Revista Today.
Griffin e Angela são os últimos a ficarem na redação. Ela já arrumando suas coisas para ir embora.
“Honey, o que aconteceu com você hoje? Ficou com a cabeça na lua a tarde toda”.
“Grif... Realmente aconteceu algo fora do comum hoje, mas não sei se estou pronta para discutir sobre isso ainda”.
Ele se levanta e aproxima-se, pegando o rosto dela: “Se não contar pro seu futuro marido, em quem você vai confiar?”
“Não sei o que está acontecendo comigo. Acho que todos esses preparativos para o casamento estão me estressando muito. Não se preocupe, vai ficar tudo bem”. Mente ela, não conseguindo tocar no assunto sobre Troy Sundance estar em dois lugares ao mesmo tempo.
“Vamos embora, que estou morta de fome!”
“Angela, antes eu preciso me encontrar com Dawnie, nos encontramos em casa depois?”
“Claro. Precisa dizer pra ela que a prova de seu vestido será na sexta-feira, e o ensaio do casamento sábado pela manhã. E ela precisa aparecer mais, Griffin; não quero uma cunhada desnaturada!”
“Não se preocupe, darei os recados” ele a beija e sai, deixando-a ainda com a cabeça em Troy.
Estúdio de filmagem.
Dawnie está pegando suas coisas para sair, quando seu celular toca. É Romeo.
“Oi querido, eu já estava para te ligar mesmo”.
“Quando você chega? Está quase tudo pronto pro nosso jantarzinho romântico” diz ele com uma garrafa de vinho na mão, ao lado de uma mesa muito bem posta para dois, com duas velas acessas no centro.
“Desculpe, vamos precisar transferi-lo para amanhã. Estou indo jantar com Kristen para comemorarmos o início da publicidade do filme. Não me espere acordado, querido. Beijinho.”
Ela desliga sem dar espaço para que ele argumentasse, e vai ao encontro de Beacon, já a esperando na porta do estúdio. Romeo apenas retira o telefone do ouvido, coloca em cima da mesa. Joga a garrafa de vinho contra a parede, espatifando-a.
Mansão Remington. Quarto de Margaux.
Trevor entra, deparando-se com ela deitada no peito de Joe, os dois dormindo profundamente, abraçados.
“Mas que diabo está acontecendo aqui?” Grita Trevor enfurecido.
Os dois acordam num pulo, assustados. Margaux logo se levanta: “Trevor! Calma, não é nada do que está parecendo ser. Joe apenas estava...”
“Cale a boca! Pensa que sou otário? Sei muito bem o que você e esse aleijado estavam fazendo. Se bem que brocha do jeito que ele está, vocês não podem fazer muito não é mesmo?”
Trevor se aproxima da cama, puxa os lençóis, descobrindo um Joe nu: “Não adianta, meu irmão. O jeito agora é começar a dar o rabo!” E dá um soco em seu rosto. Em seguida olha com desprezo para Margaux e sai do quarto. Apesar da dor que sente no rosto, Joe segura uma risada.
A câmera segue Trevor pelos corredores da casa, até chegar ao quarto de Nicholas.
Ele bate na porta e entra mesmo sem ser convidado. Nicholas está saindo do banho, com uma toalha enrolada da cintura.
“Trevor, o que você está fazendo aqui? Não te disse que não o quero mais aqui dentro?”
“Disse. Mas estou pretendendo é entrar em outro lugar agora!” Diz ele pegando Nick, e o empurrando para a cama. Nicholas fica sem entender nada, mas deixa acontecer. Ele já está sem a toalha, e Trevor começa a tirar a roupa, com dificuldade, por os dois estarem agarrados, tocando e se beijando.
“Agora vai ter tudo o que sempre quis cara. Pode ter certeza disso” diz Trevor entre beijos.
Nicholas apenas levanta o pescoço para que ele beije sua nuca, e sorri com os olhos repletos de tesão e felicidade.
Beverly Hills. Hotel de Caroline.
Ela mal abre a porta e Griffin já vai entrando, agarrando-a. Beijam-se demoradamente.
“Assim que eu gosto!” Diz ela o pegando pelo braço, levando-o pro quarto e o jogando na cama.
“Quero você quietinho. Apenas observando e sentindo o que nunca vai conseguir com aquele iceberg que é minha irmã” ela tira a blusa, mostrando um pequeno e sexy sutiã branco “realmente não tenho a menor idéia de como você foi se apaixonar por aquela barata tonta”.
“Eu apenas amo sua irmã; mas será que poderíamos parar de falar nela?”
Caroline se aproxima dele e lhe dá uma bofetada no rosto: “Eu mandei você não abrir essa sua boca gostosa!” Aproxima-se mais, subindo no colo dele, agora apenas de calcinha e sutiã. Ele fica um pouco zangado com a bofetada; com a mão segurando o rosto; resolve entrar no jogo. Ela se abaixa, prendendo os dois braços de Griffin, esticados na cama, e lhe tasca um beijo fervoroso.
“Vai aprender a ser um cachorrinho. Meu cachorrinho!” Diz ela entre beijos.
Por um bom tempo os dois rolam na cama. Já estão nus, com todas as peças de roupa no chão do quarto. Ela se levanta, anda até sua mala, que está no chão, num canto. Pega alguma coisa brilhante, que Griffin só consegue perceber ser uma coleira, quando ela volta para perto e lhe mostra o objeto, balançando em suas mãos: “Meu cãozinho está prestes a ser encoleirado!”
Começa a tocar a música “Supermassive Black Hole - Muse” ao fundo.
Griffin já está com a coleira, sendo puxado para um lado a outro da cama, e sendo comandado a satisfazer os desejos sexuais de Caroline. Ela o deixa por um demorado tempo entre suas pernas, num voraz sexo oral. Muitos gemidos. Então puxa a coleira e o trás até sua boca, onde demoradamente beijam-se novamente. Os jogos sexuais continuam, sempre com a dona comandando seu mais novo bichinho de estimação. Após um banho de língua, Griffin a penetra, não agüentando e chegando logo ao extase.
“Quem deixou você terminar assim tão rapidamente, imbecil?” Ela grita puxando a corrente da coleira com força, e machucando o pescoço dele. “Pode se recuperar rapidinho. Se eu não vir nosso amiguinho aqui em plena forma de novo, você vai se arrepender muito de ter deitado nessa cama!” Ele ainda sem fôlego e ofegante apenas a observa assustado e extasiado com todo aquele cenário de luxúria.
Malibu. Restaurante Open Sea.
O garçom acaba de servir a sobremesa para Dawnie e Kristen. Ela começa a se deliciar com seus profiteroles, quando o percebe olhando-a fixamente.
“Algo de errado Kristen?” Pergunta limpando a boca com o guardanapo de pano.
“Não Bunny. Tudo está perfeito: Vamos terminar as filmagens amanhã, a publicidade começou muito bem e já está funcionando; tenho a atriz mais bela da Califórnia estrelando meu filme”.
Ela sorri. Ele pega uma de suas mãos por cima da mesa: “Bunny, você aceitaria se casar comigo?”.
Dawnie deixa a colher cair no prato, e quase engasgando pega a taça com água e bebe um gole.
Quarto de hospital de Charlie.
Penumbra. Janela aberta, deixando as cortinas dançarem com o vento que entra no local. Charlie está deitada na cama, dormindo, agitada, remexendo-se e com a testa encharcada de suor. Geme. Diz algumas palavras não entendíveis. Sacode a cabeça e então grita, acordando apavorada. Lágrimas nos olhos, olha ao seu redor procurando pela presença de Peter. Não o encontrando entra ainda mais em pânico. Levanta-se, ainda com dificuldades, da cama, começando a gritar desesperadamente. Pega os vasos com flores na cabeceira e os taca na parede, espatifando-os. Alertados com a confusão, dois enfermeiros entram no quarto. Assim que Charlie os vê, lembranças de enfermeiros do spa Golden Goose voltam a sua mente. Fica ainda mais apavorada. Corre para o fundo do quarto, gritando e chorando sem parar. Os dois homens conseguem segurá-la com ela já tentando saltar pela janela, numa altura de quatro andares. Entra então uma outra enfermeira com uma seringa nas mãos. Charlie com a boca tapada pela mão de um dos enfermeiros, apenas arregala os olhos e novamente lembranças de seu cativeiro vêem à tona.
“Calma queridinha, você apenas precisa dormir. Não vai doer nada” são as palavras da mulher ao injetar o anestésico na veia do antebraço de Charlie, que segundos após cai adormecida nos braços de um dos homens.
Apartamento de Romeo.
Dawnie entra. O lugar está todo apagado. Ela tira os sapatos e quando acende a luz, Romeo está sentado numa das poltronas, olhando para ela.
“Já avisei para não me assustar dessa maneira!”
Após um tempo calados, ela coloca sua bolsa em cima da mesa. Ele fala: “Sente-se aqui, precisamos ter uma conversa séria”.
“Romeo, estou um caco. Preciso descansar”.
“Cansada de dar esse rabo! Parabéns...”
Ela se enfurece: “Não admito que fale assim comigo!”
“Gostaria que você desistisse desse filme Dawnie. Não estou agüentando isso tudo. Está acabando comigo! Olha meu estado, bêbado, jogado aqui nessa sala o dia inteiro” diz se levantando e indo até ela.
“Fora de cogitação, meu amor. Termino de filmar minha última cena amanhã”.
Ele tenta abraçá-la, mas ela o repele: “Romeo, você está bêbado. Por favor!”
“Bêbado por sua causa! Por ciúme da mulher que eu amo, porra!”
“Você é um homem inteligente e centrado, meu querido. Se não consegue agüentar a barra sozinho, posso lhe arranjar o endereço do AA mais próximo. Agora com licença que necessito de um bom banho”. Antes de subir as escadas ela pega um copo e coloca um pouco do uísque, da garrafa que está em cima da mesa. Ele apenas observa com seu copo ainda cheio na mão.
Restaurante Open Sea.
Após a saída rápida de uma Dawnie sem graça e desconcertada após o pedido de casamento, e sem dar uma resposta, Beacon continua no lugar bebendo. Após um tempo, ele mexendo seu drink com o dedo, alguém se senta em sua mesa, na cadeira à frente: é Mimi.
“Inconsolado com o não da putinha?”
“Ela não respondeu sim nem não, Mimi”.
“E você acha que ela vai aceitar você como maridinho?” Dá uma gargalhada. “Tenha dó, meu querido”.
Ele a olha com um pouco de desprezo.
“Não! Você não está pensando em jogar nossos planos pro alto e viver feliz para sempre com essa Bunny do inferno, não é mesmo?” Ironiza pegando o copo da mão dele e tomando um gole.
“Não se preocupe, Mimi. Tudo está correndo perfeitamente bem. Amanhã filmamos a última cena”.
“Perfeito! Ou essa filha da puta bate as botas, ou então “Bunny Does LA” perderá sua investidora em potencial, e esse filmeco nojento não chegará sequer a ser lançado”.
Amanhece em Los Angeles ao som de “With Every Heartbeat - Robyn”. Imagens do litoral até chegarmos ao apartamento de Romeo.
Cozinha. Dawnie desperta deitada no chão frio. Confusa, não entende muito bem o que está fazendo ali, e percebe ainda estar vestida com a roupa do dia anterior.
“Bom dia, meu amor!” Romeo entrando, com uma xícara de café nas mãos. Levanta a xícara em direção a ela: “Estou curando minha ressaca, meu benzinho”.
Dawnie sem falar nada começa a se levantar e só então percebe que seu tornozelo está amarrado a uma corrente que segue até uma placa de metal chumbada no chão da cozinha.
“Mas o que significa isso? Você me acorrentou aqui, seu desgraçado!”
“Quem manda beber o uísque dos outros? Calminha, Dawnie. Percebe que a Bunny hoje não vai aparecer?”
“Você está louco, Romeo? Tire-me dessa merda de corrente agora mesmo!”
Romeo começa a assobiar andando pela cozinha, abrindo a geladeira.
“Ou você prefere que eu chame a polícia? Acho que não, não é? Você tem medo de polícia, meu amor”.
Ele se vira, joga com força ao chão um pote de geléia, sujando tudo de vermelho. Começa a gritar: “Saiba que a partir de hoje, você é minha! Só minha! Não tem mais polícia, não tem mais Kristen Beacon, não tem nem mais seu irmãozinho Griffin pra te tirar daqui. A partir de hoje, a piranha da Dawnie Bunny está morta e enterrada! E se não obedecer ao Romeo aqui, meu amorzinho, até mesmo a Dawnie Restwood também virará comida de verme, restando apenas esse cabelinho loiro e cheiroso no caixão” diz ele já agachado perto dela, tocando seus cabelos e os cheirando.
Ela recua para baixo da mesa, com a respiração ofegante, numa mistura de raiva e medo. Então começa a gritar por socorro.
“Shhhh. Não princesinha pornô, não gaste seu fôlego. Está morando aqui tem tanto tempo, e nunca percebeu ali na porta aquele revestimento a prova de barulho? Ou acha que eu, com os negócios que possuo, não deveria ser assim cauteloso? Gostou de sua linda corrente?” Muda o tom de voz: “Então, filha da puta, nem mesmo quem passar no corredor aí fora conseguirá ouvir alguma coisa aqui de dentro. Sem minha presença, você está ferrada!” Ele lhe dá um chute na barriga, e antes de sair da cozinha: “Estarei fora o dia todo; se sentir fome, pode lamber a geléia do chão”. E sai do lugar. Dawnie enche os olhos de água, mas não derrama uma lágrima.
Inicia off de narração ao som da música “Petrushka - Stravinsky”.
Enquanto ouvimos a narração, vemos as imagens descritas abaixo:
“Certa vez um famoso pianista filosofou, dizendo ser mais fácil tocar toda Petrushka de Stravinsky do que pedir uma bela moça em casamento. Casamentos que podem ser consumados entre beijos, entre cartões de crédito, e até entre correntes...”
Jardins da mansão Remington.
Nicholas sai da casa junto com Trevor, e chegam até o pátio onde está estacionada uma Land Rover novinha.
“Não acredito, Nick! É pra mim?”
“Mas é claro garanhão! Todo seu” diz ele entregando-lhe a chave.
Trevor o beija no rosto, agradece e corre para o carro.
Margaux apenas observa tudo calmamente da janela de seu quarto, no segundo andar.
Continua a narração.
“... Posso dizer que meu casamento não seguiu muito as regras, estando sempre amparado por intrigas e assassinatos. Sempre, então, quando ouço a marcha nupcial, ela me remete a música tocada quando os soldados partem para a guerra...”
Flat de Rachel.
Enquanto ela toma café, pega o celular e faz uma ligação.
“Howard, querido. Precisamos muito conversar. Charlie Townson está internada. Sim, sim. Os médicos dizem que é grave, e até estão sugerindo problemas psiquiátricos; mas só irão ter um diagnóstico final em breve. Então, meu querido, estou lhe convidando para substituí-la em sua ausência, na diretoria da revista. - pausa - Que ótimo que aceita a proposta. Então, preciso de você ainda hoje na minha sala”.
Narração.
“... Às vezes é preciso fazer da vida a dois uma guerra, onde é sempre necessário um tratado de paz para finalizá-la. Para um casamento de sucesso, é necessário apaixonar-se várias vezes, sempre pela mesma pessoa... Difícil?”
Mansão Remington. Quarto de Angela.
Ela está terminando de se arrumar para o trabalho, quando uma das copeiras bate na porta e entra sorridente com uma grande caixa branca nas mãos: “Srta. Angela, seu vestido de noiva chegou!”
“Mas como pode? Eles disseram que só conseguiriam entregar na semana que vem” fala encucada, pegando a caixa, colocando-a em cima da cama e retirando a fita de cetim rosa.
“A Srta. não está nervosa faltando apenas duas semanas para o casamento?” pergunta a empregada.
Angela olha para ela, e sem responder pede que saia do quarto. Sozinha, então, abre a tampa. Pula para trás, dando um grito, mãos no rosto, apavorada com o que vê dentro da caixa: um vestido branco, não o seu, com um coração de boi em cima, todo lambuzado de sangue, manchando todo o tule branco. Ela continua histérica, aos gritos, sentando no chão encostada-se à cômoda.
Narração.
“... Tente tocar, então, a Petrushka no piano, para depois tirar alguma conclusão. E sempre tenha em mente que felicidade é um caminho a percorrer, e não um lugar para alcançar...”
Apartamento de Brian.
Ele sai do banho nu, enxuga-se e depois começa a vestir sua roupa. Coloca um jeans mesmo sem cueca, e logo em seguida uma camiseta preta. Antes de calçar o par de tênis, abre uma das portas do armário e alcança uma caixa de sapatos. Abre e de dentro retira uma pistola preta. Deixa a caixa cair no chão e pega a arma com as duas mãos. Pensa um pouco. Faz como se fosse apertar o gatilho.
Narração.
“... E de forma alguma se sinta num funeral quando estiver entrando numa igreja. Mas se isso for inevitável, então sorria, pois se é para ser seu funeral, você pelo menos estará sentindo o cheiro de suas próprias flores”.
Escrito na primeira tela de créditos vem:
“Jennifer Hart, personagem do seriado Casal 20, sempre viveu em Los Angeles, num casamento que já dura décadas”.