Tuesday, February 27, 2007

PACOTE DE MÚSICAS do episódio 1.14

Baixe as músicas e ouça nos locais indicados:

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Nos episódios anteriores de LA:

Kristen Beacon: “Desculpe-me, não tive tempo de agradecer por ter me ajudado a encontrar uma atriz tão talentosa e linda!”
Mimi: “Certamente ela é. Mas e sobre sua tentadora estratégia de marketing?”
Kristen: “... Imagina, então, o quanto poderemos lucrar com um filme sendo lançado após o fatal acidente de sua protagonista”.
Mimi: “Isso não me interessa. Eu só a quero morta!”

Howard: “Não seja idiota, Jonathan. A Today já estava ameaçada com a morte de Carrie Fairchild; e agora com o sumiço de outra funcionária, não tenho como me safar dos abutres. Jonathan, tenho um acordo para lhe propor. Jonathan, Charlie ainda está viva?”

Jonathan: “Parem tudo! Essa operação não pode continuar!”

Peter: “Operação? Mas de que operação você está falando, doutor?”
Doutor: “A retirada de um dos rins. Pelo visto, muito bem sucedida e conduzida”.

Griffin: “Eu amo sua irmã”.
Caroline: “Quer saber? Assim mesmo vou adorar ser sua cunhadinha”.

Troy: “Veja só a peça que o destino está nos pregando! Eu te encontrando duas vezes seguidas em poucos dias”.
Angela: “Engraçado, Troy Sundance, que isso está acontecendo exatamente pouco antes de meu casamento”.

Margaux: “Minha querida, cadê o beijo da mamãe?”
Caroline: “Como você me encontrou aqui?”

Margaux: “Nunca subestime um Remington! Sendo uma, será que nunca ouviu essa frase?”

1.14 - PSEUDÔNIMO FUNDAMENTAL - “THE IMPORTANCE OF BEING BUNNY” - Written by Rodrigo Di Biase

Apartamento de Romeo.
Ele e Dawnie estão dormindo abraçados na cama. O rádio colocado como despertador liga, enchendo o quarto com a narração de um locutor dizendo como está o tráfego nas principais avenidas de Los Angeles. Ela acorda, levantando seu corpo e sentando na cama.
“Que horas são?”
“Sete. Tenho gravação daqui à uma hora”.
Ao tomar a iniciativa de se levantar, Romeo a puxa e diz para ficar um pouco mais na cama com ele. Ela apenas lhe dá um estalinho e diz estar atrasada.
“Preciso de um bom banho gelado. Como fez calor essa noite!” Diz ela indo até o rádio, aumentando o som e seguindo para o banheiro.
Ao som da música “Pull Shapes - The Pipettes”, Romeo se espreguiça, de cara fechada, frustrado e enciumado.



Ainda tocando a mesma música, imagens da Mansão Remington.


Trevor está empurrando Joe em sua cadeira de rodas, seguindo em direção às mesas brancas em volta da piscina. Margaux está do lado, paparicando seu ex-namorado o máximo que consegue.
“Tudo o que você precisar, meu querido, estará a seu alcance. Trevor cuidará pessoalmente para que nada lhe falte”. Ela dá um beijo rápido no modelo e diz precisar ir para a revista, deixando os dois sozinhos. Os dois continuam o pequeno passeio em silêncio por alguns minutos, sendo de Trevor a iniciativa de uma primeira frase: “Eu cuidando de você. Mais irônico impossível!”
“Não preciso de nada, muito menos de sua ajuda”.
“Deixe de ser orgulhoso, seu babaca. Nem mijar sozinho você consegue”.
Trevor pára a cadeira de rodas, já na pérgula da piscina, senta-se numa das cadeiras e vira Joe em sua direção: “É o seguinte, aleijado filho da puta, concordei com Margaux que não darei queixa contra você; mas quero que saiba que aqui quem manda sou eu. Então seja um menino bonzinho a partir de hoje, obedecendo aqui ao titio Trevor, falou?”
Joe apenas o fita com um olhar desatento. Trevor se levanta e coloca as mãos no ombro dele, por trás: “Se não seguir minha regras aqui dentro, você está fodido!” E vai empurrando a cadeira até a borda da piscina, jogando-a, com Joe sentado, dentro da água. Por uns instantes Trevor fica observando o rival, que tenta desesperadamente não se afogar, debatendo-se e aos poucos perdendo o fôlego. Então ele segue para dentro da mansão, não movendo um músculo para ajudar o rival. Um dos seguranças vê Joe batendo os braços na água, e rapidamente pula, pegando-o no colo. De longe Trevor ainda pode ouvir seus tossidos.

ABERTURA

Guest starring:


Imagens do litoral de Santa Barbara ao som de “Under the Gun - The Killers”.
Quarto de hospital de Charlie.




Peter está adormecido num pequeno sofá ao lado da cama. Charlie lentamente abre os olhos e acorda. A primeira coisa que tenta fazer é dar um grito, mas não consegue por causa de sua garganta seca. Logo em seguida se acalma, vendo o vasto buquê de flores coloridas em sua cabeceira, e logo em seguida vendo Peter ao seu lado. Ela começa a apalpar seu corpo, procurando por cicatrizes, encontrando a costura em seu peito. Fecha os olhos e começa a chorar. Peter acorda, dá um pulo e pára ao seu lado, já pegando sua mão e dizendo que está tudo bem. Ele pega um copo, enche de água e o leva até a boca dela, dando-lhe goles aos poucos.
“O que fizeram comigo, Peter?”
“Acalme-se. Você está fora de perigo. Logo, logo estaremos fora desse hospital”.
“Peter, não me esconda nada... O que eles tiraram de mim?”
Ele coça a cabeça, e não conseguindo esconder a expressão de tristeza, franzindo a testa, diz que ela perdeu um dos rins. Ela suspira, escorrem lágrimas de seus olhos. Ele aperta mais sua mão.
“Vamos pegar os insanos que fizeram isso, Charlie, eu prometo a você”.
Ela fecha os olhos e flashbacks do momento da operação, com a presença de Jonathan ao lado, vêem a sua cabeça. Ela entra em pânico, começando a gritar e se debater na cama. Peter não conseguindo controlá-la vai até a porta e pede ajuda. Logo uma gorda enfermeira entra correndo no quarto, pega uma seringa e, pedindo para que Peter segure Charlie, ela injeta o líquido em uma de suas veias do braço. Imediatamente Charlie pára de se debater, ficando quase que anestesiada.
“O que você deu a ela?”
“Não se preocupe Sr. Fairchild, ela dormirá tranqüila”.


Los Angeles Downtown. Revista Today.



Rachel está em sua sala, quando toca o telefone. É Natasha dizendo ser uma ligação de Caroline Remington. Rachel logo muda a expressão de seu rosto, ficando completamente furiosa. Atende a ligação: “Você só pode estar completamente maluca! Ligando para cá e ainda dando seu nome? O que está pensando, sua idiota? Quer estragar todo o nosso esquema?”
Sem deixar Rachel continuar com os insultos, Caroline a interrompe dizendo que Margaux já tem conhecimento de sua presença na cidade, e que se encontrou com ela na noite anterior. Rachel fecha os olhos e dá um suspiro de frustração. Depois de uma pequena pausa pergunta: “E como foi o tão esperado encontro de mãe e filha?”
“Nada muito especial; apenas ouvi insultos e levei uma bofetada, antes de eu bater a porta na cara dela”.
“Caroline escute bem: sobre os documentos que você assinou, não comentou absolutamente nada, não é?”
“Rachel, aprenda uma coisa: Nunca subestime um Remington!”
Antes que ela pudesse desligar o telefone, Margaux entra como um foguete na sala.
“Não pense que você vai se safar dessa, sua piranha, filha da puta! Como você ousa colocar minha filha contra mim?”
Rachel começa a levantar-se com calma.
“Primeiro baixe esse tom de voz ao dirigir-se a mim. Filhos contra você? Isso não é difícil, não é Margaux? Depois, sua vaca, quero que você arrume uma caixa bem grande para colocar todos os seus pertences fétidos dentro, e saia daqui dessa revista em menos de uma hora, com esse rabo entre as pernas. Está despedida!”
Margaux continua estática, olhos arregalados, não dando muito valor às palavras de Rachel, que pega os documentos assinados por Caroline, dando plenos poderes para ela comandar a revista, e os entrega a ela.
“Você não tem mais direito algum sobre suas ações aqui na Today. Desculpe-me minha querida, mas dessa vez você se fodeu!”
Margaux apenas passa o olho nos papéis, percebendo que dessa vez está sem saída. Rachel vai até a porta e a abre: “Saia! Suma da minha frente”.
Antes de sair, Margaux olha no fundo dos olhos da inimiga, e diz apenas uma frase: “Você nunca será uma Remington”.
“Graças a Deus!” Rebate ela, batendo a porta após a saída da inimiga.
Nos corredores, Margaux pára, apóia-se numa das paredes com a mão, e demonstra rara fraqueza, enchendo seus olhos de lágrimas. Apenas por um breve momento, logo se recompondo e seguindo para sua sala.
Em seguida, pelo mesmo corredor, passa Jonathan em direção à sala de Rachel. Ela fica surpresa com sua presença na revista: “Ora, ora... Você é a última pessoa que eu imaginava ver por aqui. Sentindo falta do que costumava ser seu?”
“Cale a boca, sente esse teu rabo seco na cadeira e me escute com muita atenção, se não quiser perder seu emprego”.
Ela fica espantada, sem entender toda aquela inesperada insolência. Não consegue dizer nada, apenas senta-se devagar, esperando pelo pior.
“As coisas a partir de hoje voltam a ser como antes aqui na Today. Continuo a ser o presidente da empresa”.
“E Howard? Onde se encaixa nisso?”
“Digamos que o Sr. Stern resolveu tirar umas férias”.
“O que você aprontou dessa vez, Jonathan? Que jogo sujo você armou?”
“Não te devo satisfações sobre esse assunto. Só o que necessita saber é que agora está subordinada a mim apenas”.
“Está muito enganado” diz ela se levantando e tomando a rédea da conversa para si. “Tenho todo o controle das ações em nome de sua filha Caroline, legalmente falando. Margaux é quem está fora da jogada”.
A mesa vira, e Jonathan é quem fica surpreso agora: “Você está me dizendo que Margaux está fora da Today? De vez?”
“Acabei de escorraçá-la daqui, minutos atrás”.
Rachel conta a ele toda a trama de como conseguiu saber que as ações de Margaux estavam no nome de Caroline, e como conseguiu ter o poder sobre elas.
“Pelo menos você compensa sua falta de bunda com o cérebro! Parabéns Rachel Dennis, temos uma revista para comandar”.


Sala de Angela.
Ela está mostrando a lista de convidados do casamento para Griffin, que não demonstra muito interesse, e apenas continua a limpar uma das lentes de sua câmera fotográfica.
“Griffin, você está me ouvindo?”
Ele apenas olha para ela e sorri: “Tenho certeza que a lista está perfeita”.
Ela reclama da sua falta de interesse com os preparativos da festa, dizendo que ele precisa estar mais presente.
“Você tem certeza que quer ir adiante com isso tudo?” Pergunta ela chegando mais perto do noivo.
Ele se levanta da cadeira, a pega pela cintura, olha profundamente em seus olhos: “É o que mais quero nesse mundo!”
Ela sorri. Beijam-se. São interrompidos por Natasha, trazendo consigo um buquê de flores do campo: “Flores para você Srta. Remington”.
“Nossa, Griffin, aposto que isso é coisa sua, seu safadinho!” Diz ela pegando o buquê afoitamente.
Griffin diz que não foi ele quem mandou as flores, e fica curioso para saber quem foi.
Angela abre o pequeno envelope branco, e lê o cartão. Fecha a cara, pega as flores e as joga na lata de lixo ao lado de sua mesa: “Não é de ninguém que mereça minha atenção”.
Griffin pega o cartão de sua mão e o lê o nome de Troy Sundance.
“O que esse cara está querendo contigo?” Diz fechando o rosto.
“Esqueça esse panaca. Você não tem nada com o que se preocupar; mas preciso fazer alguma coisa em relação a isso”.
Griffin volta a limpar seu equipamento, cheio de raiva, balançando a cabeça negativamente.


Pequeno restaurante em Hollywood.
Imponente, Mimi caminha até a entrada do lugar. Já dentro, retira seus enormes óculos escuros e procura por alguém. Avista e segue a seu encontro.
A câmera focaliza apenas o andar em seus caros sapatos altos, vermelhos, de verniz.
Ele chega a uma das mesas e quem está a sua espera é Brian.
“Estou esperando há mais de uma hora”.
Mimi apenas olha fixamente para ele e senta-se em seguida.
“Não tenho muito tempo. Como está o andamento do esquema?”
“Tudo correndo bem. Nossa coelhinha Bunny já saiu da toca e está pronta para o abate”.
“Fico feliz em saber. Aqui está o seu primeiro cheque. O resto somente depois que tudo estiver terminado”. Ela lhe entrega o papel, que fica nítido pela expressão do jovem, que a quantia não é baixa. Mimi se levanta, coloca os óculos, e antes de sair diz uma última frase: “Logo o Sr. Beacon irá entrar em contato com você”.
Ela se retira, e Brian fica brincando com o cheque nas mãos, sorrindo de orelha a orelha, tendo Griffin em seu pensamento.


Mansão Remington. Quarto de Joe.
A câmera focaliza uma boa quantia em dinheiro nas mãos dele, que está sentado em sua cadeira de rodas.

“Você tem certeza de que quer isso mesmo?”
“Marc! Não o chamei aqui para lhe contar minhas dúvidas. Pegue logo a grana, e quero o serviço feito o mais rápido possível”.
Marc, vestindo apenas um jeans surrado e uma regata branca, pega o dinheiro e começa a contá-lo.
“Não é necessário contar, ô seu babaca. Conte-me logo como é que você pretende acabar com a raça daquele modelinho de merda...”
“É só pedir, que seu amigo Marc aqui fará com prazer”.
“Dor, Marc. Quero Trevor sentindo dor em cada pequena parte de seu corpo depilado e nojento”.
“Podemos começar com as pernas, pra ele nunca mais poder andar numa passarela na vida” debocha o stripper.
“Não seja tão bonzinho. O intuito não é colocá-lo numa cadeira de rodas como essa, e sim fazer com que nunca mais ele abra os olhos”.


Imagens de Los Angeles, sol a pino, meio-dia. Ao som de “Over It - Katherine McPhee”.



Angela estaciona o carro numa calma rua de Beverly Hills, forçando a mente para encontrar algum lugar. Sai do carro, olha ao seu redor: “É exatamente por aqui. Se não me engano essa casa com as palmeiras” diz para si mesma. Aproxima-se da porta, toca a campainha. Tempinho depois uma governanta abre e pergunta o que ela deseja.
“Gostaria de ver a Sra. Sundance, por favor?”
A velha mulher pede um minuto, pedindo para que Angela entre e espere no luxuoso e alvo hall.
Minutos depois uma mulher de seus sessenta e poucos anos, muito bem vestida, aparece, segurando um pequeno e feio cachorro de pêlo marrom, em seu colo.
“Oh meu Deus! Angela! Minha querida Angela! Há quanto tempo não a vejo”.
As duas sorriem e se beijam no rosto.
Elizabeth Sundance sempre esteve entre as mais famosas socialites de Los Angeles. Isso antes de seu marido, grande industrial no ramo de petróleo, viesse a falecer. Atualmente, Elizabeth vive de aparências.
“A que devo essa tão rara visita?” Pergunta a senhora já sentada num dos sofás vermelhos da sala de estar.
“Desculpe-me incomodá-la Elizabeth, mas eu não sei mais o que fazer”.
“Você parece aflita, minha querida, vou pedir para que tragam um copo de água...”
“Um uísque seria melhor, por favor”. Interrompe Angela.
Elizabeth se assusta com o pedido, mas providencia. Entre pequenos goles, Angela começa a dizer o motivo da visita: “É o Troy, Elizabeth. Não agüento mais seu filho atrás de mim, pegando no pé o tempo todo. Já virou uma situação inconveniente demais!”
“Troy voltou a comunicar-se contigo? Eu não sabia que vocês ainda mantinham contato”.
“Essa é a questão. Não mantivemos contato algum, e eu não quero reavê-lo, o que seu filho insiste em fazer, correndo atrás de mim”.
“Muitos telefonemas?”
“Não só telefonemas, Elizabeth, como buquê de flores, e ainda ficar me seguindo por onde quer que eu vá”.
“Seguindo você? Mas minha querida, Troy está vivendo atualmente em Londres. Há meses que ele não aparece em Los Angeles”.
Angela por um momento fica intrigada. “Não é possível! Venho encontrando seu filho várias vezes nesses últimos dias”.
“Não, não querida. Ontem mesmo eu liguei para o apartamento de meu filho em Londres, e falei com ele”.
“Temos um equívoco aqui então. Alguma coisa está errada. Alguém está mentindo para alguém”.
“O que você está insinuando, Angela?”
“Não me entenda mal, Elizabeth, mas como é possível seu filho estar em dois lugares ao mesmo tempo? O que está acontecendo é que ele está enganando a senhora, dizendo estar em Londres, ou a senhora está enganando a mim, não querendo dizer que seu filho está aqui”.
Elizabeth se levanta, jogando o cachorro no chão, e indo até um telefone e pegando-o.
“Vamos tirar a prova, agora. Vou ligar para Londres”.
As duas esperam a ligação completar, uma olhando cinicamente para a cara da outra. E o cachorro no chão, de língua pra fora, olhando para as duas.
“Troy, meu filho! Sim... sim... eu sei que não é um bom momento para falar com você, mas estou com certa pessoa aqui na minha frente, que está louca para saber notícias suas”.
Elizabeth entrega o telefone para Angela dizendo: “Tire suas dúvidas”.
“Troy, não estou entendendo, e nem quero saber dessa sua armação. Só peço que termine com isso e me deixe em paz!”
Antes que pudesse falar tudo o que pretendia, Troy a corta: “Angela Remington? É você? Mas do que está falando? Não estou entendendo nada...”
Angela tira o aparelho da orelha, e olha na bina que realmente a ligação é internacional. Novamente o coloca no ouvido: “Há quanto tempo você não pisa em Los Angeles, Troy?”
“Desde o Natal passado; mas por que a pergunta, Angela?”
Sem entender nada, ela se senta, desligando o telefone.
“Querida, o que realmente está acontecendo aqui?” Pergunta Elizabeth.
“Não sei se consigo agüentar a existência de dois Troys Sundance!” Diz Angela assustada.
Apenas um breve latido do pequeno cachorro corta o silêncio das duas.


Revista Today.
Rachel e Jonathan estão saindo da sala de reuniões, onde comunicaram a toda a equipe a volta dele para a presidência e a saída de Margaux da revista. Ao chegar a sua nova sala, que antes era de Howard, Rachel encontra Caroline a esperando.
“Não perdeu tempo Rachel, já expulsou todos os ratos do convés. Parabéns.” Ironiza.
“Sinceramente não sei o que significa essa frase: perder tempo” diz ela não dando muita atenção “Sinto muito Caroline, mas estou muito ocupada no momento. Ultimamente sua mamãezinha querida não estava cuidando dessa revista como deveria”.
“Estou aqui apenas para finalizar nosso acordo. Quero saber quando é que vou conseguir tudo o que tenho direito, ou seja, dinheiro na minha mão”.
“Realmente precisamos conversar sobre isso” Rachel indo até a porta e a trancando. “Estava pensando, porque contentar-se com pouco, se podemos ter muito mais?”
“O que você está maquinando nessa sua cabeça maquiavélica?” Pergunta Caroline sorrindo, gostando do que está ouvindo.
“Negócios de família!”
E as duas se entendem através de olhares e sobrancelhas arqueadas.


Estúdio do filme “Dawnie Bunny Does LA”.
Ela está terminando de contracenar com dois atores, num cenário onde lembra a calçada da fama, na Hollywood Boulevard. Antes de Kristen Beacon finalizar a filmagem, ela percebe a presença de Romeo no estúdio. Por uns minutos tenta não se importar, mas acaba não conseguindo. Ela mesma pára a cena: “Desculpe. Preciso de um tempo para me recompor”.
Beacon se levanta e vai até ela: “Corta! Bunny, mas o que está acontecendo? Temos apenas mais um dia de filmagens para finalizarmos tudo. Não podemos atrasar a produção”.
Romeo também se aproxima. Dawnie abaixa a cabeça colocando a mão na testa. Beacon fica surpreso com a presença dele.
“Quem é você, e o que está fazendo no meu estúdio?”
“Sr. Beacon, muito prazer, sou Romeo, namorado de Dawnie”. Diz abraçando-a meio forçadamente.
“Finalmente estou conhecendo o famoso Romeo. Só sinto informá-lo que não é uma boa hora. Preciso de sua Julieta trabalhando, e já deu pra perceber que sua presença incomoda minha estrela”.
Dawnie intervém: “Conversamos em casa, Romeo. Preciso trabalhar”. Os dois se beijam e ela corre para um retoque de maquiagem. Os dois homens ficam se encarando.
“Cuide muito bem dela, Sr. Beacon. Muito bem dela!”
“Não se preocupe, Sr. Romeo, ela está em boas mãos” e chama um segurança para acompanhá-lo até a saída.


Revista Today. Sala de Reuniões.
Griffin entra procurando por alguém, dando de cara com Caroline sentada em cima da mesa, pernas cruzadas, com sua mini-saia branca quase não escondendo nada de suas bem torneadas pernas.
“Desculpe se o fiz pensar ser Angela que estava te chamando. Mas só assim teria a certeza de que viria”.
“Não tenho tempo para seus joguinhos Caroline. Tenho trabalho a fazer”.
“Senti saudades!” Diz ela o agarrando com as pernas, entrelaçando-o e o trazendo mais para perto de seu corpo.
“Caroline, por favor, sou noivo de sua irmã!”
“O que me deixa muito mais excitada” diz ela forçando um beijo entre os dois. Griffin também já nitidamente excitado se rende à futura cunhada. Entre beijos selvagens, ele já está com as mãos dentro da pequena blusa, tocando os seios dela. Os dois acabam deitados, ele sobre ela, em cima da mesa de reuniões. Não conseguem separar suas bocas. Tesão extravasando. Cabelo no rosto, mão nas coxas dela, mão na bunda dele. Fracos gemidos. E a voz de Angela ao longe, aproximando-se.
“Puta que pariu! Fodeu tudo”. Griffin só consegue empurrar Caroline para o chão, que rapidamente se esconde embaixo da mesa. Angela entra, perguntando o que ele está fazendo ali.
“Estava te procurando” disfarçando e não tentando chamar atenção ao colocar a camisa para dentro da calça.
“Griffin, deixa de ser idiota, você sabe o caminho de minha sala! Venha rápido, que as modelos para o ensaio do próximo mês estão a nossa espera”. Ela sai da sala em seguida.
Griffin apenas olha para baixo da mesa e coloca o dedo na boca, mostrando sinal de silêncio para Caroline. Ele segue atrás da noiva.


Anoitece em LA ao som de “On Teasing - Nina Nastasia”. Mansão Remington.


A música continua.
Margaux está sentada na sala, numa das poltronas, na penumbra. Com uma taça de vinho branco na mão e lágrimas no rosto. Vez em quando um gemido baixinho. Por um momento ela percebe a presença de alguém, e vê a silhueta de Joe em sua cadeira de rodas, numa das portas de vidro que dá para a varanda. Ele se aproxima.
“O que está acontecendo Margaux? Porque está chorando?”
Ela não consegue falar nada. Apenas chora um pouco mais, abaixando a cabeça, um pouco envergonhada. Joe chega mais perto, e com um pouco de esforço e ajuda dela, coloca-a em seu colo.
Passa a mão em seus cabelos, dizendo estar tudo bem, que agora ela não está mais sozinha. Ele a abraça com força. Os dois ficam assim por um tempo, quietos; o silêncio é quebrado por um lento movimento dela, acarinhando o pescoço dele com seu nariz. Joe se vira devagar e a beija no rosto. Um beijo, dois beijos. E os dois acabam atracados.
“Como senti sua falta!” diz ele tocando seu rosto com os dedos.
E os dois ficam em silêncio com a música ainda tocando ao fundo.


Revista Today.
Griffin e Angela são os últimos a ficarem na redação. Ela já arrumando suas coisas para ir embora.
Honey, o que aconteceu com você hoje? Ficou com a cabeça na lua a tarde toda”.
“Grif... Realmente aconteceu algo fora do comum hoje, mas não sei se estou pronta para discutir sobre isso ainda”.
Ele se levanta e aproxima-se, pegando o rosto dela: “Se não contar pro seu futuro marido, em quem você vai confiar?”
“Não sei o que está acontecendo comigo. Acho que todos esses preparativos para o casamento estão me estressando muito. Não se preocupe, vai ficar tudo bem”. Mente ela, não conseguindo tocar no assunto sobre Troy Sundance estar em dois lugares ao mesmo tempo.
“Vamos embora, que estou morta de fome!”
“Angela, antes eu preciso me encontrar com Dawnie, nos encontramos em casa depois?”
“Claro. Precisa dizer pra ela que a prova de seu vestido será na sexta-feira, e o ensaio do casamento sábado pela manhã. E ela precisa aparecer mais, Griffin; não quero uma cunhada desnaturada!”
“Não se preocupe, darei os recados” ele a beija e sai, deixando-a ainda com a cabeça em Troy.

Estúdio de filmagem.
Dawnie está pegando suas coisas para sair, quando seu celular toca. É Romeo.
“Oi querido, eu já estava para te ligar mesmo”.
“Quando você chega? Está quase tudo pronto pro nosso jantarzinho romântico” diz ele com uma garrafa de vinho na mão, ao lado de uma mesa muito bem posta para dois, com duas velas acessas no centro.
“Desculpe, vamos precisar transferi-lo para amanhã. Estou indo jantar com Kristen para comemorarmos o início da publicidade do filme. Não me espere acordado, querido. Beijinho.”
Ela desliga sem dar espaço para que ele argumentasse, e vai ao encontro de Beacon, já a esperando na porta do estúdio. Romeo apenas retira o telefone do ouvido, coloca em cima da mesa. Joga a garrafa de vinho contra a parede, espatifando-a.

Mansão Remington. Quarto de Margaux.
Trevor entra, deparando-se com ela deitada no peito de Joe, os dois dormindo profundamente, abraçados.
“Mas que diabo está acontecendo aqui?” Grita Trevor enfurecido.
Os dois acordam num pulo, assustados. Margaux logo se levanta: “Trevor! Calma, não é nada do que está parecendo ser. Joe apenas estava...”
“Cale a boca! Pensa que sou otário? Sei muito bem o que você e esse aleijado estavam fazendo. Se bem que brocha do jeito que ele está, vocês não podem fazer muito não é mesmo?”
Trevor se aproxima da cama, puxa os lençóis, descobrindo um Joe nu: “Não adianta, meu irmão. O jeito agora é começar a dar o rabo!” E dá um soco em seu rosto. Em seguida olha com desprezo para Margaux e sai do quarto. Apesar da dor que sente no rosto, Joe segura uma risada.

A câmera segue Trevor pelos corredores da casa, até chegar ao quarto de Nicholas.
Ele bate na porta e entra mesmo sem ser convidado. Nicholas está saindo do banho, com uma toalha enrolada da cintura.
“Trevor, o que você está fazendo aqui? Não te disse que não o quero mais aqui dentro?”
“Disse. Mas estou pretendendo é entrar em outro lugar agora!” Diz ele pegando Nick, e o empurrando para a cama. Nicholas fica sem entender nada, mas deixa acontecer. Ele já está sem a toalha, e Trevor começa a tirar a roupa, com dificuldade, por os dois estarem agarrados, tocando e se beijando.
“Agora vai ter tudo o que sempre quis cara. Pode ter certeza disso” diz Trevor entre beijos.
Nicholas apenas levanta o pescoço para que ele beije sua nuca, e sorri com os olhos repletos de tesão e felicidade.

Beverly Hills. Hotel de Caroline.
Ela mal abre a porta e Griffin já vai entrando, agarrando-a. Beijam-se demoradamente.
“Assim que eu gosto!” Diz ela o pegando pelo braço, levando-o pro quarto e o jogando na cama.
“Quero você quietinho. Apenas observando e sentindo o que nunca vai conseguir com aquele iceberg que é minha irmã” ela tira a blusa, mostrando um pequeno e sexy sutiã branco “realmente não tenho a menor idéia de como você foi se apaixonar por aquela barata tonta”.
“Eu apenas amo sua irmã; mas será que poderíamos parar de falar nela?”
Caroline se aproxima dele e lhe dá uma bofetada no rosto: “Eu mandei você não abrir essa sua boca gostosa!” Aproxima-se mais, subindo no colo dele, agora apenas de calcinha e sutiã. Ele fica um pouco zangado com a bofetada; com a mão segurando o rosto; resolve entrar no jogo. Ela se abaixa, prendendo os dois braços de Griffin, esticados na cama, e lhe tasca um beijo fervoroso.
“Vai aprender a ser um cachorrinho. Meu cachorrinho!” Diz ela entre beijos.
Por um bom tempo os dois rolam na cama. Já estão nus, com todas as peças de roupa no chão do quarto. Ela se levanta, anda até sua mala, que está no chão, num canto. Pega alguma coisa brilhante, que Griffin só consegue perceber ser uma coleira, quando ela volta para perto e lhe mostra o objeto, balançando em suas mãos: “Meu cãozinho está prestes a ser encoleirado!”
Começa a tocar a música “Supermassive Black Hole - Muse” ao fundo.
Griffin já está com a coleira, sendo puxado para um lado a outro da cama, e sendo comandado a satisfazer os desejos sexuais de Caroline. Ela o deixa por um demorado tempo entre suas pernas, num voraz sexo oral. Muitos gemidos. Então puxa a coleira e o trás até sua boca, onde demoradamente beijam-se novamente. Os jogos sexuais continuam, sempre com a dona comandando seu mais novo bichinho de estimação. Após um banho de língua, Griffin a penetra, não agüentando e chegando logo ao extase.
“Quem deixou você terminar assim tão rapidamente, imbecil?” Ela grita puxando a corrente da coleira com força, e machucando o pescoço dele. “Pode se recuperar rapidinho. Se eu não vir nosso amiguinho aqui em plena forma de novo, você vai se arrepender muito de ter deitado nessa cama!” Ele ainda sem fôlego e ofegante apenas a observa assustado e extasiado com todo aquele cenário de luxúria.


Malibu. Restaurante Open Sea.
O garçom acaba de servir a sobremesa para Dawnie e Kristen. Ela começa a se deliciar com seus profiteroles, quando o percebe olhando-a fixamente.
“Algo de errado Kristen?” Pergunta limpando a boca com o guardanapo de pano.
“Não Bunny. Tudo está perfeito: Vamos terminar as filmagens amanhã, a publicidade começou muito bem e já está funcionando; tenho a atriz mais bela da Califórnia estrelando meu filme”.
Ela sorri. Ele pega uma de suas mãos por cima da mesa: “Bunny, você aceitaria se casar comigo?”.
Dawnie deixa a colher cair no prato, e quase engasgando pega a taça com água e bebe um gole.


Quarto de hospital de Charlie.
Penumbra. Janela aberta, deixando as cortinas dançarem com o vento que entra no local. Charlie está deitada na cama, dormindo, agitada, remexendo-se e com a testa encharcada de suor. Geme. Diz algumas palavras não entendíveis. Sacode a cabeça e então grita, acordando apavorada. Lágrimas nos olhos, olha ao seu redor procurando pela presença de Peter. Não o encontrando entra ainda mais em pânico. Levanta-se, ainda com dificuldades, da cama, começando a gritar desesperadamente. Pega os vasos com flores na cabeceira e os taca na parede, espatifando-os. Alertados com a confusão, dois enfermeiros entram no quarto. Assim que Charlie os vê, lembranças de enfermeiros do spa Golden Goose voltam a sua mente. Fica ainda mais apavorada. Corre para o fundo do quarto, gritando e chorando sem parar. Os dois homens conseguem segurá-la com ela já tentando saltar pela janela, numa altura de quatro andares. Entra então uma outra enfermeira com uma seringa nas mãos. Charlie com a boca tapada pela mão de um dos enfermeiros, apenas arregala os olhos e novamente lembranças de seu cativeiro vêem à tona.
“Calma queridinha, você apenas precisa dormir. Não vai doer nada” são as palavras da mulher ao injetar o anestésico na veia do antebraço de Charlie, que segundos após cai adormecida nos braços de um dos homens.
Apartamento de Romeo.
Dawnie entra. O lugar está todo apagado. Ela tira os sapatos e quando acende a luz, Romeo está sentado numa das poltronas, olhando para ela.
“Já avisei para não me assustar dessa maneira!”
Após um tempo calados, ela coloca sua bolsa em cima da mesa. Ele fala: “Sente-se aqui, precisamos ter uma conversa séria”.
“Romeo, estou um caco. Preciso descansar”.
“Cansada de dar esse rabo! Parabéns...”
Ela se enfurece: “Não admito que fale assim comigo!”
“Gostaria que você desistisse desse filme Dawnie. Não estou agüentando isso tudo. Está acabando comigo! Olha meu estado, bêbado, jogado aqui nessa sala o dia inteiro” diz se levantando e indo até ela.
“Fora de cogitação, meu amor. Termino de filmar minha última cena amanhã”.
Ele tenta abraçá-la, mas ela o repele: “Romeo, você está bêbado. Por favor!”
“Bêbado por sua causa! Por ciúme da mulher que eu amo, porra!”
“Você é um homem inteligente e centrado, meu querido. Se não consegue agüentar a barra sozinho, posso lhe arranjar o endereço do AA mais próximo. Agora com licença que necessito de um bom banho”. Antes de subir as escadas ela pega um copo e coloca um pouco do uísque, da garrafa que está em cima da mesa. Ele apenas observa com seu copo ainda cheio na mão.

Restaurante Open Sea.
Após a saída rápida de uma Dawnie sem graça e desconcertada após o pedido de casamento, e sem dar uma resposta, Beacon continua no lugar bebendo. Após um tempo, ele mexendo seu drink com o dedo, alguém se senta em sua mesa, na cadeira à frente: é Mimi.
“Inconsolado com o não da putinha?”
“Ela não respondeu sim nem não, Mimi”.
“E você acha que ela vai aceitar você como maridinho?” Dá uma gargalhada. “Tenha dó, meu querido”.
Ele a olha com um pouco de desprezo.
“Não! Você não está pensando em jogar nossos planos pro alto e viver feliz para sempre com essa Bunny do inferno, não é mesmo?” Ironiza pegando o copo da mão dele e tomando um gole.
“Não se preocupe, Mimi. Tudo está correndo perfeitamente bem. Amanhã filmamos a última cena”.
“Perfeito! Ou essa filha da puta bate as botas, ou então “Bunny Does LA” perderá sua investidora em potencial, e esse filmeco nojento não chegará sequer a ser lançado”.
Amanhece em Los Angeles ao som de “With Every Heartbeat - Robyn”. Imagens do litoral até chegarmos ao apartamento de Romeo.



Cozinha. Dawnie desperta deitada no chão frio. Confusa, não entende muito bem o que está fazendo ali, e percebe ainda estar vestida com a roupa do dia anterior.
“Bom dia, meu amor!” Romeo entrando, com uma xícara de café nas mãos. Levanta a xícara em direção a ela: “Estou curando minha ressaca, meu benzinho”.
Dawnie sem falar nada começa a se levantar e só então percebe que seu tornozelo está amarrado a uma corrente que segue até uma placa de metal chumbada no chão da cozinha.
“Mas o que significa isso? Você me acorrentou aqui, seu desgraçado!”
“Quem manda beber o uísque dos outros? Calminha, Dawnie. Percebe que a Bunny hoje não vai aparecer?”
“Você está louco, Romeo? Tire-me dessa merda de corrente agora mesmo!”
Romeo começa a assobiar andando pela cozinha, abrindo a geladeira.
“Ou você prefere que eu chame a polícia? Acho que não, não é? Você tem medo de polícia, meu amor”.
Ele se vira, joga com força ao chão um pote de geléia, sujando tudo de vermelho. Começa a gritar: “Saiba que a partir de hoje, você é minha! Só minha! Não tem mais polícia, não tem mais Kristen Beacon, não tem nem mais seu irmãozinho Griffin pra te tirar daqui. A partir de hoje, a piranha da Dawnie Bunny está morta e enterrada! E se não obedecer ao Romeo aqui, meu amorzinho, até mesmo a Dawnie Restwood também virará comida de verme, restando apenas esse cabelinho loiro e cheiroso no caixão” diz ele já agachado perto dela, tocando seus cabelos e os cheirando.
Ela recua para baixo da mesa, com a respiração ofegante, numa mistura de raiva e medo. Então começa a gritar por socorro.
“Shhhh. Não princesinha pornô, não gaste seu fôlego. Está morando aqui tem tanto tempo, e nunca percebeu ali na porta aquele revestimento a prova de barulho? Ou acha que eu, com os negócios que possuo, não deveria ser assim cauteloso? Gostou de sua linda corrente?” Muda o tom de voz: “Então, filha da puta, nem mesmo quem passar no corredor aí fora conseguirá ouvir alguma coisa aqui de dentro. Sem minha presença, você está ferrada!” Ele lhe dá um chute na barriga, e antes de sair da cozinha: “Estarei fora o dia todo; se sentir fome, pode lamber a geléia do chão”. E sai do lugar. Dawnie enche os olhos de água, mas não derrama uma lágrima.


Inicia off de narração ao som da música “Petrushka - Stravinsky”.
Enquanto ouvimos a narração, vemos as imagens descritas abaixo:

“Certa vez um famoso pianista filosofou, dizendo ser mais fácil tocar toda Petrushka de Stravinsky do que pedir uma bela moça em casamento. Casamentos que podem ser consumados entre beijos, entre cartões de crédito, e até entre correntes...”

Jardins da mansão Remington.
Nicholas sai da casa junto com Trevor, e chegam até o pátio onde está estacionada uma Land Rover novinha.
“Não acredito, Nick! É pra mim?”
“Mas é claro garanhão! Todo seu” diz ele entregando-lhe a chave.
Trevor o beija no rosto, agradece e corre para o carro.
Margaux apenas observa tudo calmamente da janela de seu quarto, no segundo andar.


Continua a narração.
“... Posso dizer que meu casamento não seguiu muito as regras, estando sempre amparado por intrigas e assassinatos. Sempre, então, quando ouço a marcha nupcial, ela me remete a música tocada quando os soldados partem para a guerra...”

Flat de Rachel.
Enquanto ela toma café, pega o celular e faz uma ligação.
“Howard, querido. Precisamos muito conversar. Charlie Townson está internada. Sim, sim. Os médicos dizem que é grave, e até estão sugerindo problemas psiquiátricos; mas só irão ter um diagnóstico final em breve. Então, meu querido, estou lhe convidando para substituí-la em sua ausência, na diretoria da revista. - pausa - Que ótimo que aceita a proposta. Então, preciso de você ainda hoje na minha sala”.


Narração.
“... Às vezes é preciso fazer da vida a dois uma guerra, onde é sempre necessário um tratado de paz para finalizá-la. Para um casamento de sucesso, é necessário apaixonar-se várias vezes, sempre pela mesma pessoa... Difícil?”

Mansão Remington. Quarto de Angela.
Ela está terminando de se arrumar para o trabalho, quando uma das copeiras bate na porta e entra sorridente com uma grande caixa branca nas mãos: “Srta. Angela, seu vestido de noiva chegou!”
“Mas como pode? Eles disseram que só conseguiriam entregar na semana que vem” fala encucada, pegando a caixa, colocando-a em cima da cama e retirando a fita de cetim rosa.
“A Srta. não está nervosa faltando apenas duas semanas para o casamento?” pergunta a empregada.
Angela olha para ela, e sem responder pede que saia do quarto. Sozinha, então, abre a tampa. Pula para trás, dando um grito, mãos no rosto, apavorada com o que vê dentro da caixa: um vestido branco, não o seu, com um coração de boi em cima, todo lambuzado de sangue, manchando todo o tule branco. Ela continua histérica, aos gritos, sentando no chão encostada-se à cômoda.


Narração.
“... Tente tocar, então, a Petrushka no piano, para depois tirar alguma conclusão. E sempre tenha em mente que felicidade é um caminho a percorrer, e não um lugar para alcançar...”

Apartamento de Brian.
Ele sai do banho nu, enxuga-se e depois começa a vestir sua roupa. Coloca um jeans mesmo sem cueca, e logo em seguida uma camiseta preta. Antes de calçar o par de tênis, abre uma das portas do armário e alcança uma caixa de sapatos. Abre e de dentro retira uma pistola preta. Deixa a caixa cair no chão e pega a arma com as duas mãos. Pensa um pouco. Faz como se fosse apertar o gatilho.


Narração.
“... E de forma alguma se sinta num funeral quando estiver entrando numa igreja. Mas se isso for inevitável, então sorria, pois se é para ser seu funeral, você pelo menos estará sentindo o cheiro de suas próprias flores”.

Escrito na primeira tela de créditos vem:
Jennifer Hart, personagem do seriado Casal 20, sempre viveu em Los Angeles, num casamento que já dura décadas”.