Sunday, October 22, 2006

Imagens da região de Wilshire, chegando até o Memorial Hospital. Ao som de “Jennifer Paige - Crush”.



Margaux está no quarto de Trevor, onde ele termina seu café da manhã, já sentado na cama.
“Em poucos dias você terá alta, e até sua total recuperação gostaria de ver-te morando lá em casa, onde terá um quarto preparado e todos os cuidados necessários”.
“Margaux, não precisa se preocupar assim comigo”.
“Hillary já está ciente, tudo já está resolvido. Você não irá mais morar naquela república de modelos que ela sustenta. Saindo desse hospital você será todinho meu, estará sob meus cuidados”.
Trevor fica encucado com essa história por um tempinho, mas conclui que pode ser umas boas férias. Sorri para Margaux e continua a comer sua gelatina verde. Ela levanta-se dizendo que tem muito que fazer na revista. Aproxima-se da cama, dá um longo beijo nele, que é interrompido por uma enfermeira, que traz alguns remédios. Margaux se despede dele e sai do quarto. Quando a porta se fecha a enfermeira aproxima-se da cama. Trevor começa a alisá-la nas pernas até chegar a apertar a bunda. Ela apenas joga a cabeça para trás e se entrega ao modelo. Ele dá um sorriso sacana quando começa a tirar sua calcinha.


Today. Sala de Angela.
Natasha está sentada à sua frente, escutando com atenção e anotando todos os itens que ela vai tagarelando sem pausas.
“Realmente, Srta. Remington, seu entusiasmo pelo noivado é nítido”.
“Uma das melhores coisas que aconteceu em minha vida em muitos anos” responde ela sorrindo.
“Ah, não esqueça da floricultura! Eles precisam entregar as orquídeas antes do anoitecer”.
“Não tem com o que se preocupar. Já está tudo confirmado. Seu jantar será um sucesso”.
Natasha levanta-se e vai saindo da sala, quando Angela chama sua atenção: “Você também está convidada Natasha”.
“Agradeço o convite, Srta. Angela, mas não posso aceitar” diz a secretária timidamente, se esquivando do convite, saindo em pequenos passos da sala.
Angela nem argumenta o não, pega o telefone e liga para o celular de Griffin, não obtendo resposta.


Apartamento de Romeo.
Ele e Dawnie deitados na cama nus; ela em seus braços.
“Não precisa vir com a história de que isso nunca aconteceu com você. Sabemos muito bem o motivo disso tudo” diz ela fazendo a mímica de uma brochada com o dedo.
“Não me venha com toda essa rivalidade entre vocês duas novamente”.
“É ela, Romeo. Mimi não faz bem para sua vida ou para a vida de qualquer um. Ainda mais agora que você está tendo que prestar esses favores sexuais a ela”.
“Tudo por sua causa”. Diz ele ríspido.
Ela levanta-se e senta na cama. Dá uma bofetada em seu rosto. “Nunca pedi que você vendesse seu pinto para o diabo, em troca de minha vida” ela levanta-se da cama. Ele ainda deitado pergunta: “Você preferia, no mínimo, estar com o rosto todo deformado por ácido, então?”
Ela não responde; apenas dá um grande suspiro e diz que precisa tomar banho por estar atrasada para seu encontro com Kristen Beacon, o produtor pornô.
“Não gosto muito dessa sua novidade de voltar a filmar pornografia”.
Ela coloca a cabeça para fora da porta do banheiro: “Você é a última pessoa que pode dar palpite no que eu faço da minha vida sexual”. Antes de trancar a porta ela o relembra sobre o jantar de noivado de seu “irmão”, na mansão dos Remington.


Edifício de Ron Maxwell.
Griffin está na portaria, onde foi barrado. Ele pede para ser anunciado e descobre que Ron não está em casa. Jimmy, o mordomo, atende o interfone. Griffin toma o aparelho da mão do porteiro: “Jimmy, escute, por favor. Preciso apenas de algumas informações sobre o Austin...”
Antes que ele termine a frase, Jimmy permite sua subida até a cobertura.
Griffin entra no apartamento já procurando pelo garoto.
“Não adianta procurar. Ele está com Ron”.
“Não vai me dizer que Ron já o está revendendo”.
“O Sr. Maxwell está fortemente inclinado a não vender esse pirralho” diz Jimmy em tom seco.
Griffin logo percebe o ciúme vindo do ex-menino de Ron, e aproveita-se disso: “Ajude-me a desaparecer com o Austin, Jimmy. E você não precisará dividir Maxwell com mais ninguém”.
O mordomo faz cara de que não está entendendo, e Griffin começa a explicar toda a idéia que tem em mente.


Revista Today.
Rachel está em sua sala conversando com Tessie sobre o noivado de Angela.
“... vou saber tirar um bom proveito desse jantar de hoje à noite” diz ela sendo interrompida pelo toque do telefone. É Natasha dizendo ser uma ligação de NY. Logo ela começa a falar intimamente com a pessoa que está do outro lado. Percebe Tessie interessada em sua conversa e a manda sair apenas com gestos das mãos. Tessie fica desconfiada do que possa ser tão importante, e depois que sai da sala logo corre para a sala de reuniões, pega um dos telefones e intercepta a conversa. Consegue apenas escutar as últimas frases: “... fatos muito interessantes. Toda a verdade sobre o caso de Alex”. Tessie continua repetindo a frase em sua cabeça, encucada com o que ela significa, e quem seria esse tal Alex.


West Hollywood. Apartamento de Brian.


Ele anda pela pequena sala, vestindo apenas um velho short amarelo, entediado. Liga o aparelho de som, procurando sintonizar alguma estação de rádio.
Deixa na estação onde está tocando “California Calling - The Beach Boys”.
Ele senta-se um pouco no sofá, mas, impaciente, logo levanta. Vai até o quarto. Dá uma olhada nos pertences de Griffin que estão ao chão. Percebe algumas roupas dele, usadas, jogadas. Um par de tênis velhos, jeans, camiseta branca, meias muito sujas e uma cueca também nitidamente usada. Ele senta-se na cama, pega a cueca do amigo e começa a alisá-la com os dedos, encostando-a em sua face. Deita-se na cama. Já está completamente excitado. Continua com a peça em uma das mãos, cheirando e passando por seu peitoral, enquanto com a outra, masturba-se, com seu short abaixado. Rapidamente explode em gozo. Continua deitado, sentindo a respiração normalizar pouco a pouco, ainda com a cueca branca agarrada na mão.


Noite. Imagens das ruas de Beverly Hills ao som de “Sugababes - Ace Reject”.



Uma Mercedes de luxo preta segue pelas ruas até chegar ao portão dos Remington, que se abre e o carro continua o trajeto, passando pelo grande jardim, todo iluminado, e chegando ao pátio principal de entrada, onde circunda o chafariz. A casa está toda acesa, e o abafado som de uma música calma, vem de dentro do lugar. Jonathan sai do carro, dá a volta e abre a porta do carona, de onde sai Mimi, num brilhoso e decotado vestido vermelho. Ele dá o braço a ela, e os dois seguem para dentro.

A câmera segue na frente dos dois, passando pelo hall de entrada e chegando a sala principal; onde se encontram Margaux e Angela, dando algumas últimas instruções ao maitre. John e Mimi adentram o cômodo. Margaux fica estupefata ao colocar os olhos em Mimi. Ela observa a cafetina de cima a baixo soltando um olhar congelante, depois solta: “Jonathan! Antigas amantes voltando à tona? O que aconteceu com as suas ninfetinhas? Recaída por plásticas?”
Nicholas que acabara de entrar, vendo a situação instalada, pega a mãe pelo braço com força, levando-a para o outro lado da sala.
“Por Angela, mamãe, seja íntegra. Comporte-se!”
“Como essa piranha tem coragem de pisar na minha casa?”
“Tá certo, existiram atritos entre vocês duas no passado, tenho conhecimento de tudo: ela ter sido uma das causas do seu divórcio, seu alcoolismo... mas tudo é passado! Pelo menos por mais uma noite, mostre-se melhor do que ela”. Margaux respira fundo e promete tentar.
Do outro lado da sala, Angela conversa com o pai e Mimi, taças nas mãos, cheia de felicidade nos olhos contando sobre o casamento iminente.
Ao fundo toca “Belle - What the Hell”.
Angela pede licença ao casal e vai até o hall, onde pega o celular e tenta ligar para Griffin, com quem não conseguiu contato durante todo o dia. Não obtém resposta: “Você não pode fazer isso comigo!” Pensa ela, tentando não demonstrar nervosismo.

Dawnie e Romeo a encontram entrando no hall. Os dois muito elegantes. Angela corre e a abraça: “Cunhadinha! Onde se encontra o traste do seu irmão? Não consigo falar com ele desde a manhã de hoje”.
“Acalme-se, Angela. Você já devia ter percebido que Griffin não é nada pontual”.
Angela cumprimenta Romeo e acompanha os dois até a sala. Romeo avista Jonathan e vai direto ao seu encontro, deixando Dawnie na companhia de Angela.
“Dawnie... Estou um pouco sem jeito por não ter muita intimidade contigo ainda, mas gostaria de fazer-lhe um pedido”.
Dawnie fica intrigada. “Mas o que é isso; seremos cunhadas! Peça o que quiser”.
“Gostaria que aceitasse o convite para ser minha dama de honra”. Angela pegando as mãos dela, que fica completamente sem saber o que responder.

Romeo chega até John e bate em suas costas. “Perdendo a filha, Jonathan!”
“Perdendo-a para um perdedor. Um michêzinho desqualificado”.
“Apesar de eu estar morando com a irmã de Griffin, não tenho ainda uma opinião formada sobre ele. Mas não se preocupe, já estou de olho no cara”.
“Você é um bom amigo, Romeo. Agora, conte-me sobre Marcus e como andam os nossos negócios”. Os dois continuam conversando sobre a ida de Marcus para a Venezuela e como Romeo está gerenciando todo o esquema do mercado negro de órgãos.
“Estamos prontos para começar. Faltam apenas os nossos “doadores”. Não se preocupe Jonathan, tudo vai dar muito certo”.
“Eu tenho certeza disso. Ainda mais com Mimi cuidando muito bem de nossa lista de nomes. Você sabe o talento que ela tem em escolher as pessoas certas”. Os dois bebem goles de seus uísques.
“Ainda hoje, meu amigo, vou revelar a você o nome da pessoa que quero encabeçar essa lista” diz Jonathan misturando seu drink com um dos dedos.


Melrose Avenue.


Joe e Marc estão saindo de uma lanchonete, seguindo para a Hollywood Boulevard.
“Cara, o Juan não quer te ver nem pintado de ouro lá no Hunt Club. Depois do que você aprontou, sou obrigado a concordar com ele; você pegou pesado, Joe”.
Continuam a caminhada, Joe de cabeça baixa, calado.
“Agora quero ver você conseguir arrumar outro lugar para dançar. É tudo uma máfia. Queimou-se em uma boate, queimou-se em todas”.
Um carro preto pára bruscamente ao lado dos dois, que se assustam e afastam-se para longe.
Dois homens truculentos saem e correm em direção a Joe. Marc afasta-se mais ainda.
“Joe McDermot?” Pergunta um dos leões de chácara. Mas sem dar muito tempo para que ele pensasse em responder, os dois já o agarram e o levam à força para dentro do automóvel.
Marc continua olhando assustado, concluindo que o amigo se meteu em mais uma enrascada.
O carro parte cantando pneus.


Beverly Hills. Mansão Remington. Ao fundo toca a música “Ladytron - Beauty”.
Dawnie está em uma sacada que dá vista para a piscina, com sua taça de champagne na mão, pensativa. Leva um susto quando um dedo a toca dos ombros ao pescoço. Vira-se rapidamente e dá de cara com Mimi.
“Tomando susto tão facilmente, putinha? Ainda temendo que desfigurem essa sua cara deslavada?”
Dawnie surpresa pergunta o que ela está fazendo ali naquele jantar.
“Isso não é de sua conta. Só estou dirigindo-lhe a palavra para deixá-la avisada a manter distância. Você é contagiosa!”
Dawnie se enfurece e pega o queixo de Mimi com a mão, forçando ela baixar a cabeça.
“Não recebo ordens de cafetinazinhas ordinárias. E já aproveitando o momento, vou te dar um recadinho...” ela quase encosta a boca perto de uma das orelhas de Mimi e sussurra “duvido que o Romeo coma essa sua bunda caída do jeito que ele me come. Você pode dar o quanto quiser pra ele; mas é para dormir ao meu lado que ele vai voltar todas as noites, que-ri-da!” E ela solta o maxilar de Mimi, que, em seguida, taca todo o líquido de sua taça na cara de Dawnie, escorrendo, então, pelo vestido de veludo branco. Dando passos para trás ela solta: “Bitch!”
Mimi solta uma gargalhada: “Vindo de você é um elogio. Vai lá, Julieta, pedir o cartão de crédito do seu Romeu pra comprar um vestido novo. Mas tome cuidado, não beba demais essa noite; alguém poderia te empurrar naquela piscina”. Dawnie fica tentando limpar seu vestido, enquanto a cafetina volta para dentro.

Peter e Charlie chegam, e são abordados no hall por Margaux.
“Peter, meu amor. Desde que soube de sua chegada aqui em Los Angeles, tento loucamente te contactar”. Os dois se abraçam. Ela continua: “Sinto tanto, tanto, tanto pela Carrie, minha menina”.
Após algum tempo abraçados em silêncio, Margaux percebe a presença de Charlie; mas finge não tê-la visto. Pega na mão de Peter e o carrega para sala. Charlie fica parada no hall, sabendo o porquê da frieza da mulher que ela tomou a vaga na revista.

Edifício de Ron Maxwell.
Jo e Griffin estão dentro do carro, perto do edifício, estacionado do outro lado da rua, esperando a ligação de Jimmy.
“Ele não me prometeu muito tempo sem a presença de Ron no apartamento. Teremos que ser objetivos”.
“Griffin, nós entramos, pegamos o Austin e saímos. Não acredito que teremos dificuldades nisso, se o tal mordomo realmente estiver disposto a nos ajudar”.
O telefone toca. Jo e Griffin se olham e ela faz sinal para que ele atenda logo. Depois de duas rápidas frases, ele desliga e diz que está tudo pronto. Os dois saem do carro, atravessam a rua e entram no prédio. No elevador, Jo aperta o botão do andar da cobertura várias vezes seguidas, mostrando nervosismo. Chegando lá, Jimmy já está com a porta aberta, na espera dos dois. Griffin já entra perguntando: “Onde está o menino?”
“No quarto, dormindo. Esperem aqui que vou buscá-lo”. E Jimmy some pelos corredores da cobertura.
Jo olha no relógio, passa a mão no rosto. A porta da frente ainda está entreaberta, e a porta do elevador abre-se novamente no pequeno hall. Ron chega e entra no apartamento surpreendendo-se com a presença dos dois, que se assustam com ele: “Ora, ora, ora. Então temos visitas!”


Jardins da Mansão Remington. De fundo toca a música “Rufus Wainwright feat. Dido - I Eat Dinner (When the Hunger's Gone)”.
Peter está de braços dados com Margaux, andando pela grama e conversando.
“Como sinto a falta dela. Você não tem idéia, Peter, de como esses anos todos trabalhando com Carrie, nos colocaram muito próximas. Ela era como uma filha; às vezes até muito mais valiosa do que os meus próprios. Sua ausência está sendo difícil”.
“Para todos nós, Margaux. Eu e mamãe não nos deixamos acreditar que ela tenha...”
Peter não consegue terminar a frase, senta-se num dos bancos do jardim, abaixa a cabeça. Respira fundo e retoma o diálogo: “Nós sabíamos que você cuidava dela como uma mãe. Ela nos reportava tudo. Sempre falava muito bem da relação entre vocês duas”.
Margaux senta-se ao seu lado. “Peter... Como eu gostaria de continuar esperançosa por um dia ela entrar por aquela revista, sorrindo como sempre, com seu cigarro acesso nas mãos. Mas precisamos enfrentar a realidade, ser um pouco mais racionais”.
“O que você está dizendo? Para desistirmos de encontrá-la?”
“Ela estava em coma, Peter. Vasculhamos todos os possíveis hospitais e lugares onde poderia estar internada lá em Cleveland. Precisamos ser fortes, e continuar a tocar nossas vidas”.
“Eu sinto que ela está viva, Margaux”.
“Sempre estará, meu querido. Nas nossas lembranças ela sempre estará”.
Ele começa a chorar. Ela o abraça.

Corta a cena para dentro da Mansão.
Charlie está sentada sozinha, num dos sofás. Jonathan passa em sua frente, a cumprimenta friamente e ela fica constrangida. Ele segue direto para o canto onde estão Romeo e Mimi conversando e toma a palavra: “Mimi, querida, chegou a hora de revelar o nome do nosso “doador” especial, que encabeçará nossa lista”. Mimi sorri, dizendo que já era hora. Romeo também se mostra muito curioso. Jonathan sai da frente dos dois e mostra Charlie sentada: “Voilá”.
Mimi olha para ele sem entender a escolha, depois segue o olhar ao encontro do de Romeo.
“Quero essa piranha sem córneas, sem rins, sem fígado, sem coração!” Finaliza ele.
A câmera foca Charlie, ainda sentindo-se constrangida no sofá.


Sala de jantar.
A mesa toda arrumada. Angela certifica-se que está tudo em ordem. Nicholas vai até ela: “Levando um bolo no dia do noivado, maninha? Que judiação! Isso parece ser seu carma: Já foi deixada pelo primeiro noivo, uma semana antes do casamento. E com esse agora, não consegue fazê-lo comparecer nem ao jantar de noivado?”
“Cale a boca, Nicholas. Onde se encontra seu garoto de programa, escolhido da noite de hoje, para te entreter?”
Ele aproxima-se mais da irmã: “Abra seus olhos, Angela. É a última vez que lhe dou conselhos em relação a esse Griffin”. Ela apenas vira as costas para ele e segue em direção a cozinha.

Cobertura de Maxwell.
Ele pergunta o que Griffin está fazendo ali, e quem é Jo. Logo Jimmy volta para a sala, com Austin ainda sonolento em seu colo. Ele também fica surpreso com a volta repentina de Ron.
“Alguém poderia explicar-me que diabo está acontecendo aqui?” Grita o dono do lugar.
Sem dar uma palavra Jimmy corre para a varanda com o garoto, posiciona-se na mureta, dando a entender que está prestes a jogá-lo prédio abaixo.
“Jimmy, o que está acontecendo? O que você está fazendo?” Pergunta Maxwell correndo, passando pela porta de vidro, sendo seguido por Griffin e Jo, que começa a ficar desesperada.
“Ron, eu quero você somente para mim de novo, como antigamente; chega de ficar em segundo plano. Eu te amo tanto! Não consigo mais suportar a presença desses meninos, afastando-me de você!” Grita Jimmy entre soluços, cada vez mais debruçado. Austin, completamente assustado, chora muito.
Griffin tenta amenizar a situação: “Não faça isso Jimmy! Tenha calma. Tudo pode ser resolvido da melhor maneira possível”. Jo, aos poucos, vai aproximando-se do mordomo, sem que ele perceba.
“Não Ron... Acabou! Esse garoto aqui você não terá mais!” Jimmy levanta Austin pelos braços e vira-se para a mureta, dando a entender que vai largá-lo.
“Não Jimmy!” Grita Maxwell, que corre para tentar impedi-lo, ao mesmo tempo em que Jo agarra Austin pelos braços e o puxa para seu colo com força, fazendo ela e a criança caírem para trás, no chão. Ron agarra Jimmy com força, mas não conseguindo controlar seu impulso, acaba empurrando o mordomo, e os dois ultrapassam a mureta, caindo pelos ares. Ouvem-se gritos, e Griffin ainda pode vê-los abraçados, terminando a queda de vinte andares em cima de um carro estacionado na rua, que estoura todos os vidros, soa o alarme e chama a atenção de dezenas de pessoas que começam a se aglomerar em volta. Griffin não consegue voltar a si, ainda olhando para baixo. Jo o grita, dizendo que precisam sair dali imediatamente. Ele concorda, pegando Austin, que ainda soluça e chora baixinho, no colo. E os três correm para a porta, saindo do apartamento.


West Hollywood. Leather Club X-Element.


Joe está nos fundos da boate, sendo espancado pelos mesmos dois homens que o abordaram na rua.
O traficante Ashton, com quem ele havia feito acordos, assiste a cena com um sorriso no rosto.
“Ashton... Eu vou te pagar tudo!” Grita Joe, já ensangüentado no rosto, com boca e sobrancelha cortadas. Ashton faz sinal para os dois homens pararem por um momento e aproxima-se.
“Cansei de esperar, riquinho” dá alguns chutes pelo dorso de Joe “peça um aumento de mesada para a mamãezinha, ou da próxima vez que nos encontrarmos, você vai abraçar o demônio”.
Ashton levanta o dedo para o alto, e os dois leões de chácara aproximam-se segurando um em cada braço de Joe, que cospe sangue. Ashton tira um alicate do bolso de seu terno, pega uma das mãos de Joe, e sem dó, arranca metade do dedo mindinho de sua mão esquerda. Joe urra de dor.
Ashton segurando o pedaço do dedo: “Apenas uma garantia de que receberei minha grana”.
Um dos homens carrega Joe para fora do lugar, jogando-o no meio de sacos de lixo, no beco ao lado da boate. Joe respira um pouco, deitado, segurando sua mão mutilada, ainda com muita dor.


Mansão Remington.


Rachel Dennis chega acompanhada de Howard. Angela os recebe no hall de entrada. Assim que o casal entra na sala, Margaux que está conversando com Dawnie, pede licença, já prevendo o que pode acontecer. Logo Jonathan vem em passos largos até a entrada, empurra Rachel com as mãos e soca o queixo de Howard, subitamente, sem que ele possa reagir. Ele desequilibra-se e se escora na parede. Chamando a atenção de todos os presentes, ele logo se recompõe e avança em cima de John.
Nicholas e Romeo correm e o seguram, tentando apartar a briga.
“Saia dessa casa, seu verme. Você nunca será bem-vindo em qualquer lugar onde eu esteja”. Grita Jonathan ainda com vontade de socar mais. Margaux o segura, forçando-o para levá-lo para outro lugar da casa. Mimi e Angela assistem tudo de longe.
“Você ainda vai lamber meus sapatos, Remington!” Grita Howard dando cotoveladas em Romeo e Nicholas, fazendo-se soltar. “Rachel, estou de saída” diz dando uma cuspida no chão da sala. Ela o segue pelo hall até a porta de saída. Já nos jardins, indo em direção a seu carro, ele e ela discutem um pouco. Rachel resolve ficar. O carro parte, passando com velocidade ao lado da parte do jardim onde estão Peter e Charlie sentados perto de um poste de luz.

Charlie continua a consolar Peter, ainda muito abalado.
“O que você está pensando em fazer a partir de agora?” Pergunta ela.
“Estou completamente desnorteado. Uma parte de mim concorda com Margaux, dizendo para seguir em frente; mas aqui dentro, eu sinto minha irmã muito viva ainda”. Bate ele no peito.
“Por mais que eu não queira, Peter, eu tenho que concordar com Margaux. Depois do pente fino que a polícia passou em Cleveland. Não podemos ficar esperando milagres”.
Peter pede um abraço para ela. Abraçados os dois emocionam-se.
Inicia-se a música “Rachel Goswell - Coastline”.
Charlie passa a mão pela testa de Peter, afastando seu cabelo. Ele abre os olhos devagar, levanta a cabeça. Olha nos olhos dela por alguns segundos, levanta a mão e toca com a ponta do dedo em seu nariz, começando um carinho lento. Com as costas dos dedos toca sua face. Ela contorce o pescoço para o lado, fechando os olhos. Respiram. Ele toca seus lábios, chega mais perto. Ela pode sentir sua respiração. Os dois sentem a respiração um do outro. Tocam rosto com rosto, acarinhando-se.
Sentem seus cheiros, e gostam do que sentem. As mãos deles alcançam suas costas. Abraço apertado. Ela apóia a cabeça em seu ombro. Ficam assim por algum tempo.
“O que está acontecendo conosco, Peter?”
Ele coloca o dedo indicador na frente da boca dela: “Não fale nada. Apenas fique aqui comigo, por favor”. Eles fixam olhares mais uma vez. Encostam seus lábios devagar, quase em câmera lenta. Beijam-se.



Aeroporto de LA.
Griffin está despedindo-se de Jo e Austin no saguão, entregando a ela documentos: “Não foi muito fácil consegui-los; espero que vocês não tenham nenhum problema com eles. Está tudo aqui: o passaporte e a certidão de nascimento falsa”.
“Não tenho como agradecer tudo o que fez, Griffin. Isto é seu” diz ela entregando um envelope pardo, que Griffin abre e vê suas fotos tiradas no leilão, além de seus negativos.
A última chamada do vôo para a Bósnia é anunciada.
“Precisamos ir, vamos viajar de avião!” diz ela ao garoto, ainda muito assustado com tudo o que está havendo. Griffin e Jo se abraçam. Ele abaixa-se e dá uns leves cascudos na cabeça de Austin: “Cuide-se campeão!” E continua ali parado observando Jo e o filho afastando-se e sumindo entre as filas de pessoas.


Mansão Remington.
Peter está conversando com Margaux sobre o processo colocado em cima da revista Today, pelo desaparecimento de Carrie.
“Como já havia dito, você tem meu total apoio”.
“Como você pode ser tão hipócrita, Margaux?” Diz Rachel, que estava ouvido o que os dois falavam e entra sem permissão na conversa: “Você dá apoio a quem está prejudicando sua revista?”
“Que eu saiba, não mando em mais nada naquele lugar. Quero que todos se explodam, incluindo você, lambisgóia. Agora cale a boca, antes que te expulse daqui, como Jonathan fez com seu novo amante”.
Peter intervém nas desavenças das duas, retirando Margaux dali, levando-a em direção à sala de jantar. Rachel continua séria, parada, bebericando seu drink.

Após um tempo, todos estão sentados à mesa, jantando, quando Griffin entra, esbaforido na sala.
Angela levanta-se e vai até ele, já despejando várias perguntas, irada.
Dawnie percebe a encrenca formada, levanta-se também: “Como está mamãe, Griffin?”
Todos direcionam os olhares para ela. Griffin respira mais aliviado e entra na armação de sua amante: “Não muito bem, maninha. Precisará ser internada”.
“Griffin, você nunca comentou nada sobre sua mãe estar doente. Nem mesmo sabia que você tinha mãe viva”. Assusta-se Angela.
Os dois continuam a inventar mentiras e a chata situação do atraso dissipa-se.

Termina o jantar e Griffin levanta-se, inicia um discurso sobre o quanto ama Angela e de como será feliz com ela. Sentada ao seu lado, Dawnie olha entusiasmada. Angela solta lágrimas. Griffin aproxima-se dela, tira as alianças do bolso. Primeiro ela coloca uma delas em seu dedo. Em seguida ele pega sua mão, beija: “Com esse anel, vejo minha vida a seu lado, Angela Remington, por muito, muito tempo”.
Dawnie faz cara de vitoriosa e consegue segurar seu riso.
A câmera fecha em seus olhos.

Inicia off de narração.
Enquanto ouvimos a narração, vemos as imagens descritas abaixo, ao som da música “Plumb - Blush (Only You)”:

“Uma vez dentro da cidade, pra sempre acorrentado a ela. Alguns bons amigos, algumas boas recordações. Casamento desfeito, de amigos a inimigos, família ameaçada, filho perdido... Equilíbrio? Acho que não...”

Dentro do Avião com destino à Bósnia.
Jo está no assento ao lado de Austin, que dorme profundamente. Ela fica o observando por vários minutos, sem conseguir se dispersar. Seus olhos brilham. Ela levanta a blusa dele, procurando pela marca de nascença que seu filho possui. Olha e não a encontra. No fundo de seu coração ela sempre teve a certeza de que esse não era o seu Austin. Pensa que isso não importa, e dá um sorriso de felicidade, ajeitando o travesseiro do menino e beijando-lhe a testa.


Narração:
“... Consegui retirar as algemas, saindo, fugindo dessa masmorra ensolarada; de nada adiantou. Poucos anos se passaram, algum tempo se perdeu, e novamente a cidade canta vitória...”

Sala da mansão Remington.
Após o jantar, Mimi está conversando com Charlie. Sorriem, brincam e divertem-se. Jonathan observa de longe e gosta do que vê. Mimi olha em sua direção por cima dos ombros de Charlie, sem que ela perceba. E apenas com os olhos eles se comunicam. Os dois concordam que não vai ser nada difícil colocar a caça na armadilha.


Narração:
“... Novamente no meio dessa teia de máscaras e jogos de azar; onde o que está apostado é a iniciativa de se tentar um lugar ao sol. Em meio a irmãs vindas do inferno, amantes enterrados vivos, mortos retornando à vida... Cidade de anjos caídos. Situações surreais. Sentimentalismo irreal. Realidade distorcida...”

Mansão - Um dos banheiros no andar superior.
Griffin e Dawnie estão trancados, transando. Ela sentada na pia, abraçada a ele, agarrando forte suas costas. Ele com as calças abaixadas, beijando sua nuca, penetrando-a num movimento frenético. Os dois gemem baixo. Ele agarra seu cabelo e puxa com força para trás, fazendo-a levantar o queixo. Dá alguns tapas em sua face. Ficam transando por alguns minutos até chegarem ao gozo, juntos. Recompõem-se, vestem as roupas, lavam seus rostos e saem do banheiro. Primeiro ela, e logo depois ele. Rachel que passava pelo corredor, se esconde ao ver Dawnie; também vê Griffin e logo saca tudo o que está acontecendo. Sorri maliciosamente.


Narração:
“... Sem palco para ilusões. Nada é o que parece ser. Vire do avesso, olhe de costas, reflexos em espelho. Tente não focar; quanto mais nítido, menos verdadeiro será...”

Sala da mansão.
Alguns dos convidados tomam licor. Outros apenas estão sentados conversando. Alguns já se preparam para as despedidas. Margaux vem descendo as escadas quando Joe entra na sala. Todos se assustam com seu estado, todo machucado e com a roupa ensangüentada. Margaux corre até ele, preocupada, perguntando o que aconteceu. Todos se levantam. Joe nada fala; apenas tira uma pistola preta da cintura, escondida debaixo da camisa. Expressões de pavor em toda a sala.
Margaux estende as mãos em sua direção, apavorada, sem saber o que fazer.
Cessa a música.
Ouve-se apenas um único tiro.

Narração:
“... Arrepio na espinha, esqueletos no armário, madrugada viva, morte na fogueira. Não adianta tentar escapar, só o que vai conseguir é permanecer por aqui. Talvez um bom vizinho, uma boa cerca branca em volta de uma grama verde. Quem sabe, não custa tentar”.
Escrito na primeira tela de créditos está:
Jane Andrews Mancini, personagem do seriado Melrose Place, nasceu em Chicago, e entre idas e vindas, mora em Los Angeles a mais de dez anos.”

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