Thursday, September 21, 2006

Entrada da agência de modelos “Hunks”. Ao fundo toca “Sexy Boy - The Kinky Boys feat. Kia”.
Margaux sai na companhia de Trevor. Os dois muito bem vestidos, conversando com certa intimidade, sorriem. De repente Trevor pára na frente dela, coloca os braços em torno de sua cintura, os dois se olham e ele a beija. Ficam assim por algum tempo.
A câmera segue até o outro lado da rua onde está Joe em seu carro, observando os dois.
Ele bate forte a cabeça no volante repetidas vezes. Pega um papelote de coca situado no painel, abre, pega um pouco do pó no dedo e cheira. Levanta a cabeça e fecha os olhos.
Margaux e Trevor seguem para sua pick-up, onde ele abre primeiro a porta para ela, dá a volta no carro e entra. Joe dá um murro no vidro de sua janela, trincando-o e cortando sua mão. Assim que a pick-up sai, ele liga o carro e segue atrás.
Cessa a música.



Clínica Sanitydammer.
Charlie corre pelos corredores desesperada, tentando lembrar o caminho da saída do lugar.
Cruza com alguns enfermeiros que não entendem o que se está se passando, mas assim mesmo seguem atrás dela. Minutos depois ela consegue chegar até a recepção. Sem pensar muito, acaba correndo para os braços de um homem de terno; onde após ser abraçada por ele, de olhos fechados, chorando, ela pede por socorro. Ele passa a mão em sua cabeça e diz que ela não tem nada mais para se preocupar. Reconhecendo a voz, olha para seu rosto. É Nicholas, com policiais junto dele e a recepcionista já algemada. “Graças a Deus, você nos encontrou!” Agradece Charlie.
“Não foi difícil seguir o rastro de vocês”.
“Rápido, eles estão matando Michael!” Diz aliviada, mas ainda fora de si.
Os policiais começam a percorrer os corredores.
“Carrie? Onde está Carrie?” Pergunta Nick ainda abraçado a ela.
“Não a vi. Não conseguimos encontrá-la. Ela está em coma, com certeza está na UTI”.
Ele pergunta para a mulher detida onde fica o lugar. Ela aponta um dos corredores. Os dois seguem atrás de um dos policiais.


Salão crematório.
Os dois enfermeiros estão socando Michael, que já está bastante machucado, quando dois dos policiais entram e apontam suas armas. Os homens param a surra e levantam os braços. Michael suspira aliviado: “Já era hora!” e cai sentado.

UTI.
O policial força a abertura da porta trancada com chutes. Charlie e Nicholas o seguem entrando no local. Procuram olhar a cara das pessoas deitadas nos leitos, mas não encontram Carrie. Brett Cooper está no fundo da sala, de costas, olhando para a janela. Nicholas o aponta para o policial, que grita para ele levantar os braços. Brett vira-se: “Eu a amo!” são suas únicas palavras. E com um bisturi em cada mão, em um rápido movimento, corta suas próprias veias do pescoço. Charlie agarra Nicholas, virando o rosto para não ver. O policial corre até onde Brett está caído, já encharcado de sangue. Nicholas solta Charlie e também corre até ele, que respira com dificuldades. O policial tenta parar a hemorragia com toalhas.
“Onde está Carrie, seu desgraçado!” Grita Nicholas.
Brett apenas solta uma lágrima e dá seu último suspiro silencioso.
Charlie está ajoelhada, a alguns metros, chorando.


Manhã. Los Angeles. Imagens da região de Montebello ao som de “Conjure One feat. Poe - One Word”.



Em um estúdio vazio, num set imitando um salão de beleza, está Jones Krueger, abotoando sua calça e vestindo sua camisa. Dawnie está amordaçada, com as mãos amarradas, nua no chão.
“Finalmente, heim loirinha” ele ajoelha-se “pena que não foi tão bom quanto eram minhas expectativas. Quem diria, uma puta ruim de foda! Nem pra rebolar um pouquinho...” Dá uma bofetada no rosto dela e depois se levanta. Dawnie fecha os olhos, procurando forças para tentar se mover.
“Não adianta loirinha. O anestésico vai fazer efeito por muito tempo ainda”. Enquanto ele vai falando, vai despejando um líquido em uma das bacias de metal de uma das cadeiras próprias para lavagem de cabelos em salão de beleza. “Aproveite! Desfrute desse seu momento tetraplégico”.
Ele começa a assobiar.
A câmera foca o galão nas mãos dele onde está escrito “H2SO4 - Ácido Sulfúrico”.


Roxford Street na região de Sylmar.


Griffin e Angela estão saindo de um motel no carro dela. Ela aprecia o anel em seu dedo.
“Não se preocupe querido, vou pagar por ele. E já está decidido: Início do mês que vem!” Fala ela com um sorriso no rosto.
“Não acha muito pouco tempo para conseguir levantar toda essa grande festa que você está pretendendo?”
“Não bobinho! Já está na hora de você aprender que o dinheiro compra tudo, até mesmo tempo.”
Ele acata as palavras dela com um sorriso falso, escondendo certa preocupação sobre o casamento. Ela pára o carro em frente ao prédio de Brian, onde ele e Griffin dividem apartamento; e depois de um demorado beijo, ele sai do carro.
“Ainda essa semana, prepare-se para nosso jantar de noivado. Margaux e Jonathan não perdem por esperar.”
Griffin concorda e acena com a mão, já na calçada. Angela parte e ele entra no prédio. Sobe o elevador e encontra a porta do apartamento apenas encostada. Entra e vê Brian com uma garrafa de vodka na mão, chorando, sentado no chão, encostado no sofá. Griffin tira o vidro da mão dele e o coloca em cima da mesa.


“Scott está morto”. São as únicas arrastadas palavras que saem de sua boca. Ele está completamente bêbado. Griffin passa a mão em seu cabelo, acariciando-o. Ele abraça o amigo, que está num pranto contínuo. Levanta-o com um pouco de dificuldade, levando-o até o banheiro. Retira sua roupa e o coloca debaixo do chuveiro. Brian começa a gritar que vai acabar com o assassino do Nicholas Remington. Griffin não entende nada. “O Nicholas? O que você está dizendo?”
Em meio a frases soltas ditas por Brian, Griffin consegue juntar o que aconteceu em Santa Clarita, incrédulo e um pouco assustado.
Já no quarto, Griffin deita o amigo na cama, que não pára de falar: “Agora você vai ter que me ajudar a inventar algo elaborado pra nos livrarmos desse seu cunhado. Ele pode ter ganhado esse round, mas não perde por esperar”.
Griffin concorda apreensivo: “É... eu preciso mesmo tirá-lo do meu caminho mais cedo ou mais tarde”.
“Tinha certeza que você não iria me deixar na mão. Griffin, você sabia que eu te amo?”
“Tenta dormir, cara. Depois conversamos melhor.” Diz não dando importância às palavras do amigo. Após um tempo, ele sai do quarto deixando Brian adormecido. Já na sala, ouve uma batida violenta na porta; prepara-se para atender, mas antes disso a porta é arrombada por dois homens truculentos que invadem o lugar, segurando e batendo nele. Ele tenta se defender, mas não é páreo para os dois. Deixam-no desacordado e saem de lá o carregando. Na rua, eles o jogam no banco de trás de um carro preto e saem em alta velocidade. Jo, que acabara de estacionar seu carro atrás do deles, assiste a tudo, não gosta do que vê, dá a partida e começa a segui-los. O carro com Griffin corre, corta outros carros, ultrapassa sinais. Para não perdê-los de vista, Jo é obrigada a fazer o mesmo. Ela tenta manter uma distância segura para não ser percebida. Depois de um longo caminho, já num subúrbio da cidade, o carro com os homens pára em um beco e eles entram em uma pequena porta carregando Griffin. Jo chega ao local um pouco depois, desce do carro e começa a explorar a área.
Dentro do local, Griffin é jogado numa cadeira em uma salinha escura e suja. Ainda zonzo, tenta recobrar os sentidos; assusta-se ao reconhecer o homem sentado a sua frente: James Townsend, o pai de Arthur, o garoto que ele fotografara para Ron Maxwell.


Revista Today.
Nicholas e Charlie estão sentados na sala de Margaux, contando para ela todo o ocorrido em Cleveland.
“A polícia vasculhou todos os cantos daquela clínica, mamãe, e nem sinal de Carrie.”
Margaux fica perturbada com tudo que eles continuam a contá-la.
“Ainda estão investigando. Mas com a morte de Brett Cooper, não vai ser nada fácil descobrir seu paradeiro”. Diz Charlie.
“Minha Carrie... Deus queira que ela esteja viva” pega um lenço e enxuga o canto dos olhos “Não me importa o quanto vai custar, quero os melhores profissionais para encontrá-la. Não meça esforços para trazê-la de volta pra mim”.
Natasha entra com um copo de água. Enquanto Margaux bebe, Nick sugere ela ir para casa descansar. Ele e Charlie saem da sala em seguida; ela o para no corredor: “Por que estamos dando essas falsas esperanças a sua mãe? Você não acredita na possibilidade de Carrie estar viva!”
“Estou apenas ganhando tempo. Já comprou algum caixão em sua vida, Charlie?”


Estúdio em Montebello.
Jones pega Dawnie no colo. Totalmente imóvel e ainda amordaçada, ela só consegue expressar seu horror pelos olhos. Ele a senta na cadeira preparada e recosta a sua cabeça na borda da bacia de metal. Vai até um aparelho de som, situado num canto do lugar, e o liga.
Ao fundo “Vide Cor Meum - Danielle De Niese e Bruno Lazzaretti”.
Ele coloca luvas de plástico enquanto dubla a letra da ópera. Aproxima-se dela e começa a acariciar seu rosto com os dedos plastificados.
“Sabe como Dante escapou do inferno?” Pergunta alisando os cabelos dela, onde os únicos movimentos de seu corpo são os olhos completamente inquietos. Ele continua: “Ele foi ajudado pela alma de sua amada Beatriz. Que tanto o ajudou a escapar do purgatório como a chegar ao paraíso. Pena que do inferno, ninguém vai te tirar”.
Ele canta alguns versos em latim, num tom mais alto, enquanto coloca os cabelos dela encostando-se ao ácido, que começa a corroer os fios, soltando uma leve fumaça. Ele abre a mão no rosto dela, começando a forçar sua cabeça para trás, dentro da bacia.
“Jones, já chega! Pare imediatamente com isso”. Grita Mimi entrando no set, junto de Romeo.
Ele continua. Romeo corre e dá um soco em seu rosto, fazendo-o cair no chão, metros dali. Ele retira Dawnie da cadeira, a cobre com uma toalha e vai saindo do lugar com ela no colo.
Mimi vai até o empresário caído, que está segurando o maxilar: “Seu trabalho aqui está feito” e joga um grosso maço de notas de cem dólares em cima dele, que o pega, cheira e começa a contar. Mimi dá as costas e segue para a porta. Jones continua cantando a ópera.


Mulholland Drive.
Jonathan está em casa, bêbado. Já está a horas falando com bancos e investidores, em estado alterado: “Já estou cansado dessa história de não ter mais nenhum controle sobre meus investimentos. Só gostaria de saber quem os tem agora, apenas um nome! Simples assim”.
Escuta um pouco o gerente do outro lado da linha.
“Não me interessa! Quero que você e essa porra dessa sua ética bancária vão pra puta que o pariu!”
Joga o telefone no chão e taca o copo de uísque na parede da sala. Senta no sofá, coloca a mão no rosto. O celular, em cima da mesa, toca. Ele vê que é Charlie chamando, mas não demonstra vontade alguma em atender. Continua tocando insistentemente.


Subúrbio de LA.
No cativeiro, Griffin está sozinho amarrado a uma cadeira desconfortável. Ele tenta se soltar em vão. Ouve barulhos vindo de fora do cômodo; O segurança, que está de guarda, abre a porta e empurra Jo para dentro, trancando-a novamente em seguida.
“Seguindo-me novamente. Que bonito, fotógrafa.”
“Não sei o que você aprontou dessa vez, mas minha intenção, na verdade, era tentar te tirar daqui”.
Griffin solta uma rápida risada: “É claro que era”.
Ela começa a desamarrá-lo da cadeira e pede para ele explicar o que está acontecendo. Após ouvir sobre toda a armação de Maxwell e as fotos do garoto Arthur, ela soca a cara dele.
“Isso foi por sua presença naquele leilão nojento e por essas fotos. Crianças peladas! Você é doente”.
“Eu estava obedecendo a ordens.”
Jo termina de soltá-lo e senta-se encostada na parede. “Você ainda se arrependerá profundamente de tudo isso. O dia em que você segurar um filho nos braços.”
“Mãe de quantos filhos, Jo?”
Ela escuta a pergunta e fecha os olhos.
Flashbacks dela dando seu filho recém-nascido para adoção.
Depois de alguns minutos responde: “Tive um menino há seis anos atrás. Mas o tiraram de mim. Uma história maluca e complicada que me arrependo de ter participado toda vez que coloco a cabeça no travesseiro antes de dormir. Uma ferida que não irá cicatrizar-se nunca. Meu pobre Austin”.
Griffin fica intrigado ao ouvir suas palavras. Jo abre seu casaco, tira seu telefone celular do bolso interior: “911?”
Griffin sorri não acreditando no que está vendo. “Polícia não. Eles nos tiram daqui, mas sou enquadrado também”. Ele pensa um pouco e solta: “Nicholas Remington!”
Ela olha sem entender muito a escolha dele.

Today.
Angela está passando pela redação e Natasha avisa que estão esperando por ela em sua sala, não deixando de frisar que é a polícia. Angela entra firme.
“Boa tarde senhores. Em que posso ajudá-los?”
“Não tomaremos muito seu tempo Srta. Remington. Detetive Santos. E esse é o oficial Rimes. Gostaria de fazer algumas perguntas”.
“Estou infringindo a lei de alguma forma?” Pergunta ela sentando-se em sua mesa.
“Não é essa a questão, por enquanto. A Srta. esteve na cidade de Santa Clarita nas últimas semanas?”
Ela responde seca: “Não”.
“Mas a Srta. costumava alugar um sítio por lá, para passar finais de semana, estou certo?”
“Há bastante tempo atrás. Ainda estava com meu ex-noivo. Por que essas perguntas, eu posso saber?”
“Ocorreu um incêndio criminoso no local, onde houve uma morte. Resumindo: Um homicídio.”
“Sinto muito não poder ajudá-los senhores. Mais alguma coisa?”
“Uma última pergunta Srta. Remington. Já ouviu falar no nome Robert Scott?”
“Sim. Foi um de nossos redatores por um tempo. O que tem ele?” e depois de uma rápida pausa encenada “ele foi a vítima! Pobre coitado. Era um bom redator”.
O detetive agradece e diz que qualquer novidade entrará em contato. Aperta a mão dela e os dois saem da sala, deixando-a pensativa, com a língua coçando para entregar o irmão. Mas chega a conclusão de que se entregá-lo, ele abrirá a boca sobre o seu seqüestro.
Logo em seguida entra Rachel: “Hum, problemas com a polícia. O que anda aprontando Angela Remington?”
“Por favor, Rachel, minha cabeça está estourando. Não estou nem um pouco a fim de ouvir essa sua voz.”
“Mas vai adorar saber disso” e senta-se na cadeira em frente à mesa. “Tessie conseguiu encontrar Caroline”.
Angela levanta as sobrancelhas, tornando-se toda ouvidos.


A câmera sai da sala de Angela, percorre os corredores da redação e chega ao hall de entrada. Natasha está sem entender a comitiva que está entrando na revista: Howard Stern escoltado por quatro advogados e um segurança.
“O que deseja senhor?” Tenta ela interromper os homens obstruindo a passagem.
“Se a mocinha quer continuar nesse emprego, cale a boca e volte pra trás de sua mesa”. Responde Howard. Todos eles continuam entrando. Natasha corre pro telefone para tentar comunicar Margaux. Charlie percebe a presença dele e esconde-se numa saleta. Depois que a comitiva passa ela sai, pega sua bolsa, em sua mesa, e corre para a saída.
Antes de eles chegarem à sala de Margaux, ela já os encontra nos corredores.
“O que significa esse rebanho, senhores?” Fala em tom alto, parando e encostando a mão na parede, impedindo a passagem.
“Margaux Remington! É com você mesmo que preciso conversar. Você e uma outra funcionária chamada...” ele pega um papel e lê “... Rachel Dennis. Que está dividindo com você a direção da revista”.
Rachel logo aparece para saber o porquê da bagunça instalada no local.
“Sala de reuniões, todos, agora!” Margaux dando meia volta e fazendo todos a seguirem.
Natasha passa correndo, entra na sala de Angela e conta o que está acontecendo. Saindo de lá, dá de cara com Nicholas no corredor. Conta sobre a comitiva indo pra sala de reuniões, mas ele diz estar atrasado para um compromisso urgente, e continua andando em direção ao hall, não dando atenção a suas palavras. Angela corre para a sala de reuniões.


Sala de Reuniões.
Todos estão sentados. Somente Howard e o seu segurança na porta, estão em pé.
“Meu nome é Howard Stern. A partir de hoje sou o acionista majoritário da Today, no lugar do ex-presidente Jonathan Remington...”
Margaux não entende nada e olha para Angela, que também está sem reação. Rachel fica intrigada e acomoda-se mais na cadeira. Howard continua: “Trouxe os documentos provando a integridade do que estou comunicando”. Os advogados entregam cópias dos documentos para cada uma das três.
Margaux, aflita, até coloca os óculos para lê-los, coisa que não é usual.
“Prepararei uma reunião, o mais breve possível, para discutirmos as mudanças que ocorrerão tanto nas diretrizes desse periódico, como também na sua lista de funcionários”.
“Estamos fodidas!” Cochicha Angela para a mãe, terminando de passar o olho nos papéis.
“Hoje ainda, meu secretário particular estará aqui começando a preparar tudo. Senhoras, um prazer imensurável!” Ele sai da sala sendo seguido pelos advogados.
As três continuam sentadas, abobadas.
“Como aquele traste idiota pôde fazer isso comigo!” Grita Margaux batendo com as mãos no tampo da mesa. Rachel já está ligando para Natasha, pedindo uma convocação geral, imediata.
Angela pega o celular e liga para o pai, que toca, toca e cai na caixa-postal.
“Literalmente fomos passadas para trás! A casa caiu.” Completa Margaux.


Apartamento de Romeo.
Dawnie acorda num susto, nua na cama dele. Olha para os lados e percebe estar sozinha. A primeira coisa que vem a sua cabeça é tentar mexer o corpo. Consegue e suspira. Levanta-se num pulo e percebe ter retomado todos os seus movimentos corporais. Vai até o espelho do banheiro, e dá uma olhada em seu rosto. Fica aliviada em ver tudo no lugar. Volta pro quarto, coloca uma camisa branca de Romeo e desce para a cozinha, sentindo fome. Abre a geladeira, pega uma caixa de leite e enche um copo. Senta-se. Pega o telefone e liga para o celular de Griffin. Não tendo reposta deixa um recado para encontrá-la ainda essa noite.


Subúrbio da cidade.
Jo e Griffin percebem uma movimentação do lado de fora da sala. Levantam-se e ficam atentos.
Um tempo depois Nicholas abre a porta. Os dois se assustam não vendo o capanga de James.
“Continuo dizendo: Nada que umas boas notas verdinhas e um bom serviço sexual não dêem jeito”.
“Não diga que você “deu” para aquele monstro que estava aí fora?!” Pergunta Griffin com ar debochado.
“Por favor, vamos respeitar a presença dessa moça”. Apontando para Jo. Então Nicholas aproxima-se de Griffin e lança um soco em seu rosto, que o faz cair.
“Isso é pela chantagenzinha barata que você está fazendo, seu puto”.
Griffin levanta-se e vai para cima dele. Jo balança a cabeça negativamente, entra no meio dos dois e aparta a briga. “Por favor, isso não é hora para esse tipo de coisa. Vamos dar o fora daqui rápido”.
“Deveria deixar esse vagabundo aqui, para esse tal de Townsend acabar com ele”. Nicholas sai na frente, seguido pelos dois. Já na rua, Nick manda Griffin pegar uma carona com ele. Jo diz não querer mais saber deles dois, entra em seu carro e vai embora. Já dentro de seu porsche, Nicholas dá a partida.
“É simples, Nick. Apenas gostaria que ajudasse a livrar-me de James Townsend e toda a enrascada que me meti. E pode ter certeza que depois disso, a sua brincadeira com fogo vai pro túmulo juntinho de Scott, e ninguém mais mijará nas calças”.
Durante o trajeto, os dois continuam conversando. Griffin vai contando toda a história de estar sendo chantageado por Ron Maxwell e os acontecimentos com James e seu filho Arthur, mas sem tocar no assunto do assassinato onde Brian matou o irmão de Townsend.
“Se eu não conseguir me livrar desses caras, estou perdido! Como lhe falei, Townsend virá atrás de mim novamente, e acabará me torturando como prometeu”.
“Ah, mas você merece, Griffin. Porém, acho que ninguém mais do que eu tenho direito de acabar com você, antes. Tudo em seu tempo”. Nicholas faz uma pausa e conclui. “Já arquitetei algo que tem a possibilidade de dar certo. Eu quero a localização exata de todas as fotos e negativos que você tirou do filho de Townsend”.
“Não dá, a polícia apreendeu tudo!”
Nicholas pára e pensa. “Você não tem mais nada? E Ron Maxwell?”
“Ele tem fotos de outras crianças, tiradas por outras pessoas, mas as que eu tirei estão com a polícia. O que você pretende fazer com essas fotos?”
“Idiota, sempre idiota! Pra que você acha, tonto?”
“Se é pra incriminar alguém, eu penso numa maneira melhor de fazer isso. Esse meu contato com Ron pode ser útil”.
Parado num sinal vermelho, Nicholas considera por uns instantes.

Mansão de Jonathan.
Charlie vai entrando pela casa, preocupada, já deduzindo tudo o que aconteceu, procurando por ele. Encontra-o no quarto, caído no chão, bêbado, vestindo apenas um roupão cinza. Ela tenta reanimá-lo em vão. Levanta-o com dificuldade e o coloca na cama. Ele resmunga algumas frases em que ela distingue apenas palavrões.
“Tente dormir John. Um dia quem sabe, tudo poderá voltar aos seus eixos”. E dá um beijo em sua testa. Sai do quarto. Senta-se na escada que leva ao primeiro andar da casa. Chora, batendo certo arrependimento por tudo o que fez até agora.


Today.
Crane Perkinson, secretário de Howard, está repassando ordens dadas por ele.
“Amanhã teremos uma reunião geral as nove, onde o Sr.Stern irá comunicar todas as modificações que serão feitas por aqui. Sra.Margaux estará deixando sua sala hoje mesmo, onde a partir de amanhã, pertencerá ao Sr. Stern”.
“Não acredito nisso. Até minha sala esse verme está tirando!”
Rachel e Tessie tentam segurar o riso. Natasha está assustada, com os olhos arregalados, anotando item por item dito pelo magrelo secretário. Angela está ao fundo, contando todas as novidades para um Nicholas atônito, que acabara de chegar.“Qual será o próximo item? A doação de nossas córneas?” Ironiza Margaux

Agência “Hunks”.
Joe passa pelo hall de entrada e chega até a recepção, onde pergunta por Trevor. Ele está visivelmente drogado. Janice a secretária diz para esperar alguns minutos e em seguida faz uma ligação interna. Joe observa os quadros com a cara dos modelos da agência, expostos na parede, e acaba parando no de Trevor e fixando o olhar cheio de ira. Janice acha estranha a presença dele e sai atrás de algum segurança. Logo depois Trevor aparece, perguntando o que Joe deseja com ele.
“A gente se conhece de algum lugar?” pergunta o modelo.
“Talvez na sua próxima vida” diz Joe tirando uma pequena faca de dentro do casaco e enfiando na barriga de Trevor. Os dois se olham nos olhos. Trevor pode ver o ódio em Joe, que sai correndo dali. Trevor cai deitado no chão, segurando o local do ferimento, sujando o mármore branco com seu sangue. Janice aparece e começa a gritar por ajuda.


Apartamento de Brian.
Ele, ainda um pouco baqueado do porre, está apenas de calça jeans estatelado no sofá. Griffin está em pé, contando a ele sobre o esquema que está armando com Nicholas.
“Seguinte, nesse lance poderemos matar dois coelhos com uma só cajadada. Eu me livro das minhas enrascadas e você terá sinal verde para acabar com o veadinho do Remington”.
Brian gosta da idéia, e os dois continuam tramando até serem interrompidos por batidas à porta. Griffin abre sabendo ser Dawnie. Logo começam a se beijar. Ele pede desculpas a Brian, dizendo não poder terminar a conversa deles no momento por questões hormonais. O casal entra no quarto batendo a porta. Brian continua sentado no sofá.
Câmera corta para o quarto de Brian. Inicia-se a música “Push It - Garbage”.
Griffin está tirando a blusa de Dawnie e em seguida tocando seus seios. Os dois estão de pé, ele já só de cueca. Violentamente ele a joga na cama e tira o resto de sua roupa. Ela geme. Ele começa a dar fortes tapas em seu rosto. Ela pede mais. Ele tira a cueca, e logo puxa Dawnie pelos cabelos forçando-a uma chupada. Mais tapas. Mais gemidos. Após alguns minutos, ela já está de quatro sendo penetrada por ele num ritmo frenético.
A câmera foca a porta do quarto se abrindo devagar.
Brian começa a espiar, já com a calça desabotoada e iniciando uma masturbação; focando o vai-e-vem da bunda de Griffin durante a transa. No auge do tesão a porta se abre mais e Brian nem se dá conta disso. Dawnie percebe sua presença e gosta do que está acontecendo. Os três explodem em gozo.
Cessa a música.
Brian sai da porta logo em seguida. Griffin deita ao lado de Dawnie e diz que tem uma surpresa, pegando um estojo de veludo vermelho, no bolso da calça que está no chão, e entregando para ela. Cheia de sorrisos ele dá um beijo em sua boca e aconchega-se para abrir a caixinha. Está vazia. Seus olhos brilham: “Está feito?”
Ele apenas responde afirmativamente com a cabeça. Ela solta uma gargalhada.
“Realmente somos o casal perfeito, entrando no jogo perfeito!” Diz pegando novamente o pênis dele que volta a ficar ereto. Inicia-se outra rodada de sexo oral. Enquanto ela o chupa, ele diz entre gemidos: “E vamos sair ganhando!”


Inicia off de narração.
Enquanto ouvimos a narração, vemos as imagens descritas abaixo, ao som da música “Red Book - Texas”:
“Vidas cruzadas. É com o que você se depara em Los Angeles. Iniciei minha jornada de forma errada, cruzei com pessoas que não mereciam meu olhar e minha atenção...”

Mansão Remington.
Margaux está com um copo de vodka nas mãos, de camisola, completamente abalada. Está desesperadamente tentando falar com Jonathan, sem sucesso. Sozinha na casa, anda sem rumo pelos cômodos. Acaba parando em seu quarto, olha seus porta-retratos em cima da cômoda. Primeiro pára num de Joe, depois passa por Angela, Nicholas e chega a uma foto de Carrie sorrindo. Passa a mão sobre ela. Fecha os olhos e derrama algumas lágrimas.


Narração:
“... Não posso dizer que minha juventude foi das melhores. Joguei no lixo importantes anos de minha vida. Só comecei a enxergar a vida em outros ângulos, quando bati de frente com quatro importantes pessoas...”

Quarto de Motel.
Nicholas está de volta à ativa, nu, sentado numa cadeira, masturbando-se, enquanto observa dois garotos de programa; um com seus quase quarenta anos penetrando outro, mais novo, na faixa de seus dezesseis anos. Ele apenas olha os movimentos dos corpos movendo-se na penumbra. Aproxima-se e começa a tocar os dois.


Narração:
“... Quatro mulheres especiais que mostraram o quanto você pode ser feliz e encontrar o seu caminho, mesmo na pior e mais ingrata cidade. Não se assuste com aquelas que parecem as piores horas de toda a sua existência; pois a sua felicidade pode estar ali do lado, apenas esperando ser notada...”

Câmara escura fotográfica na revista Today.
Jo tira algumas fotos de um envelope pardo; são fotos de seu filho recém-nascido. Fica admirando-as por um bom tempo. Passa a mão em cima delas. Volta a si. Apaga a luz do lugar e acende apenas a infravermelha. Começa a revelar algumas fotos. Nelas vão surgindo as imagens de Griffin, George e Marcus Wess, o traficante de órgãos, no leilão. Ela fica observando-as por alguns instantes e percebe que precisa fazer alguma coisa em relação a isso tudo.


Narração:
“... Não perca as esperanças. O caminho ideal para seus objetivos está por aí, rodeando sua casa, seu bairro, seu trabalho, pedindo para ser cruzado...”

Quarto de Mimi.
Ela e Romeo estão no meio de uma transa violenta. Ela passa a mão por suas costas, agarrando com força, em seguida, chegando a marcá-las; enquanto ele a penetra incessantemente. Mimi está nas nuvens, como há muito tempo não ficava. Uma mistura de excitação, ego amaciado, e superioridade. Sente-se vitoriosa, vendo que seu plano em ter trocado a vida de Dawnie por ter Romeo aos seus pés novamente deu certo.


Narração:
“... Apenas pare e tente enxergar com mais vontade. Vai encontrar o que procura facilmente, como eu consegui um dia.”

Escrito na primeira tela de créditos está:
“Jade O'Keefe, personagem do seriado 2000 Malibu Road, anos atrás passou a alugar quartos em sua mansão para quatro jovens desconhecidas. Tornaram-se amigas inseparáveis”.

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