõe ajeitando o terno e a gravata. Howard apenas o manda sair. Após alguns minutos, sentado em sua mesa, ele lembra de todo o seu golpe dado em cima de Jonathan Remington, com a participação de Charlie; e que seu desaparecimento pode ser conseqüência disso. Interfona para Natasha e a manda contactar Jonathan o mais rápido possível.


Beverly Hills. Takes de Rodeo Drive. Ao som de “Beautiful - Patrick Nuo”.


Angela está em uma loja, experimentando seu vestido de noiva. Três estilistas estão à sua volta a paparicando, não cansando de soltar elogios. Cansada de tudo isso ela desce do pequeno pedestal e começa a tirar o vestido: “Já está ótimo! Não quero mais retoques, bainhas ou pérolas”.
Os efeminados homens se afastam, enquanto ela se ajeita para dar o fora o mais rápido possível do lugar. Pega seu celular e tenta uma ligação para Griffin, sem sucesso. Quando está acertando sobre o pagamento, alguém chama sua atenção do lado de fora da loja, pela vitrine. Ela não acredita ao ver Troy batendo no vidro a chamando. Ela termina o pagamento, resolve tudo, e ao sair da loja, finge não tê-lo visto, seguindo para o lado contrário. Ele corre e a toca no ombro: “Veja só a peça que o destino está nos pregando! Eu te encontrando duas vezes seguidas em poucos dias”.
“Engraçado, Troy Sundance, que isso está acontecendo exatamente pouco antes de meu casamento”.
“Como seus olhos brilham quando está furiosa!”
Angela dá uma bofetada em seu rosto: “Você não tem o direito de me fazer um elogio sequer!” E dá as costas a ele, continuando o caminho até o estacionamento de seu carro. Troy não desiste e coloca-se ao seu lado, seguindo seus passos.
“Se não me deixar em paz, posso chamar a polícia agora mesmo e dar queixa” diz ela tirando seus óculos escuros.
“Não preferiria minha companhia para o almoço?”
Ela pára, pega o celular na bolsa e tecla 911. Ele sorri: “Sei sair quando estou sendo inconveniente”.
“Você sempre será inconveniente”.
Troy aproxima-se, suspira perto de sua orelha e a beija na nuca. Ela não consegue o repelir, gostando da ação, mas não demonstrando. Ele se despede e sai, atravessando a rua. Ela continua parada ali por uns instantes, completamente desarmada, não acreditando no que acabou de acontecer.

Golden Goose Spa. Santa Barbara.
Com muita dificuldade, Charlie está fora da banheira, nua, apoiando-se nas paredes. Agora seus pontos estão completamente visíveis. Ela ainda está grogue por causa dos resquícios da anestesia geral dada antes da operação. Consegue ver agora o estrago feito em seu corpo, através do espelho. Entra em desespero, passando a mão pelo local dos pontos. Cai sentada no ladrilho frio do banheiro. Chora. Depois de um tempo ali parada, novamente escora-se nas paredes e se levanta. Vai até a porta com dificuldade. Está tonta, com sensação de o lugar estar girando. Pega na maçaneta, fecha os olhos buscando por equilíbrio e consegue abrir a porta. Sai em um imenso corredor. Consegue apenas notar o alvo chão de mármore e uma perspectiva falsa da imensidão do local. Segue apoiando-se numa das paredes. Olha por uma das janelas e tem um pequeno reconforto ao ver o sol brilhando, denotando ser dia. Sente dor em seu corpo. Passa a mãos nos cabelos molhados, que caem em seus olhos, jogando as mechas para trás. Ouve vozes ao fundo. Assustada, pára e grita por socorro. Logo três enfermeiras aparecem e começam a apoiá-la.
Sai apenas uma voz fraca de sua boca: “Ajudem-me, por favor!”
“Você não deveria estar aqui fora, menina” diz uma das moças “acalme-se que tudo vai acabar bem”.
Uma delas pega uma seringa, testa, e aplica numa das veias do braço de Charlie.
“Bons sonhos, meu anjo”.

Flat de Rachel.
Caroline está sentada no sofá, enquanto Rachel serve uísque em dois copos.
“O meu sem gelo, por favor”.
“Hum, temos aqui então uma garota forte e decidida!”
“Tenho certeza que o retrato passado por minha mamãezinha querida e minha família é de uma garotinha inocente e frágil”.
“Pra dizer a verdade, nunca falam muito sobre você. Não sabia de sua existência até chegar a minhas mãos documentos comprovando bens em seu nome”.
“Novidade... De longe nunca consegui esbarrar no lugar que a Angela e o veadinho do meu irmão conseguiram dentro daquela casa. Logo, então, decidiram me mandar para bem longe”.
“Pobre garota rica” debocha Rachel.
Caroline levanta-se, não ligando para o deboche: “Por isso estou aqui; para tomar deles tudo o que tenho direito”.
“Conte comigo, minha querida, conte comigo” e as duas brindam batendo os copos.
São interrompidas pela campainha. Rachel vai até a porta e abre.
“Já não era sem tempo. Está atrasado!”
“Não sou apenas seu escravinho, Rachel. Preciso trabalhar para viver”. Diz Griffin entrando no lugar, mesmo sem ser convidado.
“Logo, logo não precisará mais trabalhar, futuro Remington”.
Ao ouvir isso, Caroline que está perto da janela, vira-se curiosa.
“Caroline, apresento-lhe Griffin, seu futuro cunhadinho”.
Griffin fica surpreso, e Caroline o fita de cima a baixo, gostando muito do que vê, principalmente as curvas de seu corpo, nítidas no apertado jeans. Ela sorri maliciosamente.


Hall da revista Today.


Margaux entra apressada e cumprimenta Natasha que logo a segue.
“Sra. Remington. Teria um minuto para conversarmos?”
“Desculpe-me Natasha, mas só vim buscar algumas coisas, estou com pressa; Joe está no hospital nesse momento, e estou voltando para lá”.
“Algo grave?”
“Não mais, mas obrigada por sua preocupação”.
As duas entram na sala de Margaux.
“Se quiser sou toda ouvidos enquanto pego minhas coisas”.
“Não sei se deveria estar lhe contando isso, senhora, mas não acho muito certo esse tipo de coisa num ambiente de trabalho e...”
“Desembuche logo ou me deixe sozinha. Não estou com cabeça para ética profissional no momento”.
“Sem querer, ouvi uma conversa da Sra. Dennis com a Tessie”.
Ao ouvir o nome das duas, Margaux pára o que está fazendo e começa a prestar total atenção à secretária.
“Elas estão tramando algo contra a senhora. Não sei exatamente o que ou quando, mas tudo tem a ver com o nome de uma tal Caroline. Isso lhe diz algo?”
Margaux pensa por uns instantes, conseguindo só agora montar todo o quebra-cabeça que estava faltando peças.
“Isso me diz tudo Natasha! Sua informação foi muito, muito valiosa. Não fique preocupada que você fez a coisa mais certa possível; e ainda será recompensada por isso”.
A secretária sorri, sentindo-se aliviada.
“Agora me deixe sozinha, preciso pensar um pouco”.
Natasha sai da sala e flashbacks vêem a mente de Margaux: Ela percebendo seus arquivos trancados terem sidos roubados; Rachel várias vezes cheia de ironias sem um motivo aparente; e Angela perguntando sobre notícias de Caroline.
“Tudo faz sentido agora! Rachel sua piranhazinha ladra” pára e pensa um pouco “preciso interferir antes que seja tarde” corre e senta-se em sua mesa, pega o telefone e diz para Natasha que precisa fazer uma ligação para Zurique imediatamente.


Imagens da mansão Remington ao som de “In This World - Moby” até chegar à piscina, onde Trevor está dando braçadas.




Ele continua nadando por um bom tempo, apenas com uma pequena sunga preta, indo de uma borda à outra.
A música continua.
Nicholas se aproxima e fica deleitando-se com os bem torneados músculos em movimento do modelo. Logo Trevor percebe sua presença e nada até a borda onde Nick está.
“Não quer se juntar a mim?”
Nicholas sorri dizendo estar saindo para o trabalho.
“Tire essa gravata e esse terno caro e divirta-se um pouco. Chegar atrasado no trabalho um dia fará alguma diferença?”
Nicholas sente-se tentado, mas diz que não com a cabeça. Trevor tira sua sunga e joga para ele, que fica segurando-a fortemente com a mão. Trevor o puxa pelas pernas e o derruba dentro da piscina. Depois do susto, os dois aproximam-se: “Eu disse que quero você aqui comigo. E aqui comigo você vai ficar!”
Nicholas fica sem palavras, apenas gostando muito do que está ouvindo, e completamente excitado, apenas com as pernas de Trevor esbarrando nas suas. Trevor olha fixamente dentro de seus olhos.
Ele treme. O modelo aproxima-se mais e toca seus lábios com os dedos. Os dois encostam seus lábios e se agarram num demorado beijo. Por um momento Nick se sente nos céus, esquecendo completamente de tudo ao seu redor. São interrompidos por Angela: “Ora, ora, ora. Pederastia, falta de respeito, traição... tudo ao mesmo tempo? Maninho, você está se superando!”
“Não é o que você está pensando, Angela”. Diz Trevor saindo da piscina.
“É exatamente o que estou vendo! E por favor, poupe-me de sua excitação pelo meu irmão. É nojento!” Diz ela apontando seu pênis ereto.
Trevor enrola-se numa toalha branca, enquanto Angela se distancia. Ele olha para Nicholas perguntando “E agora” apenas com os olhos. Nick apenas levanta os ombros, despreocupado.
Corta a cena para dentro da mansão.
Angela está na sala, preparando-se para sair, quando entra Nicholas com seu terno completamente encharcado.
“Você não tem noção do que está fazendo! Sua doença está fora de controle. Então foi pra esse flagrazinho ridículo que você me pediu para encontrá-lo na piscina. Não seja idiota Nicholas! Você acha que esse modelozinho Q.I. zero vai sentir-se ameaçado, agora que eu o peguei traindo Margaux? Você já pensou em coisas bem mais inteligentes”.
“Só espero que você conte tudo a Margaux” diz ele.
“Vai contando com isso...”


Estúdio do filme pornô “Dawnie Bunny Does LA”.


Beacon está dando umas últimas instruções para Dawnie e os dois atores que irão contracenar com ela na cena que será filmada em seguida. Os três estão muito interessados e atentos, enquanto ela é maquiada e um dos dois caras é chupado pelo profissional responsável a excitar os atores no set, antes das cenas. No meio das explicações o celular de Beacon toca e ele pede um minuto para atender a ligação, afastando-se para o outro lado do estúdio.
“Desculpe-me, não tive tempo de agradecer por ter me ajudado a encontrar uma atriz tão talentosa e linda!” Diz ele completamente agradável com a pessoa do outro lado da linha.
“Certamente ela é. Mas e sobre sua tentadora estratégia de marketing?”
“Tudo correndo como o desejado. Temos apenas mais uma ou duas semanas de filmagens, e depois disso serei o diretor pornô mais famoso do país”.
Corta a cena para o escritório de Mimi, com ela sentada à sua mesa:
“Isso não me interessa. Eu só a quero morta!”


Golden Goose Spa - Santa Barbara.
Charlie está deitada na mesa de operações mais uma vez. Um pouco dopada, mas consciente. Dois enfermeiros estão preparando tudo a sua volta para o início de mais uma intervenção cirúrgica. Um dos enfermeiros a coloca para respirar o vapor anestésico, fazendo-a perder os sentidos pouco a pouco. Antes de dormir completamente, ela ainda consegue ver Jonathan e os dois cirurgiões entrarem na sala conversando, e consegue discernir uma última frase vinda da boca de Jonathan: “Primeiro retire o coração dessa filha da puta...”
E ela apaga completamente.

Anoitece em Los Angeles ao som de “I Can't Take My Eye - Melanie Doane”.


Wilshire Memorial Hospital.
Margaux está terminando de conversar com o médico de Joe, na presença dele.
“Então ele pode ir pra casa doutor?”
“Sim, Sra. Remington. Um ambiente familiar é sempre muito mais propício a melhoras nesses casos”.
Ela abraça o jovem, que sorri: “Amanhã cedinho estarei aqui para levá-lo comigo”.
O médico intervém: “Mas por favor, as sessões diárias de fisioterapia são estritamente necessárias”.
“Sem dúvidas, doutor. Se ele sonhar em não querer aparecer por aqui, levará umas boas palmadas”.
Assim que o médico deixa o quarto, ela aproxima-se da cama e acaricia o cabelo de Joe. Ele a pega na cintura com os braços e a puxa, dando-lhe um beijo na boca. De início ela tenta resistir, mas logo cede, acabando em cima dele na cama.

Today. Sala de Howard.
Redação já vazia, Crane se despede do patrão, deixando-o sozinho na revista. Howard está sem saber o que fazer após tentar o dia inteiro contato com Jonathan sem conseguir. Levanta-se e vai até a sala de Charlie, senta-se na mesa dela e começa a remexer papéis. Abre a agenda, vira folhas e acaba encontrando um número de celular com o nome de Jonathan embaixo, desconhecido por ele até então. Logo pega o telefone e liga.
Corta a cena para a sala de operações em Santa Barbara.
Os médicos já estão com suas máscaras, demarcando o local dos cortes na pele de Charlie.
Jonathan, como na operação anterior, está sentado no canto da sala. Compenetrado, ele leva um susto quando seu celular toca. Vê que a chamada vem da Today, resolve atender e sai da sala.
“Jonathan Remington! Como é difícil encontrar um homem de negócios, não é mesmo?”
Jonathan logo reconhece a voz de Howard: “Não tenho tempo para suas ironias, seu filho da mãe”.
“Mas precisa me ouvir, ou estaremos os dois fodidos”.
“Foder você? Com todo o prazer do mundo! O que preciso fazer para isso?”
“Não sei o que você fez com Charlie Townson, mas se a matou, você acabou de enterrar a Today com ela”.
Jonathan não consegue captar o que ele está tentando dizer.
“Não seja idiota, Jonathan. A Today já estava ameaçada com a morte de Carrie Fairchild; e agora com o sumiço de outra funcionária, não tenho como me safar dos abutres. Eu não terei mais e você nunca conseguirá ter a empresa de novo, se tem esperanças de isso acontecer um dia”.
Jonathan fica mudo tendo que concordar com seu inimigo.
“Jonathan, tenho um acordo para lhe propor. Jonathan, Charlie ainda está viva?”
Ele olha pelo vidro redondo da porta da sala de operação, vendo-a deitada, e um dos médicos com um bisturi nas mãos.


Região de Bel-Air.
Griffin está deixando Caroline em seu hotel.
“Pronto. Está entregue sã e salva, Srta. Remington”.
“Fique sabendo que não preciso de um guarda-costas; não notou que sou bem crescidinha?” Diz ela abrindo mais seu decote.
Griffin sente-se constrangido e vira o rosto, fixando o olhar para fora do carro.
“Sinceramente, não sei o que você viu naquela frígida da minha irmã”.
“Eu amo sua irmã”.
“Também a amo muito. Mas primeiro amamos o dinheiro dos Remingtons, não estou certa?”
“Não quero estar dentro de suas armações contra sua família; apenas estou aqui porque fui obrigado”.
“Eu com as minhas armações, você com a sua. Coitados! Eu não gostaria de ser um Remington no momento. Ops, acho que isso não dá para escapar”.
Griffin fica mudo não dando mais atenção a ela.
“Quer saber? Assim mesmo vou adorar ser sua cunhadinha” diz ela levando a mão até o jeans dele e acariciando seu membro. Ele gosta, mas se esquiva, retirando a mão de seu colo. Caroline joga um beijo de longe e sai do carro. Ele arranca com o carro, cantando pneus.


Golden Goose Spa. Sala de operações.
Um dos médicos está prestes a fazer a segunda incisão no peito de Charlie, quando Jonathan entra:
“Parem tudo! Essa operação não pode continuar!”
Os médicos se entreolham e afastam-se da mesa cirúrgica. Jonathan se aproxima.
“Como estão os sinais vitais dela?”
“Estabilizados, Sr. Remington”.
“Costurem tudo, limpem o lugar, terminamos por aqui”.

West Hollywood. Apartamento de Brian.


Griffin chega, abre a porta e encontra Brian vendo TV, estatelado no sofá. Griffin o cumprimenta sem resposta. Vai até a cozinha, abre a geladeira, pega uma lata de cerveja, abre e bebe um gole. Volta pra sala. Senta-se ao lado de Brian, pegando seus pés e colocando em cima de seu colo, para ele poder caber no sofá também. O único som do lugar ainda é o do episódio de Nip/Tuck vindo da TV.
Câmera corta para o Apartamento de Romeo.
Assistindo ao mesmo episódio do seriado na TV, ele está apenas de cueca, também com uma lata de cerveja na mão, nitidamente alto pelo álcool. Ele amassa a lata, após perceber que já está vazia. Levanta-se, joga-a longe e vai até a cozinha. Abre a geladeira. Percebendo não ter mais latas de cerveja, bate a porta com força e volta pra sala. Pega uma velha fita VHS na estante e coloca no aparelho de vídeo. A famosa cena de Dawnie vestida de enfermeira aparece na TV, onde ela transa com dois atores vestidos de branco com estetoscópios pendurados no pescoço. Romeo começa a tocar seu membro por cima da cueca branca, começando uma masturbação. Após um tempo, com a cena em seu clímax, Romeo já suado, tocando-se, chega ao orgasmo, com lágrimas escorrendo de seus olhos.


Píer de Santa Mônica.
Peter andando cabisbaixo pelo lugar, cruzando com pessoas e relembrando momentos junto de Charlie.
Ao fundo toca a música “Endless Love - Jeanette Biedermann”.
Seu celular toca. Rapidamente o pega, pensando ser alguma notícia de Charlie. Vê que é chamada de sua mãe. Resolve não atender. Continua relembrando cenas: O primeiro encontro dos dois na revista Today; os dois na praça em Cleveland; depois juntos em Nova York. É interrompido novamente pelo toque do celular. Pega o aparelho e ameaça jogá-lo ao mar, mas antes percebe ser chamada de um número desconhecido. Atende. A única coisa que ouve é uma voz masculina lhe falando um endereço e logo depois desligando. Sem pestanejar ele corre em direção ao local onde estacionou seu carro, esbarrando e até derrubando algumas pessoas que cruzavam seu caminho.


Apartamento de Brian.
O mesmo cenário na sala: Ele e Griffin no sofá, mudos, assistindo TV. O silêncio entre os dois é interrompido pela campainha. Brian levanta-se e atende a porta. Dawnie entra na sala, completamente falante e extrovertida: “Vocês não acreditam como as filmagens de hoje correram bem! Dessa forma vamos terminar o filme antes do previsto”. Ela dá um demorado beijo em Griffin, apertando a bunda dele no final. Brian, já de volta ao sofá, pede licença aos dois, que estão atrapalhando sua visão, tampando parte da tela da TV. Dawnie percebe certa hostilidade da parte dele, não liga, e diz a Griffin que precisa de um banho bem quente.
“Não tranque a porta que logo, logo me junto a você”. Sussurra ele, lambendo a sua orelha. Ela sorri. Brian só observa.
Corta a cena para dentro do banheiro.
Dawnie está nua, já debaixo do chuveiro. Griffin entra, começa a tirar a roupa. Jeans, camisa, cueca... Jogando as peças pelo chão. Ele entra no pequeno box e a abraça por trás. Dawnie solta seu corpo em cima do dele. Griffin, já molhado, começa a beijá-la na nuca e pescoço. Gemidos.
Lentamente a porta do banheiro se abre, e em meio ao vapor que toma conta do banheiro, Brian entra e fica observando o casal. Fica estático por uns minutos, e em seguida retira a camisa branca e em seguida seu pequeno short, já com seu pênis completamente ereto. Devagar ele vai aproximando-se do box, até ter a iniciativa de entrar. Griffin está encostado na parede, com Dawnie à sua frente. Ao abrir os olhos e perceber a presença do amigo ali, Griffin leva um susto e logo fecha a cara. Antes que começasse a esbravejar, Dawnie coloca a mão em sua boca e diz para ele ficar calado e aproveitar. Só então Griffin percebe a tatuagem com seu nome no braço do amigo, ficando chocado.
Inicia-se ao fundo a música “You Think You’re a Man - Full Frontal”.
Brian abraça Dawnie por trás e começa a beijar suas costas. Ela levanta os braços, jogando-os pra trás e abraça o pescoço dele. Griffin já está penetrando-a, de olhos fechados, cabeça virada para cima, deixando a água do chuveiro cair em seu rosto. Após um tempo, Brian tem a iniciativa de virar Dawnie para ele iniciar uma penetração. Griffin reluta um pouco, mas ela logo o dobra. Ao mesmo tempo em que Brian cadencia seus movimentos, Griffin os segue abraçando Dawnie por trás. Devagar, Brian retira as mãos do corpo de Dawnie e as leva até as coxas de Griffin. Começa a acariciá-las devagar. Griffin apenas abre os olhos e o encara um pouco, fechando novamente depois, demonstrando, então, toda a permissão para o amigo. Brian começa a dar fortes estocadas em Dawnie, que treme de tesão. Griffin se segura, tentando não demonstrar seu ciúme. Depois de alguns minutos, não conseguindo mais, de súbito ele vira Brian e Dawnie para o outro lado, ficando, então, atrás do amigo.
“É isso que você quer, não é? Então ferro você vai ter!”
Sem dó, enfurecido, Griffin penetra Brian, que urra numa mistura de dor e tesão. Brian penetra Dawnie, e é penetrado por Griffin ao mesmo tempo. Os três continuam seus movimentos frenéticos até chegarem ao orgasmo. Primeiro Dawnie, depois Griffin, e por último Brian. E, então, continuam ali, cansados, abraçados, com a água caindo em seus corpos.

Num pequeno hospital em Santa Barbara.
Peter está conversando com um dos médicos, que está dizendo a ele que Charlie foi deixada ali, inconsciente, uma hora atrás.
“Mas vocês não viram quem a deixou? Nada?”
“Sinto muito Sr. Fairchild. Ela apenas foi deixada na porta do hospital”.
“Preciso vê-la, por favor”.
O médico o conduz até a sala onde Charlie está ligada a aparelhos. Os dois ficam observando-a de fora, através de um vidro.
“Ela está muito debilitada. Mas a operação foi muito bem feita”.
“Operação? Mas de que operação você está falando, doutor?”
“A retirada de um dos rins. Pelo visto, muito bem sucedida e conduzida”.Peter coloca a mão no rosto, não acreditando no que está ouvindo.


Bel-Air. Hotel de Caroline.
Ela está apenas de roupão, toalha enrolada na cabeça, sentada na cama logo depois de sair do banho. Pega seu telefone celular e faz uma chamada para o telefone de Griffin. Frustra-se quando ouve a gravação dizendo estar desligado. A campainha toca. Seu primeiro pensamento é ser ele. Corre para atender. Abre a porta e dá de cara com Margaux: “Minha querida, cadê o beijo da mamãe?”
Caroline leva um susto: “Como você me encontrou aqui?”
“Nunca subestime um Remington! Sendo uma, será que nunca ouviu essa frase?”
As duas soltam olhares gelados uma para outra.


Inicia off de narração.
Enquanto ouvimos a narração, vemos as imagens descritas abaixo:
“Los Angeles me conheceu inocente. Adolescência rebelde, briga em família, fuga de problemas, e apenas uma irmã acolhedora morando na cidade...”

Wilshire Memorial Hospital.
Joe está acordado na penumbra de seu quarto, olhando a iluminação que entra pela janela.
Levanta seu tronco com um pouco de dificuldade e recosta seu corpo nos travesseiros. Pega o telefone no criado mudo, e completa uma ligação:
“Marc, acorda! Atende logo a porra desse telefone. Marc! É o Joe”.
Ele continua a falar com a secretária eletrônica por um tempinho: “É o seguinte cara, se estiver interessado em ganhar uma boa grana, tenho um servicinho para ser terminado, e você pode ser perfeito para finalizá-lo. Fico na espera de sua ligação” desliga o telefone e continua pensativo, apertando suas sobrancelhas.


Continua a narração.
“... As primeiras impressões sempre são as que ficam. Apaixonei-me pelos arranha-céus, seus condomínios com piscina, por sua maldade cheirando no ar, e pelo marido de minha irmã...”

Flat de Rachel.
Na companhia de Tessie, as duas comemoram, andando pela sala com taças de champagne nas mãos.
“Vitória! Chega de ter um Remington cagando na nossa cabeça”. Grita Rachel, bebendo um belo gole. “Com esses benditos documentos assinados pela pirralha, eu tenho plenos poderes naquela revista”.
As duas aproximam-se para um brinde, mas já altas, tropeçam e caem sentadas no chão. Gargalham.

Narração.
“... Senti na pele a crueldade que esse lugar amaldiçoado emana. Perdi família, perdi marido, perdi amigos, perdi minha vida. Tentando apenas me encaixar, encontrar um lugar à selva. Fui corrompida pela prepotência e ganância de todos esses anjos caídos...”

Mansão Remington. Quarto de Angela.
Ela acorda com o toque de chegada de mensagem de texto em seu celular. Ela pega o aparelho e lê:
“Espero que esteja sonhando com os anjos. Não esqueça que posso ser um deles. Beijos, Troy”. Ela levanta num pulo, acende o abajur de cabeceira, ficando indignada e ao mesmo tempo intrigada por ele ter conhecimento de seu número.

Narração.
“... Se você chega ao fundo do poço, pensando não ter volta; apenas dê um tempo, tentando não mais respirar o ar rarefeito daqui; viaje sem previsão de volta, finja sua morte, desapareça...”

Escritório de Kristen Beacon.
A câmera vai entrando no local, que está escuro, pouco iluminado com a luz vinda de uma TV.
Ao fundo ouvimos uma frase, e logo a imagem na TV rebobina, e em seguida passa novamente a mesma cena, com Dawnie em close dizendo a mesma frase ouvida anteriormente.

Kristen está sentado na poltrona, controle remoto em punho, voltando e revendo repetidas vezes o mesmo trecho, de uma das filmagens do dia.
“Gostaria de me despedir apenas...” é a frase dita por Dawnie.


Narração.
“... Comecei apenas como a pobre irmã caçula; virei um monstro! Mas até que gosto disso... ”

Escrito na primeira tela de créditos vem:
Sydney Andrews, personagem do seriado Melrose Place, chegou a Los Angeles quando adolescente, e ainda vive na cidade até hoje”.

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