Monday, July 24, 2006
1.03 – OS CAMELOS NUNCA ESQUECEM - "CAMELS NEVER FORGET" - Writing by Rodrigo Di Biase
Noite. Motel em Santa Barbara.
Nicholas acorda nu, sozinho na cama, ainda um pouco tonto pelas muitas doses de uísque.
“Richard?” chama ele levantando da cama, procurando pelo garoto de programa que contratara.
Vai ao banheiro, lava o rosto. Olha-se no espelho por alguns minutos. Só então, pelo reflexo, percebe seus pertences jogados pelo chão do quarto. Documentos, chaves, carteira. Junta as coisas e vê que foi roubado. Xinga.
Dawnie acorda no canto de um grande galpão, em cima de um monte de jornais velhos. De início fica meio confusa, mas logo se lembra do golpe de Mimi. Assim que sua visão se acostuma com a penumbra do lugar, levanta-se e começa a percorrê-lo com os olhos. Percebe a presença de duas outras pessoas. Duas mulheres. Vai até uma delas, que está sentada, encostada na parede em frente.
“Oi. Saberia dizer-me onde estamos?”
Não obtendo resposta, percebe que a jovem está chorando baixo. Dawnie abaixa-se e tenta confortá-la. A outra mulher, que está em pé, chega mais perto.
“Você tem um cigarro?”
Dawnie balança a cabeça negativamente. Levanta-se. “Onde estamos?”
“Entrando de férias, esperando nosso embarque. Já fez seu check-in?”
Dawnie assusta-se, agora percebendo tudo o que está acontecendo.
Nicholas acorda nu, sozinho na cama, ainda um pouco tonto pelas muitas doses de uísque.
“Richard?” chama ele levantando da cama, procurando pelo garoto de programa que contratara.
Vai ao banheiro, lava o rosto. Olha-se no espelho por alguns minutos. Só então, pelo reflexo, percebe seus pertences jogados pelo chão do quarto. Documentos, chaves, carteira. Junta as coisas e vê que foi roubado. Xinga.
Dawnie acorda no canto de um grande galpão, em cima de um monte de jornais velhos. De início fica meio confusa, mas logo se lembra do golpe de Mimi. Assim que sua visão se acostuma com a penumbra do lugar, levanta-se e começa a percorrê-lo com os olhos. Percebe a presença de duas outras pessoas. Duas mulheres. Vai até uma delas, que está sentada, encostada na parede em frente.
“Oi. Saberia dizer-me onde estamos?”
Não obtendo resposta, percebe que a jovem está chorando baixo. Dawnie abaixa-se e tenta confortá-la. A outra mulher, que está em pé, chega mais perto.
“Você tem um cigarro?”
Dawnie balança a cabeça negativamente. Levanta-se. “Onde estamos?”
“Entrando de férias, esperando nosso embarque. Já fez seu check-in?”
Dawnie assusta-se, agora percebendo tudo o que está acontecendo.
ABERTURA
You Tube (menor qualidade)
http://www.youtube.com/watch?v=OC9vJuQwHCg
Rapidshare (maior qualidade)
http://rapidshare.de/files/25073094/LA_abertura.avi.html
http://www.youtube.com/watch?v=OC9vJuQwHCg
Rapidshare (maior qualidade)
http://rapidshare.de/files/25073094/LA_abertura.avi.html
Vemos imagens de prédios iluminados do centro de Los Angeles ao som de “Los Angeles Is Burning – Bad Religion”. Câmera chega à entrada do apartamento de Charlie.
Ela está abrindo a porta e preparando-se para sair. Chama o elevador. Olha o relógio. Quando chega, dentro está Howard. Charlie recua.
“Difícil te encontrar por esses dias, não é loirinha?”
“Estou tendo dias cheios. Mas iria entrar em contato com você.”
“Acredito em você. Mas precisamos conversar agora.” Diz ele agarrando-a fortemente pelo braço e a puxando, com violência, para a sua porta. Ela reclama que ele a está machucando.
“Vai saber o que é ser machucada se continuar me enrolando!” Manda-a abrir a porta e a empurra para dentro.
Restaurante em Santa Mônica.
Griffin está jantando com Angela. Nota-se pelo brilho em seus olhos que está completamente apaixonada. Falando sem parar sobre arrumar um bom emprego para ele na Today, num tom autoritário. “Você não vai mais precisar ficar pulando de subemprego em subemprego. E principalmente, nunca mais sexo por dinheiro!”
Griffin olha para ela, fingindo ouvir tudo e concordar. Mas seu pensamento está longe, em Dawnie. Pede licença e levanta-se seguindo até o toalete. Dentro do banheiro pega o celular e liga. Ouve a caixa postal de Dawnie. Desliga pensativo. Minutos depois, ao retornar à mesa, Jonathan está sentado junto à filha.
“Papai chegou finalmente! Papai, este é Griffin.”
Um olha na cara do outro e se cumprimentam. Griffin senta-se. Jonathan logo traça seu perfil.
Ele faz algumas perguntas sobre trabalho para a filha ignorando a presença dele. O garçom o entrega um copo com uísque.
Griffin interrompe. “Gosto muito de algumas de suas publicações Sr. Remington. É realmente um prazer conhecê-lo pessoalmente.”
Jonathan pára. Olha para frente fitando-o. “Sinto não poder dizer o mesmo.” Vira-se para Angela. “Querida, não aprovo essa sua companhia.” Levanta-se dá um beijo no rosto dela e diz ter um compromisso. Sai. Angela vai atrás desconcertada. Griffin apóia a cabeça, com as mãos na nuca, recostando-se na cadeira.
Pasadena. Clínica Woodsboro.
Margaux está em seu quarto. O enfermeiro Kevin trás alguns medicamentos. Pára ao lado da cama, coloca a bandeja no criado mudo. Começa a preparar as pílulas. Margaux coloca a mão e alisa sua bunda. Aperta. Ele para o que está fazendo. Ela chega com os dedos no volume da frente de sua calça. Logo ele se excita e vai até a porta, trancando-a. Volta tirando a camisa e abrindo a braguilha. Vai se posicionando para que Margaux o chupe. Antes ela o segura. “Depois disso, você me tira daqui hoje!”.
Ele afirma que sim só balançando a cabeça. A segura pelo cabelo e começa o sexo oral.
Após o gozo, ajeita-se. Pega a bandeja. Deixa as pílulas indicadas. Margaux espera alguma reação.
“A que horas posso encontrá-lo? Como faremos?” Ele nada responde. Sai do quarto. Tranca a porta por fora. “Você precisa me tirar daqui!” grita ela dentro do quarto. Ele segue o corredor assoviando.
Amanhece. Imagens do tráfico ao caminho para o aeroporto ao som de “Love at First Sight - Kylie Minogue”
Carrie está no saguão do aeroporto olhando para o painel com os horários dos vôos. Dão um aviso que o vôo vindo de Cleveland pousou no horário marcado. Minutos depois Brett Cooper sai da área de desembarque. Carrie segura um papel escrito seu nome. Ele se aproxima, tira os óculos escuros.
“Se me dissesse que era tão bonita, teria vindo mais rápido!”
Carrie sorri. Saindo do saguão começa a explicá-lo toda a situação de Margaux.
Já no carro de Carrie.
“Terei o maior prazer em ajudar Margaux. Devo a ela minha transferência para Los Angeles anos atrás.”
“Tinha conhecimento disso. Por isso o contactei Doutor Cooper.”
“Por favor, pra você sou apenas Coop.”
“Vou deixá-lo no hotel. Estou atrasada para uma reunião na revista. Mais tarde nos encontramos para acertarmos tudo.”
“Sim. Eu preciso antes rever um amigo.”
Os dois continuam conversando sobre o assunto.
Santa Mônica Boulevard. West Hollywood.
Joe olha uma revista que tem nas mãos procurando pelo endereço do estabelecimento que procura.
Percebe que está em frente a ele. Um famoso e descolado gay club. Entra e pergunta informações sobre Juan, o dono do local.
Um dos faxineiros aponta para uma porta no final de uma escada. Joe sobe e bate.
Uma voz firme responde. “Entre!” Dentro da sala, encontra um homem de seus 45 anos, bigode, atrás de uma mesa falando ao telefone. Juan faz sinal para que se sente e espere. Após 10 minutos ao telefone, ele lhe dá atenção.
“Em que posso ajudá-lo?” pergunta levantando-se da mesa, mostrando certa hostilidade.
“Gostaria de um emprego aqui no seu club. Sou amigo de Brian DeSoto, que já trabalhou aqui por algum tempo e indicou-me...” Sem que pudesse terminar Juan o manda tirar a roupa.
Joe pensa por alguns segundos e acaba fazendo o que ele pediu.
“Só estou precisando de strippers no momento. Se souber dançar e for bem dotado, tem grandes chances de uma vaga.”
Joe arma um sorriso forçado e finaliza tirando a cueca. Juan observa e o manda virar de costas.
“Agora se você me fizer dar uma boa gozada, o emprego é seu!”
Joe fica visivelmente constrangido. Mas seu único pensamento é a necessidade da vaga.
Juan senta na poltrona gasta e empoeirada. Joe vai até ele e começa a tentar excitá-lo.
“Vamos... Sei que pode fazer muito melhor do que isso!”
Joe acaba numa transa forçada, sendo penetrado por Juan. Após o orgasmo, Juan segue para o banheiro: “Você começa hoje à noite”.
Hall de entrada da revista Today. A câmera segue Tessie, até a sala de reuniões.
Jonathan, com Rachel a seu lado, apresenta-a a toda equipe.
“A partir de hoje Rachel será meu braço direito e meus olhos aqui dentro da Today. Apesar de gostar muito dessa minha publicação, não é a única que possuo, e sendo assim não posso dar a atenção necessária para sua boa direção. Rachel Dennis é a nova diretora-executiva.”
Angela não reconhece as palavras do pai. Lança-lhe um olhar gelado. Nicholas não acredita no que acabou de ouvir. Os dois filhos se entreolham e trocam meia dúzia de gestos sugerindo preocupação. Jonathan senta-se e Rachel assume a reunião.
“A primeira coisa que gostaria que soubessem é que não cheguei aqui para colocar essa redação de cabeça para baixo, ou mesmo iniciar uma caça às bruxas. Todos irão continuar com seus respectivos cargos.”
Carrie, atrasada, entra apressada na sala. Leva um grande susto ao ver Rachel. As únicas palavras que consegue dizer é o nome dela. Respira fundo e senta.
“Carrie Fairchild! Atrasada como o usual. Pensou que fosse ficar livre de mim pra sempre, querida?” Todos os participantes da reunião ficam sem saber o porquê das farpas que estão sendo trocadas entre as duas. Jonathan levanta-se. “Para que todos compreendam, Rachel chefiava a revista onde Carrie era colunista, em NY.”
“Uma boa revista, onde estive por alguns anos numa bem sucedida direção.” Completa Rachel.
“E aposto que foi mandada embora pelo velho Allen, quando ele cansou de tê-la em sua cama.” Ironiza Carrie acendendo um cigarro. Rachel anda calmamente até ela. Tira o cigarro de seus dedos.
Apaga-o na mesa. “Não permito que fumem na minha presença.”
Carrie levanta-se, fica frente a frente com a antiga inimiga. Lança um olhar cínico. Dá um soco no nariz de Rachel, que caí no chão.
“Isso é por ter tornado minha vida um inferno. Há tempos queria ter dado o troco. Estamos quites!”
Jonathan e outros presentes acodem Rachel levantando-a. Seu nariz está com um pequeno sangramento, que ele limpa com um lenço.
Carrie já está na porta da sala quando Rachel grita que ela está despedida.
Melrose Avenue. Academia Hardbody.
Brian e Griffin conversam enquanto um ajuda o outro nas séries de musculação.
“Então você está gamadão na ricaça, é? Se deu bem!”
“Não cara! Não é na Angela que estou falando. É na Dawnie! Essa sim está acabando com meu sossego. Sabe, parece que temos uma conexão. Não consigo parar de pensar nela um segundo.”
Brian vai até um canto e pega algumas anilhas.
“E a Maggie, onde fica nisso tudo?”
Griff levanta do aparelho, limpa o suor da testa. “Maggie vai ser a mãe de meus filhos. Sempre vai estar aqui dentro.” Diz batendo no peito. “Mas a Dawnie é especial.” Pensa um pouco e rebate a pergunta. “E você cara? Quando é que vai se amarrar?”
“Tô curtindo alguém sim. Qualquer hora te apresento.” Brian senta no aparelho e começa a se exercitar.
Nicholas e Jonathan entrando em um restaurante. Downtown.
Jonathan diz estar muito preocupado com Angela e o seu novo casinho. “Precisamos abrir os olhos de sua irmã em relação a esse aproveitador.”
Um bonito e jovem garçom leva os dois até uma mesa. Nicholas cruza olhares com ele. Sentam.
“Angela já está bem crescidinha para ficarmos de babá. Ela não é mais uma adolescente ingênua.” “Tenho certeza que esse tal de Griffin está armando alguma. Um prostituto!”
“Olha só quem está falando! Jonathan Remington, o rei das prostitutas. Papai poupe-me de seus comentários hipócritas. Se esse cara aprontar alguma pra cima dela, aí sim tomamos providências. Deixe sua filha transar um pouco, tirar as teias de aranha”.
“Não gosto da maneira que você fala. Tenha mais classe.” O telefone de Jonathan toca.
É Charlie querendo marcar um encontro de negócios. Ele cede e marca para se encontrarem no dia seguinte na Today. Enquanto Jonathan está distraído com ela, o garçom chega trazendo os cardápios. Nicholas diz que precisa ir ao banheiro e ao levantar-se passa a mão na perna do cara. O garçom o segue e se encontram no banheiro masculino. Nicholas o coloca escorando a porta, e começa a beijá-lo tirando sua camisa.
Imagens da cidade anoitecendo, as luzes se acendendo ao som de “When You’re Gone – Brian Adams with Melanie C”. Câmera entrando no condomínio Melrose Place.
Brett Cooper está entrando no portão quando cruza com Megan. Ela se assusta ao vê-lo, mas não consegue esconder um sorriso. “Coop! O que está fazendo aqui em Los Angeles?”
“Visita rápida para matar saudades de velhos amigos.” Se abraçam. Ele dá um beijo em sua face mostrando o carinho ainda existente entre os dois. Conversam por alguns minutos. Ela conta sobre sua galeria de arte e a gravidez. Brett fica feliz ao saber das novidades. Ele pergunta sobre Michael Mancini. Megan aponta uma das portas verdes. Despedem-se. Ao passar pelo pátio da piscina Brett relembra algumas pessoas que teve contato quando viveu ali. Sente-se bem com essa nostalgia. Bate no apartamento indicado por Megan. Michael abre a porta e quase não acredita ao vê-lo. “Quem é vivo sempre aparece!” Os dois se abraçam e Michael o convida a entrar.
“Não tenho muito tempo, Michael. Preciso da sua ajuda.” Michael solta um sorriso vitorioso por ter chegado esse momento: O dia em que Brett Cooper precisaria de sua ajuda. Começa a ouvir tudo sobre Margaux e o plano para tirá-la da clínica Woodsboro.
Galpão onde está Dawnie.
Ela, Leigh e Sue já estão mais entrosadas. As duas não compreendem como Leigh está ali por vontade própria.
“Você não tem nem idéia pra onde estão nos mandando. Como pode ser tão inconseqüente?” Diz Dawnie balançando a cabeça.
“Não tenho nada aqui em Los Angeles. E essa possibilidade de uma vida nova lá fora parece uma grande oportunidade.”
“Coloque teus pés no chão! Prostituição, escravidão sexual. Você está indo pro inferno!”
Dawnie continua discutindo e são interrompidas por um barulho de avião pousando, percebendo, então, que estão perto de algum aeroporto.
“Precisamos escapar daqui! Sue, pare de choramingar e ajude-me a procurar alguma janela nesse lugar. Vamos!” As duas começam a tatear as paredes sujas do escuro local. Leigh acende um isqueiro e senta no chão. “Daria tudo por um cigarro.”
Pasadena.
Michael e Brett estão no carro de Carrie. Os três passam pela placa de entrada da clínica.
Brett está visivelmente preocupado. “Você tem certeza que conseguiu nosso passe de entrada Michael?”
“Não me subestime Brett. Fiz minha parte.”
Carrie estaciona o carro na frente da entrada da clínica. “Parem de discussão vocês dois. Vamos começar nosso show.” Os três seguem até a recepção. Brett abraça Carrie e Michael, vestindo um jaleco, vai à frente.
“Boa noite. Meu nome é Dr. Mancini e fiz uma reserva para a senhora Betsy Shaw.”
Ao ouvir o nome inventado, Brett olha zangado para a cara de Michael e sussurra:
“Nenhum respeito pelos mortos, Michael!”
A recepcionista checa a reserva. E chama um enfermeiro para levá-los ao quarto. O mesmo enfermeiro, Kevin, que se aproveitou de Margaux. Ao assinar o livro de internação, Michael procura pelo nome de Margaux e descobre em que quarto ela está. Passam por grandes corredores. Carrie observa todas as portas. Sobem uma grande escadaria para o segundo andar. Ao chegar ao quarto indicado, Kevin destranca a porta. Brett percebe que ele deixa a chave na fechadura. Ele e Michael entram no quarto junto do enfermeiro. “Agora!” grita Brett. Os dois seguram o brutamonte e o jogam na cama. Saem correndo do quarto e Carrie tranca a porta por fora.
“Quarto 328. Terceiro andar.” Fala Michael, com os três já correndo em direção à escada, enquanto ouvimos o enfermeiro esmurrando a porta.
Imagens de um pequeno aeroporto clandestino nos arredores da cidade. Descobre-se ser ali o cativeiro de Dawnie.
Ela e Sue conseguem achar uma janela quebrada e destrancada. Tentam escapar com dificuldade pelo pequeno espaço que oferece passagem. Dawnie consegue empurrar Sue para fora. Leva um susto quando um barulho de portas de ferro se abrindo ecoa no galpão. A luz adentra o lugar. Dois homens entram e logo percebem o que estava se passando. Um deles faz sinal para que o outro vá para fora atrás de Sue. Leigh continua em seu canto sentada. Um deles vai até Dawnie e a agarra, jogando-a na parede. “Não vai escapar vagabunda!” Sue é trazida para dentro pelo outro homem. Está chorando em soluços. Também é jogada ao lado de Dawnie. Os dois afastam-se delas e fazem uma ligação. Sue e Dawnie se abraçam. Leigh observa tudo. Os homens retornam até elas dizendo, um para o outro, que eles ainda têm uma hora antes do horário marcado. Entreolham-se e apontam para Sue. Um deles a puxa e a coloca nas costas. “Vamos brincar um pouquinho piranha.” Diz batendo com a mão em sua bunda. Sue se desespera, gritando para que Dawnie a ajude. Mas o pavor toma conta até mesmo de Leigh, que aproxima-se de Dawnie. Os dois brutamontes colocam Sue em cima de uma mesa, abrem seus cintos e desabotoam seus jeans. Enquanto um segura a jovem, que se debate e grita desesperadamente, o outro tapa sua boca com uma das mãos e com a outra a imobiliza. Eles a estupram várias vezes revezadamente.
A câmera foca nos olhos apavorados de Sue e depois de Dawnie que está abraçada com Leigh.
Clínica Woodsboro.
Carrie abraça Margaux ao entrar em seu quarto. Brett diz que precisam sair logo dali.
Os quatro começam a percorrer o corredor que vai dar na escadaria. Ouvem gritos vindos não de muito longe. Enfermeiros começam a aparecer, entre eles o que trancaram no quarto.
Michael desce as escadarias puxando Margaux, Brett vai logo atrás. Um dos enfermeiros agarra o braço de Carrie, encostando-a na mureta da escada. Na briga, tentando se soltar acaba perdendo o equilíbrio e caindo no vão. Brett observa seu tombo e corre para o andar de baixo onde ela está desacordada no chão. Michael e Margaux olham para trás já chegando ao térreo, mas Brett faz sinal para que continuem. Ele chega perto de Carrie, e por alguns momentos a observa desacordada, passa a mão em sua cabeça, ficando alguns segundos em êxtase. Os enfermeiros vão descendo as escadas. Brett pega Carrie no colo e corre. Consegue sair da clínica, onde encontra Michael e Margaux já com o carro ligado. Deita Carrie no banco de trás e entra. Michael canta pneus, saindo da clínica. Passam pela placa que está escrito: “Woodsboro – Cuidamos do seu bem estar”, e Margaux solta a frase: “O pesadelo acabou!”
No pequeno aeroporto.
Dawnie, Sue e Leigh estão do lado de fora do galpão, escoltadas pelos dois capangas. Ao longe, perto de um jatinho aceso na pista, estão outros três homens, dois de terno e um outro, de sobretudo preto. Dawnie tenta, mas não consegue reconhecer nenhum deles. As três são praticamente empurradas até o avião. “Não sei mais se estou fazendo a coisa certa.” Lamenta Leigh para Dawnie.
“Tenha certeza que não está.”
Começa a tocar a música “Strong World - Ivri Lider featuring Idan Raichel”
As três são embarcadas. Dawnie tenta olhar bem para as fisionomias dos homens que estão perto do avião. O homem vestindo o sobretudo é Romeo, que a observa bastante enquanto é empurrada, quase à força pela pequena escada do avião. Já embarcadas, Romeo cumprimenta os outros dois homens que entram no avião em seguida. Romeo se afasta. Um deles fala algo em árabe para o piloto. O outro tranca a porta. Ignição. Dawnie observa Romeu parado na pista, pela janela, que acena contidamente para ela. O avião decola.
Câmera nos olhos de Dawnie com o nariz encostado na janela. Lágrimas. Câmera nos olhos de Romeo, inexpressivos.
Amanhece. Câmera percorre o prédio da Today.
Jonathan está na sala de reuniões com Charlie. Ela conta entusiasmada seu objetivo em querer escrever sua biografia. Ele não gosta muito da idéia, mas está visivelmente entusiasmado com o brilho nos olhos dela, chega quase a ficar hipnotizado.
“Sr. Remington? O senhor está bem?” Pergunta ela o despertando de seu quase transe.
“Gosto da idéia Charlie. Quando pode começar sua pesquisa?”
Charlie contêm-se em soltar um grito de entusiasmo.
Nesse momento Jonathan surpreende-se com certo rebuliço de vozes vindas do hall de entrada. Ele levanta-se e pede para que Charlie espere um minuto.
Margaux está entrando na revista com um grupo de advogados atrás. Tessie tenta avisá-la sobre a presença de Rachel e Jonathan. Mas a comitiva continua seguindo para sua sala.
Chegando lá Rachel está sentada à sua mesa. “O que pensa estar fazendo sentada aí?”
Rachel não entende o que está acontecendo.
“Aposto que deve ser alguma das vagabundas que dormem com Jonathan. Você não tem nem um minuto para tirar essa bunda de minha cadeira e sumir dessa revista.”
Os advogados expulsam Rachel da sala. Margaux senta-se.
Rachel vai direto atrás de Jonathan, o encontrando nos corredores.
“Jonathan, uma maluca adentrou minha sala e...”
“Acabou de conhecer Margaux.” Corta ele. Os dois seguem de volta à sala da diretoria. Jonathan pega o celular e liga para a clínica. Entram. Margaux percebe que o ex-marido está ligando para Woodsboro. “Não adianta, seu idiota. Estou completamente dentro da lei.” Ela o mostra documentos indicando sua sanidade. Jonathan desliga o celular na cara de algum médico.
“Agora precisamos ter uma conversinha.” Margaux manda os advogados para fora. “Você também piranha loura.” Apontando Rachel. Jonathan concorda para que saia. Margaux levanta-se, fecha a porta. “Sei que você está com o poder total sobre a Today. Mas pela lei, não pode tirar-me daqui, já que todos sabem que não sou nenhuma maluca. O que proponho é o seguinte: Você pode ter o poder em suas mãos, mas longe daqui. Não precisamos ficar um na presença do outro. Você comanda de fora, eu comando aqui dentro.”
“Concordo em ficar fora da revista, se Rachel dividir com você a diretoria.”
Margaux pára e pensa um pouco. Concorda, imaginando que irá tirá-la dali em pouquíssimo tempo.
“Pensar em dividir uma sala com você ou com sua putinha, prefiro quem eu possa esmagar.”
Jonathan levanta as sobrancelhas ignorando o comentário.
Angela, ao saber, não acredita na volta da mãe. Pega Rachel pelo braço e leva-a até sua sala.
“Não se preocupe. Juntas vamos tirar essa maluca daqui rapidinho.”
As duas apertam as mãos firmando uma aliança.
Wilshire Memorial Hospital.
Brett sentado ao lado da cama onde está Carrie. Ele está segurando uma de suas mãos quando ela dá sinal que está acordando. Brett se levanta. Carrie abre os olhos. A primeira coisa que vê é ele.
“Bom dia, dorminhoca! Não tente se levantar. Você levou um baita tombo. Ficou inconsciente por algumas horas, e quebrou algumas costelas.”
Carrie percebe não conseguir mover o tronco sem dor. Levanta a mão direita e toca a barba cerrada de Brett. Ele se inclina. Os dois se beijam.
Noite. Apartamento de Charlie.
Ela está preparando-se para tomar banho, quando batem à porta.
“Abra senhora. Polícia!”
Ela se assusta, reluta em abrir. Pega sua bolsa e esconde no armário. Abre a porta.
Os dois policiais dizem que está presa por falsificação. Viram-na e colocam algemas dizendo as famosas frases sobre seus direitos. Os olhos de Charlie ficam mareados.
West Hollywood. Hunt Club.
No camarim, Joe está se preparando para sua apresentação. Está transpirando nervosismo.
Marc, um outro stripper presente pergunta se ele está bem.
“Não se preocupe. Só um pouco nervoso.”
Marc vai até o canto onde está sua mochila e pega um vidro com comprimidos brancos. “Pegue um desses. Você vai se sentir muito melhor.”
“O que é isso?” Pergunta Joe segurando o vidro.
“Um presente. Pegue um.”
Joe reluta por um instante, mas abre o vidro e toma o comprimido, mesmo sem saber o que é.
Hotel de Dawnie.
Griffin pergunta na suja recepção sobre ela. O homem atrás do balcão diz que não a vê tem alguns dias. Griffin pede para ir até o quarto olhar se ela está por lá. Bate na porta, sem resposta. Pega o celular e tenta ligar, caindo novamente em sua caixa postal.
Movimento em West Hollywood. Ao som de “Ultra Nate – Free”
Nicholas acaba de chegar a uma boate de strippers. Vai até o bar, enquanto olha para o show e percebe que é Joe quem está dançando com um uniforme policial preto. Não acredita. Pára e fica apreciando o corpo do rapaz. Pensa: “Nunca tinha percebido como você é gostoso seu michêzinho.”
Dois homens o observam. Sorriem para Nick, que não pensa duas vezes em ir até eles. Conversam e fica nítido o interesse dos dois. Um deles fala algo em seu ouvido. Nicholas afirma com a cabeça. Os três se direcionam para sair do lugar.“Conheço um bom lugar aonde nós três iremos nos divertir muito. Prometo que não vão se arrepender!”
Chegam ao estacionamento. Ao abrir a porta do carro, um dos caras segura Nicholas por trás e o outro começa a socar sua cara. Ele fecha os olhos caindo desacordado. Os dois o colocam no banco de trás de seu carro. Scott aparece vindo de dentro da boate. “Fizeram um bom trabalho.” Ele dá notas de dinheiro para um deles. “Agora terminem o que combinamos.”
Os dois homens entram no carro e arrancam. Seguem até Mulholland Drive. Param o carro. Saem. Um deles o empurra em direção a uma grande ribanceira, com Nicholas ainda dentro. O carro despenca.
Inicia off de narração, ao som da música “Back to California – Sugarcult”.
Enquanto ouvimos a narração, vemos as imagens descritas abaixo:
“Sempre vivi em LA. Cresci vendo seus dias ensolarados, suas ruas movimentadas, sua gente maluca. Uma cidade extraordinária que um dia pode te passar a perna. Você chegará em casa e notará sua solidão...”
Mansão Remington.
Margaux chega em casa. Procura por Joe indo até o quarto dele e o encontra vazio. Senta na cama. Vê uma jersey vermelha de futebol americano jogada no chão. Pega-a e fica por alguns minutos sentindo o cheiro dele na roupa. Deita.
Narração:
“...Tive um casamento mágico. Um marido perfeito. Filhos incríveis.
Nessa cidade de terremotos, pequenos tremores acabam transformando essa felicidade. De uma hora para outra, você se vê em um casamento acabado, um marido desonesto e filhos inconseqüentes. A culpa deve ser desse ar quente inebriante de suas tardes.”
Hunt Club.
Joe está de cueca, no camarim, após as apresentações. Sentado numa cadeira, viajando fora de si por motivo da droga que tomou. Curte a sensação.
Narração:
“...Mas não pense que estar nessa prisão seja o último dia do resto de sua vida. LA pode ser uma cidade má mas também sabe acariciar quando é preciso.”
Delegacia. Câmera entrando num corredor de celas.
Entre prostitutas, Charlie está sentada no canto de uma das celas. Chorando.
Narração:
“...Divisão entre amores. Divisão de bens. Divisão de sentimentos. Numa equação onde o resultado final está apenas na soma de suas atitudes. Para sentir-se confortável nessa cidade, saiba escolher.”
Quarto de Angela.
Ela está dormindo no peito de Griffin. Ele acordado. Longe, pensativo e preocupado, fica imaginando onde estará Dawnie. Chega a entristecer-se. Suspira.
Narração:
“...Ainda vivo aqui, ainda tenho metas a cumprir e sonhos a alcançar.”
Escrito na primeira tela de créditos está:
“Gwen Williams, personagem do seriado Titans, vive em Los Angeles desde que nasceu.”
Ela está abrindo a porta e preparando-se para sair. Chama o elevador. Olha o relógio. Quando chega, dentro está Howard. Charlie recua.
“Difícil te encontrar por esses dias, não é loirinha?”
“Estou tendo dias cheios. Mas iria entrar em contato com você.”
“Acredito em você. Mas precisamos conversar agora.” Diz ele agarrando-a fortemente pelo braço e a puxando, com violência, para a sua porta. Ela reclama que ele a está machucando.
“Vai saber o que é ser machucada se continuar me enrolando!” Manda-a abrir a porta e a empurra para dentro.
Restaurante em Santa Mônica.
Griffin está jantando com Angela. Nota-se pelo brilho em seus olhos que está completamente apaixonada. Falando sem parar sobre arrumar um bom emprego para ele na Today, num tom autoritário. “Você não vai mais precisar ficar pulando de subemprego em subemprego. E principalmente, nunca mais sexo por dinheiro!”
Griffin olha para ela, fingindo ouvir tudo e concordar. Mas seu pensamento está longe, em Dawnie. Pede licença e levanta-se seguindo até o toalete. Dentro do banheiro pega o celular e liga. Ouve a caixa postal de Dawnie. Desliga pensativo. Minutos depois, ao retornar à mesa, Jonathan está sentado junto à filha.
“Papai chegou finalmente! Papai, este é Griffin.”
Um olha na cara do outro e se cumprimentam. Griffin senta-se. Jonathan logo traça seu perfil.
Ele faz algumas perguntas sobre trabalho para a filha ignorando a presença dele. O garçom o entrega um copo com uísque.
Griffin interrompe. “Gosto muito de algumas de suas publicações Sr. Remington. É realmente um prazer conhecê-lo pessoalmente.”
Jonathan pára. Olha para frente fitando-o. “Sinto não poder dizer o mesmo.” Vira-se para Angela. “Querida, não aprovo essa sua companhia.” Levanta-se dá um beijo no rosto dela e diz ter um compromisso. Sai. Angela vai atrás desconcertada. Griffin apóia a cabeça, com as mãos na nuca, recostando-se na cadeira.
Pasadena. Clínica Woodsboro.
Margaux está em seu quarto. O enfermeiro Kevin trás alguns medicamentos. Pára ao lado da cama, coloca a bandeja no criado mudo. Começa a preparar as pílulas. Margaux coloca a mão e alisa sua bunda. Aperta. Ele para o que está fazendo. Ela chega com os dedos no volume da frente de sua calça. Logo ele se excita e vai até a porta, trancando-a. Volta tirando a camisa e abrindo a braguilha. Vai se posicionando para que Margaux o chupe. Antes ela o segura. “Depois disso, você me tira daqui hoje!”.
Ele afirma que sim só balançando a cabeça. A segura pelo cabelo e começa o sexo oral.
Após o gozo, ajeita-se. Pega a bandeja. Deixa as pílulas indicadas. Margaux espera alguma reação.
“A que horas posso encontrá-lo? Como faremos?” Ele nada responde. Sai do quarto. Tranca a porta por fora. “Você precisa me tirar daqui!” grita ela dentro do quarto. Ele segue o corredor assoviando.
Amanhece. Imagens do tráfico ao caminho para o aeroporto ao som de “Love at First Sight - Kylie Minogue”
Carrie está no saguão do aeroporto olhando para o painel com os horários dos vôos. Dão um aviso que o vôo vindo de Cleveland pousou no horário marcado. Minutos depois Brett Cooper sai da área de desembarque. Carrie segura um papel escrito seu nome. Ele se aproxima, tira os óculos escuros.
“Se me dissesse que era tão bonita, teria vindo mais rápido!”
Carrie sorri. Saindo do saguão começa a explicá-lo toda a situação de Margaux.
Já no carro de Carrie.
“Terei o maior prazer em ajudar Margaux. Devo a ela minha transferência para Los Angeles anos atrás.”
“Tinha conhecimento disso. Por isso o contactei Doutor Cooper.”
“Por favor, pra você sou apenas Coop.”
“Vou deixá-lo no hotel. Estou atrasada para uma reunião na revista. Mais tarde nos encontramos para acertarmos tudo.”
“Sim. Eu preciso antes rever um amigo.”
Os dois continuam conversando sobre o assunto.
Santa Mônica Boulevard. West Hollywood.
Joe olha uma revista que tem nas mãos procurando pelo endereço do estabelecimento que procura.
Percebe que está em frente a ele. Um famoso e descolado gay club. Entra e pergunta informações sobre Juan, o dono do local.
Um dos faxineiros aponta para uma porta no final de uma escada. Joe sobe e bate.
Uma voz firme responde. “Entre!” Dentro da sala, encontra um homem de seus 45 anos, bigode, atrás de uma mesa falando ao telefone. Juan faz sinal para que se sente e espere. Após 10 minutos ao telefone, ele lhe dá atenção.
“Em que posso ajudá-lo?” pergunta levantando-se da mesa, mostrando certa hostilidade.
“Gostaria de um emprego aqui no seu club. Sou amigo de Brian DeSoto, que já trabalhou aqui por algum tempo e indicou-me...” Sem que pudesse terminar Juan o manda tirar a roupa.
Joe pensa por alguns segundos e acaba fazendo o que ele pediu.
“Só estou precisando de strippers no momento. Se souber dançar e for bem dotado, tem grandes chances de uma vaga.”
Joe arma um sorriso forçado e finaliza tirando a cueca. Juan observa e o manda virar de costas.
“Agora se você me fizer dar uma boa gozada, o emprego é seu!”
Joe fica visivelmente constrangido. Mas seu único pensamento é a necessidade da vaga.
Juan senta na poltrona gasta e empoeirada. Joe vai até ele e começa a tentar excitá-lo.
“Vamos... Sei que pode fazer muito melhor do que isso!”
Joe acaba numa transa forçada, sendo penetrado por Juan. Após o orgasmo, Juan segue para o banheiro: “Você começa hoje à noite”.
Hall de entrada da revista Today. A câmera segue Tessie, até a sala de reuniões.
Jonathan, com Rachel a seu lado, apresenta-a a toda equipe.
“A partir de hoje Rachel será meu braço direito e meus olhos aqui dentro da Today. Apesar de gostar muito dessa minha publicação, não é a única que possuo, e sendo assim não posso dar a atenção necessária para sua boa direção. Rachel Dennis é a nova diretora-executiva.”
Angela não reconhece as palavras do pai. Lança-lhe um olhar gelado. Nicholas não acredita no que acabou de ouvir. Os dois filhos se entreolham e trocam meia dúzia de gestos sugerindo preocupação. Jonathan senta-se e Rachel assume a reunião.
“A primeira coisa que gostaria que soubessem é que não cheguei aqui para colocar essa redação de cabeça para baixo, ou mesmo iniciar uma caça às bruxas. Todos irão continuar com seus respectivos cargos.”
Carrie, atrasada, entra apressada na sala. Leva um grande susto ao ver Rachel. As únicas palavras que consegue dizer é o nome dela. Respira fundo e senta.
“Carrie Fairchild! Atrasada como o usual. Pensou que fosse ficar livre de mim pra sempre, querida?” Todos os participantes da reunião ficam sem saber o porquê das farpas que estão sendo trocadas entre as duas. Jonathan levanta-se. “Para que todos compreendam, Rachel chefiava a revista onde Carrie era colunista, em NY.”
“Uma boa revista, onde estive por alguns anos numa bem sucedida direção.” Completa Rachel.
“E aposto que foi mandada embora pelo velho Allen, quando ele cansou de tê-la em sua cama.” Ironiza Carrie acendendo um cigarro. Rachel anda calmamente até ela. Tira o cigarro de seus dedos.
Apaga-o na mesa. “Não permito que fumem na minha presença.”
Carrie levanta-se, fica frente a frente com a antiga inimiga. Lança um olhar cínico. Dá um soco no nariz de Rachel, que caí no chão.
“Isso é por ter tornado minha vida um inferno. Há tempos queria ter dado o troco. Estamos quites!”
Jonathan e outros presentes acodem Rachel levantando-a. Seu nariz está com um pequeno sangramento, que ele limpa com um lenço.
Carrie já está na porta da sala quando Rachel grita que ela está despedida.
Melrose Avenue. Academia Hardbody.
Brian e Griffin conversam enquanto um ajuda o outro nas séries de musculação.
“Então você está gamadão na ricaça, é? Se deu bem!”
“Não cara! Não é na Angela que estou falando. É na Dawnie! Essa sim está acabando com meu sossego. Sabe, parece que temos uma conexão. Não consigo parar de pensar nela um segundo.”
Brian vai até um canto e pega algumas anilhas.
“E a Maggie, onde fica nisso tudo?”
Griff levanta do aparelho, limpa o suor da testa. “Maggie vai ser a mãe de meus filhos. Sempre vai estar aqui dentro.” Diz batendo no peito. “Mas a Dawnie é especial.” Pensa um pouco e rebate a pergunta. “E você cara? Quando é que vai se amarrar?”
“Tô curtindo alguém sim. Qualquer hora te apresento.” Brian senta no aparelho e começa a se exercitar.
Nicholas e Jonathan entrando em um restaurante. Downtown.
Jonathan diz estar muito preocupado com Angela e o seu novo casinho. “Precisamos abrir os olhos de sua irmã em relação a esse aproveitador.”
Um bonito e jovem garçom leva os dois até uma mesa. Nicholas cruza olhares com ele. Sentam.
“Angela já está bem crescidinha para ficarmos de babá. Ela não é mais uma adolescente ingênua.” “Tenho certeza que esse tal de Griffin está armando alguma. Um prostituto!”
“Olha só quem está falando! Jonathan Remington, o rei das prostitutas. Papai poupe-me de seus comentários hipócritas. Se esse cara aprontar alguma pra cima dela, aí sim tomamos providências. Deixe sua filha transar um pouco, tirar as teias de aranha”.
“Não gosto da maneira que você fala. Tenha mais classe.” O telefone de Jonathan toca.
É Charlie querendo marcar um encontro de negócios. Ele cede e marca para se encontrarem no dia seguinte na Today. Enquanto Jonathan está distraído com ela, o garçom chega trazendo os cardápios. Nicholas diz que precisa ir ao banheiro e ao levantar-se passa a mão na perna do cara. O garçom o segue e se encontram no banheiro masculino. Nicholas o coloca escorando a porta, e começa a beijá-lo tirando sua camisa.
Imagens da cidade anoitecendo, as luzes se acendendo ao som de “When You’re Gone – Brian Adams with Melanie C”. Câmera entrando no condomínio Melrose Place.
Brett Cooper está entrando no portão quando cruza com Megan. Ela se assusta ao vê-lo, mas não consegue esconder um sorriso. “Coop! O que está fazendo aqui em Los Angeles?”
“Visita rápida para matar saudades de velhos amigos.” Se abraçam. Ele dá um beijo em sua face mostrando o carinho ainda existente entre os dois. Conversam por alguns minutos. Ela conta sobre sua galeria de arte e a gravidez. Brett fica feliz ao saber das novidades. Ele pergunta sobre Michael Mancini. Megan aponta uma das portas verdes. Despedem-se. Ao passar pelo pátio da piscina Brett relembra algumas pessoas que teve contato quando viveu ali. Sente-se bem com essa nostalgia. Bate no apartamento indicado por Megan. Michael abre a porta e quase não acredita ao vê-lo. “Quem é vivo sempre aparece!” Os dois se abraçam e Michael o convida a entrar.
“Não tenho muito tempo, Michael. Preciso da sua ajuda.” Michael solta um sorriso vitorioso por ter chegado esse momento: O dia em que Brett Cooper precisaria de sua ajuda. Começa a ouvir tudo sobre Margaux e o plano para tirá-la da clínica Woodsboro.
Galpão onde está Dawnie.
Ela, Leigh e Sue já estão mais entrosadas. As duas não compreendem como Leigh está ali por vontade própria.
“Você não tem nem idéia pra onde estão nos mandando. Como pode ser tão inconseqüente?” Diz Dawnie balançando a cabeça.
“Não tenho nada aqui em Los Angeles. E essa possibilidade de uma vida nova lá fora parece uma grande oportunidade.”
“Coloque teus pés no chão! Prostituição, escravidão sexual. Você está indo pro inferno!”
Dawnie continua discutindo e são interrompidas por um barulho de avião pousando, percebendo, então, que estão perto de algum aeroporto.
“Precisamos escapar daqui! Sue, pare de choramingar e ajude-me a procurar alguma janela nesse lugar. Vamos!” As duas começam a tatear as paredes sujas do escuro local. Leigh acende um isqueiro e senta no chão. “Daria tudo por um cigarro.”
Pasadena.
Michael e Brett estão no carro de Carrie. Os três passam pela placa de entrada da clínica.
Brett está visivelmente preocupado. “Você tem certeza que conseguiu nosso passe de entrada Michael?”
“Não me subestime Brett. Fiz minha parte.”
Carrie estaciona o carro na frente da entrada da clínica. “Parem de discussão vocês dois. Vamos começar nosso show.” Os três seguem até a recepção. Brett abraça Carrie e Michael, vestindo um jaleco, vai à frente.
“Boa noite. Meu nome é Dr. Mancini e fiz uma reserva para a senhora Betsy Shaw.”
Ao ouvir o nome inventado, Brett olha zangado para a cara de Michael e sussurra:
“Nenhum respeito pelos mortos, Michael!”
A recepcionista checa a reserva. E chama um enfermeiro para levá-los ao quarto. O mesmo enfermeiro, Kevin, que se aproveitou de Margaux. Ao assinar o livro de internação, Michael procura pelo nome de Margaux e descobre em que quarto ela está. Passam por grandes corredores. Carrie observa todas as portas. Sobem uma grande escadaria para o segundo andar. Ao chegar ao quarto indicado, Kevin destranca a porta. Brett percebe que ele deixa a chave na fechadura. Ele e Michael entram no quarto junto do enfermeiro. “Agora!” grita Brett. Os dois seguram o brutamonte e o jogam na cama. Saem correndo do quarto e Carrie tranca a porta por fora.
“Quarto 328. Terceiro andar.” Fala Michael, com os três já correndo em direção à escada, enquanto ouvimos o enfermeiro esmurrando a porta.
Imagens de um pequeno aeroporto clandestino nos arredores da cidade. Descobre-se ser ali o cativeiro de Dawnie.
Ela e Sue conseguem achar uma janela quebrada e destrancada. Tentam escapar com dificuldade pelo pequeno espaço que oferece passagem. Dawnie consegue empurrar Sue para fora. Leva um susto quando um barulho de portas de ferro se abrindo ecoa no galpão. A luz adentra o lugar. Dois homens entram e logo percebem o que estava se passando. Um deles faz sinal para que o outro vá para fora atrás de Sue. Leigh continua em seu canto sentada. Um deles vai até Dawnie e a agarra, jogando-a na parede. “Não vai escapar vagabunda!” Sue é trazida para dentro pelo outro homem. Está chorando em soluços. Também é jogada ao lado de Dawnie. Os dois afastam-se delas e fazem uma ligação. Sue e Dawnie se abraçam. Leigh observa tudo. Os homens retornam até elas dizendo, um para o outro, que eles ainda têm uma hora antes do horário marcado. Entreolham-se e apontam para Sue. Um deles a puxa e a coloca nas costas. “Vamos brincar um pouquinho piranha.” Diz batendo com a mão em sua bunda. Sue se desespera, gritando para que Dawnie a ajude. Mas o pavor toma conta até mesmo de Leigh, que aproxima-se de Dawnie. Os dois brutamontes colocam Sue em cima de uma mesa, abrem seus cintos e desabotoam seus jeans. Enquanto um segura a jovem, que se debate e grita desesperadamente, o outro tapa sua boca com uma das mãos e com a outra a imobiliza. Eles a estupram várias vezes revezadamente.
A câmera foca nos olhos apavorados de Sue e depois de Dawnie que está abraçada com Leigh.
Clínica Woodsboro.
Carrie abraça Margaux ao entrar em seu quarto. Brett diz que precisam sair logo dali.
Os quatro começam a percorrer o corredor que vai dar na escadaria. Ouvem gritos vindos não de muito longe. Enfermeiros começam a aparecer, entre eles o que trancaram no quarto.
Michael desce as escadarias puxando Margaux, Brett vai logo atrás. Um dos enfermeiros agarra o braço de Carrie, encostando-a na mureta da escada. Na briga, tentando se soltar acaba perdendo o equilíbrio e caindo no vão. Brett observa seu tombo e corre para o andar de baixo onde ela está desacordada no chão. Michael e Margaux olham para trás já chegando ao térreo, mas Brett faz sinal para que continuem. Ele chega perto de Carrie, e por alguns momentos a observa desacordada, passa a mão em sua cabeça, ficando alguns segundos em êxtase. Os enfermeiros vão descendo as escadas. Brett pega Carrie no colo e corre. Consegue sair da clínica, onde encontra Michael e Margaux já com o carro ligado. Deita Carrie no banco de trás e entra. Michael canta pneus, saindo da clínica. Passam pela placa que está escrito: “Woodsboro – Cuidamos do seu bem estar”, e Margaux solta a frase: “O pesadelo acabou!”
No pequeno aeroporto.
Dawnie, Sue e Leigh estão do lado de fora do galpão, escoltadas pelos dois capangas. Ao longe, perto de um jatinho aceso na pista, estão outros três homens, dois de terno e um outro, de sobretudo preto. Dawnie tenta, mas não consegue reconhecer nenhum deles. As três são praticamente empurradas até o avião. “Não sei mais se estou fazendo a coisa certa.” Lamenta Leigh para Dawnie.
“Tenha certeza que não está.”
Começa a tocar a música “Strong World - Ivri Lider featuring Idan Raichel”
As três são embarcadas. Dawnie tenta olhar bem para as fisionomias dos homens que estão perto do avião. O homem vestindo o sobretudo é Romeo, que a observa bastante enquanto é empurrada, quase à força pela pequena escada do avião. Já embarcadas, Romeo cumprimenta os outros dois homens que entram no avião em seguida. Romeo se afasta. Um deles fala algo em árabe para o piloto. O outro tranca a porta. Ignição. Dawnie observa Romeu parado na pista, pela janela, que acena contidamente para ela. O avião decola.
Câmera nos olhos de Dawnie com o nariz encostado na janela. Lágrimas. Câmera nos olhos de Romeo, inexpressivos.
Amanhece. Câmera percorre o prédio da Today.
Jonathan está na sala de reuniões com Charlie. Ela conta entusiasmada seu objetivo em querer escrever sua biografia. Ele não gosta muito da idéia, mas está visivelmente entusiasmado com o brilho nos olhos dela, chega quase a ficar hipnotizado.
“Sr. Remington? O senhor está bem?” Pergunta ela o despertando de seu quase transe.
“Gosto da idéia Charlie. Quando pode começar sua pesquisa?”
Charlie contêm-se em soltar um grito de entusiasmo.
Nesse momento Jonathan surpreende-se com certo rebuliço de vozes vindas do hall de entrada. Ele levanta-se e pede para que Charlie espere um minuto.
Margaux está entrando na revista com um grupo de advogados atrás. Tessie tenta avisá-la sobre a presença de Rachel e Jonathan. Mas a comitiva continua seguindo para sua sala.
Chegando lá Rachel está sentada à sua mesa. “O que pensa estar fazendo sentada aí?”
Rachel não entende o que está acontecendo.
“Aposto que deve ser alguma das vagabundas que dormem com Jonathan. Você não tem nem um minuto para tirar essa bunda de minha cadeira e sumir dessa revista.”
Os advogados expulsam Rachel da sala. Margaux senta-se.
Rachel vai direto atrás de Jonathan, o encontrando nos corredores.
“Jonathan, uma maluca adentrou minha sala e...”
“Acabou de conhecer Margaux.” Corta ele. Os dois seguem de volta à sala da diretoria. Jonathan pega o celular e liga para a clínica. Entram. Margaux percebe que o ex-marido está ligando para Woodsboro. “Não adianta, seu idiota. Estou completamente dentro da lei.” Ela o mostra documentos indicando sua sanidade. Jonathan desliga o celular na cara de algum médico.
“Agora precisamos ter uma conversinha.” Margaux manda os advogados para fora. “Você também piranha loura.” Apontando Rachel. Jonathan concorda para que saia. Margaux levanta-se, fecha a porta. “Sei que você está com o poder total sobre a Today. Mas pela lei, não pode tirar-me daqui, já que todos sabem que não sou nenhuma maluca. O que proponho é o seguinte: Você pode ter o poder em suas mãos, mas longe daqui. Não precisamos ficar um na presença do outro. Você comanda de fora, eu comando aqui dentro.”
“Concordo em ficar fora da revista, se Rachel dividir com você a diretoria.”
Margaux pára e pensa um pouco. Concorda, imaginando que irá tirá-la dali em pouquíssimo tempo.
“Pensar em dividir uma sala com você ou com sua putinha, prefiro quem eu possa esmagar.”
Jonathan levanta as sobrancelhas ignorando o comentário.
Angela, ao saber, não acredita na volta da mãe. Pega Rachel pelo braço e leva-a até sua sala.
“Não se preocupe. Juntas vamos tirar essa maluca daqui rapidinho.”
As duas apertam as mãos firmando uma aliança.
Wilshire Memorial Hospital.
Brett sentado ao lado da cama onde está Carrie. Ele está segurando uma de suas mãos quando ela dá sinal que está acordando. Brett se levanta. Carrie abre os olhos. A primeira coisa que vê é ele.
“Bom dia, dorminhoca! Não tente se levantar. Você levou um baita tombo. Ficou inconsciente por algumas horas, e quebrou algumas costelas.”
Carrie percebe não conseguir mover o tronco sem dor. Levanta a mão direita e toca a barba cerrada de Brett. Ele se inclina. Os dois se beijam.
Noite. Apartamento de Charlie.
Ela está preparando-se para tomar banho, quando batem à porta.
“Abra senhora. Polícia!”
Ela se assusta, reluta em abrir. Pega sua bolsa e esconde no armário. Abre a porta.
Os dois policiais dizem que está presa por falsificação. Viram-na e colocam algemas dizendo as famosas frases sobre seus direitos. Os olhos de Charlie ficam mareados.
West Hollywood. Hunt Club.
No camarim, Joe está se preparando para sua apresentação. Está transpirando nervosismo.
Marc, um outro stripper presente pergunta se ele está bem.
“Não se preocupe. Só um pouco nervoso.”
Marc vai até o canto onde está sua mochila e pega um vidro com comprimidos brancos. “Pegue um desses. Você vai se sentir muito melhor.”
“O que é isso?” Pergunta Joe segurando o vidro.
“Um presente. Pegue um.”
Joe reluta por um instante, mas abre o vidro e toma o comprimido, mesmo sem saber o que é.
Hotel de Dawnie.
Griffin pergunta na suja recepção sobre ela. O homem atrás do balcão diz que não a vê tem alguns dias. Griffin pede para ir até o quarto olhar se ela está por lá. Bate na porta, sem resposta. Pega o celular e tenta ligar, caindo novamente em sua caixa postal.
Movimento em West Hollywood. Ao som de “Ultra Nate – Free”
Nicholas acaba de chegar a uma boate de strippers. Vai até o bar, enquanto olha para o show e percebe que é Joe quem está dançando com um uniforme policial preto. Não acredita. Pára e fica apreciando o corpo do rapaz. Pensa: “Nunca tinha percebido como você é gostoso seu michêzinho.”
Dois homens o observam. Sorriem para Nick, que não pensa duas vezes em ir até eles. Conversam e fica nítido o interesse dos dois. Um deles fala algo em seu ouvido. Nicholas afirma com a cabeça. Os três se direcionam para sair do lugar.“Conheço um bom lugar aonde nós três iremos nos divertir muito. Prometo que não vão se arrepender!”
Chegam ao estacionamento. Ao abrir a porta do carro, um dos caras segura Nicholas por trás e o outro começa a socar sua cara. Ele fecha os olhos caindo desacordado. Os dois o colocam no banco de trás de seu carro. Scott aparece vindo de dentro da boate. “Fizeram um bom trabalho.” Ele dá notas de dinheiro para um deles. “Agora terminem o que combinamos.”
Os dois homens entram no carro e arrancam. Seguem até Mulholland Drive. Param o carro. Saem. Um deles o empurra em direção a uma grande ribanceira, com Nicholas ainda dentro. O carro despenca.
Inicia off de narração, ao som da música “Back to California – Sugarcult”.
Enquanto ouvimos a narração, vemos as imagens descritas abaixo:
“Sempre vivi em LA. Cresci vendo seus dias ensolarados, suas ruas movimentadas, sua gente maluca. Uma cidade extraordinária que um dia pode te passar a perna. Você chegará em casa e notará sua solidão...”
Mansão Remington.
Margaux chega em casa. Procura por Joe indo até o quarto dele e o encontra vazio. Senta na cama. Vê uma jersey vermelha de futebol americano jogada no chão. Pega-a e fica por alguns minutos sentindo o cheiro dele na roupa. Deita.
Narração:
“...Tive um casamento mágico. Um marido perfeito. Filhos incríveis.
Nessa cidade de terremotos, pequenos tremores acabam transformando essa felicidade. De uma hora para outra, você se vê em um casamento acabado, um marido desonesto e filhos inconseqüentes. A culpa deve ser desse ar quente inebriante de suas tardes.”
Hunt Club.
Joe está de cueca, no camarim, após as apresentações. Sentado numa cadeira, viajando fora de si por motivo da droga que tomou. Curte a sensação.
Narração:
“...Mas não pense que estar nessa prisão seja o último dia do resto de sua vida. LA pode ser uma cidade má mas também sabe acariciar quando é preciso.”
Delegacia. Câmera entrando num corredor de celas.
Entre prostitutas, Charlie está sentada no canto de uma das celas. Chorando.
Narração:
“...Divisão entre amores. Divisão de bens. Divisão de sentimentos. Numa equação onde o resultado final está apenas na soma de suas atitudes. Para sentir-se confortável nessa cidade, saiba escolher.”
Quarto de Angela.
Ela está dormindo no peito de Griffin. Ele acordado. Longe, pensativo e preocupado, fica imaginando onde estará Dawnie. Chega a entristecer-se. Suspira.
Narração:
“...Ainda vivo aqui, ainda tenho metas a cumprir e sonhos a alcançar.”
Escrito na primeira tela de créditos está:
“Gwen Williams, personagem do seriado Titans, vive em Los Angeles desde que nasceu.”
Thursday, July 20, 2006
Monday, July 17, 2006
1.02 – DESCONSTRUINDO LOS ANGELES - "COMING UNDONE" - Writing by Stuart Hornung
Imagens em má definição mostram Dawnie no canto de uma sala cinzenta, fria e pouco iluminada.
Ela tem uma expressão de pavor no rosto, quando notamos a presença de outra pessoa no lugar.
Dawnie tenta procurar uma saída, mas só encontra paredes brancas. Fica cada vez mais apavorada.
Acaba encontrando uma porta, mas ao abri-la, só vê labaredas do outro lado. Alguém pega em seu ombro. Ela vira-se e vê Jones, seu ex-agente, completamente queimado e desfigurado.
Ela acorda assustada em seu quarto de hotel vagabundo em West Hollywood, onde está desde que deixou o apartamento de Megan em Melrose Place. Vai ao banheiro, lava o rosto e sai do apartamento; Ouve-se uma sirene ao longe. Ela olha o céu azul e o pátio vazio do hotel, caminha até o apartamento vizinho e pega o jornal deixado à porta como se fosse seu e abre voltando para sua porta, esperando encher a cabeça com outras informações e apagar o sonho.
Ela demonstra reação ao ler uma notinha, numa coluna social, sobre uma premiação que vai acontecer na noite seguinte em uma luxuosa mansão reunindo grandes figurões de Los Angeles. Dawnie dobra o jornal pensativa. Depois de alguns segundos, sorri maliciosamente.
Num quarto grande, um pouco kitch demais.
Um celular toca e acorda Jonathan que o atende:
“Estamos ansiosos para ter você conosco. Sim... sim... já está tudo acertado.” Fala mais um pouco demonstrando haver intimidade com quem está do outro lado da linha. Despede-se e desliga. Tem a iniciativa de abraçar a pessoa que está dormindo ao seu lado, e percebemos que é Mimi.
Ela tem uma expressão de pavor no rosto, quando notamos a presença de outra pessoa no lugar.
Dawnie tenta procurar uma saída, mas só encontra paredes brancas. Fica cada vez mais apavorada.
Acaba encontrando uma porta, mas ao abri-la, só vê labaredas do outro lado. Alguém pega em seu ombro. Ela vira-se e vê Jones, seu ex-agente, completamente queimado e desfigurado.
Ela acorda assustada em seu quarto de hotel vagabundo em West Hollywood, onde está desde que deixou o apartamento de Megan em Melrose Place. Vai ao banheiro, lava o rosto e sai do apartamento; Ouve-se uma sirene ao longe. Ela olha o céu azul e o pátio vazio do hotel, caminha até o apartamento vizinho e pega o jornal deixado à porta como se fosse seu e abre voltando para sua porta, esperando encher a cabeça com outras informações e apagar o sonho.
Ela demonstra reação ao ler uma notinha, numa coluna social, sobre uma premiação que vai acontecer na noite seguinte em uma luxuosa mansão reunindo grandes figurões de Los Angeles. Dawnie dobra o jornal pensativa. Depois de alguns segundos, sorri maliciosamente.
Num quarto grande, um pouco kitch demais.
Um celular toca e acorda Jonathan que o atende:
“Estamos ansiosos para ter você conosco. Sim... sim... já está tudo acertado.” Fala mais um pouco demonstrando haver intimidade com quem está do outro lado da linha. Despede-se e desliga. Tem a iniciativa de abraçar a pessoa que está dormindo ao seu lado, e percebemos que é Mimi.
ABERTURA
You Tube (menor qualidade)
http://www.youtube.com/watch?v=OC9vJuQwHCg
Rapidshare (maior qualidade)
http://rapidshare.de/files/25073094/LA_abertura.avi.html
http://www.youtube.com/watch?v=OC9vJuQwHCg
Rapidshare (maior qualidade)
http://rapidshare.de/files/25073094/LA_abertura.avi.html
Vemos imagens de Los Angeles pela manhã ao som de “Come Undone – Duran Duran”.
As imagens, em plano geral, vão fechando até um dos prédios do centro da cidade.
Charlie chega arrumando o cabelo no prédio e se identifica na recepção dizendo ter uma entrevista de emprego marcada no “Los Angeles Undercover”, um decadente tablóide policial e sensacionalista da cidade.
Ela sobe ao andar indicado e encontra uma redação caótica. Ela se assusta a princípio, mas caminha decidida em direção a sala com “editor-chefe” escrito na porta. Ela bate, se apresenta e senta. Edward Gale, o dono do jornal, conversa com ela desinteressadamente enquanto Charlie se esforça para impressionar. Edward elogia o currículo dela e dá uma checada em seu decote. Charlie percebe e, encabulada tenta se cobrir colocando a bolsa no colo. Edward sorri, coça o saco, e por fim diz sem muita convicção: “Talvez uma presença feminina faça bem pra essa redação”.
Charlie é contratada.
Apartamento de Mimi.
Ela está tomando um requintado café da manhã quando ouve a porta de seu apartamento abrir. “Romeo, querido?”, ela pergunta e Romeo surge na sala de jantar cumprimentando-a com um beijo na testa. Ele pergunta se ela conseguiu a garota certa para o cliente árabe e Mimi, sorri: “alguma vez eu já deixei um cliente na mão, sócio?”. Romeo não reage, apenas balança a cabeça em sinal de aprovação. Ele murmura um “muito bem” e se levanta dizendo que agora poderá ter um dia tranqüilo. Romeo vira-se para sair, mas Mimi aperta sua bunda e o segura pela mão:
“Sente e tome um café comigo. Você e essa sua eterna carranca mal humorada! O que você ganha com isso, querido? A mim você não assusta, te conheço bem”. Romeo senta-se novamente e sorri de canto para Mimi, enquanto pega uma torrada. Eles continuam o café conversando sobre amenidades como velhos amigos.
Cidade de Pasadena. Clínica Woodsboro para doentes mentais.
Carrie caminha pelos jardins da clínica até chegar a Margaux que está sentada toda vestida de branco e com uma expressão furiosa. Ela comenta mordaz: “quando me disseram que eu tinha visita, soube que só poderia ser você”. Carrie sorri agradecida e diz que vai tirar ela de lá o mais rápido possível. Margaux se descontrola agarrando Carrie e pedindo que ela faça isso naquele instante! Furiosa, xinga os filhos e Jonathan e diz que se não sair de lá imediatamente vai enlouquecer como os demais pacientes daquele lugar. Carrie tenta acalmá-la repetindo que vai dar um jeito de ajudá-la.
Uma enfermeira que passava por perto ouve a conversa e entra apressada na clínica.
Lanchonete Pit Peach, música ambiente: “California Dreamin” – Mamas and the Papas
Griffin entra na lanchonete e sorri ao ver Angela sentada numa das mesas. Ele senta de frente para ela e diz, prepotente, que ela demorou a ligar. Angela ri e fala sobre a premiação a que deve comparecer na noite seguinte, convidando Griffin para acompanhá-la. Angela o alerta para se comportar; “Mas não muito” acrescenta com um sorriso. Ele sorri de volta e a beija.
São interrompidos por Nat, dono do lugar, que alerta Griffin dizendo que se ele maltratar Angela de alguma forma terá notícias dele. Nat dá um beijo na testa dela, demonstrando seu carinho por conhecê-la desde pequena.
Noite. Revista Today.
Nicholas entra furioso no andar da redação da Today. Ele vê Scott sentado em frente a seu computador e se dirige a ele aos berros reclamando por tê-lo deixado esperando, outra vez essa semana. Scott olha para os colegas de redação encabulado e leva Nicholas para um canto. Ele se justifica dizendo que está cheio de serviço, que não podia sair da redação e que tentou ligar avisando. Nicholas o manda calar a boca e o lembra que fora ele o responsável por seu novo emprego e que, assim como o colocou ali, pode tirar, se achar que esse emprego está atrapalhando sua vida sexual.
“Você não pode falar assim comigo”, diz Scott indignado. Nicholas simplesmente se vira em direção a sala do pai. Ele entra já exigindo a demissão do novo redator. Jonathan, que estava lendo uns papéis, não se dá sequer ao trabalho de olhar para Nicholas ao dizer “saia da minha sala”. Nicholas esbraveja mais um pouco. Jonathan diz, impassível que a Today não é um brinquedinho de filhos mimados e que ele não vai despedir um funcionário sem um bom motivo. “É um bom motivo que você quer?” Diz Nicholas que sai batendo a porta.
Rua em frente ao prédio de Charlie.
Ao chegar Charlie vê um homem conhecido na portaria. É Howard, o senhor que a acompanhou no desfile de Donna Martin e que tentou violentá-la. Ela pára atrás de um arbusto e espera até ele ir embora, para só então, desconfiada, entrar.
Mansão Remington.
Nicholas chega em casa ainda irritado e encontra Angela bebendo e jogando roupas pela escada que leva aos quartos no segundo andar. Ela o vê e pergunta se ele não quer ajudar na limpeza. Diz que sem Margaux na casa, Joe ficou sem função e deve ser expulso. Nicholas ri, pega um drink e sobe para ajudar a irmã. Os dois riem alto e se divertem destruindo as coisas de Joe. As empregadas, assustadas, tentam arrumar a bagunça.
Portão da Mansão Remington.
Joe chega da academia, em seu Porsche, suado e sem camisa, algumas horas depois e o segurança diz que foi proibido de deixá-lo entrar. Antes que ele possa entender o que está acontecendo, Nick e Angela surgem jogando sacos de lixo cheios com suas coisas em cima do carro dele, amassando e quebrando o vidro. Os dois estão alcoolizados, riem e ofendem Joe de todas as maneiras. Ele fica possesso, pega suas coisas e sai dali acelerando com tudo. Os irmãos, realizados, voltam pra dentro. “Eu te amo, sabia disso?” Diz Nicholas abraçando a irmã.
Manhã seguinte. Imagens de tráfico em Hollywood ao som de “So Young” – The Corrs. Apartamento de Mimi.
No dia seguinte, pela manhã, Dawnie surge no apartamento de Mimi. Ela comenta sobre a premiação daquela noite e pede para Mimi deixá-la ser a acompanhante de um de seus clientes no tal evento. Achando graça naquilo, Mimi pergunta por que ela deveria fazer isso.
“Porque você sabe que eu me encaixo perfeitamente num ambiente como esse, não sou uma putinha suja qualquer. A não ser é claro, quando o cliente pede”. Mimi ri e diz que sabe bem daquilo; ela avisa a Dawnie para ficar tranqüila, assim que algum cliente ligar, ela será a primeira encaminhada. Dawnie sorri e comemora muito, agradecendo Mimi com um beijo no rosto e dizendo que naquela noite ela conseguirá juntar tudo o que deve a ela.
Beverly Hills.
No final da tarde, o Dr. Cory Robbins está no estacionamento da sua clínica de cirurgia plástica, tirando o carro, quando é abordado por Carrie.
“Nós dois sabemos que Margaux Remington não tem nenhum problema psiquiátrico e o que a mantém naquele sanatório é o dinheiro dos filhos ingratos dela. Você é um cirurgião plástico! Como pode internar pessoas em hospital psiquiátrico? Eu posso cobrir o valor que eles pagam pra você. Basta você tirá-la de lá”. Dr. Cory, que sempre foi inescrupuloso e arrogante explica a Carrie que ele não pode fazer aquilo. Seu negócio se baseia na confiança de seus clientes e ele jamais poderia cancelar um contrato.
“Isto não é um leilão, sinto muito!”, diz ele fechando o vidro e saindo com o carro. Carrie fica desolada.
Vemos, então, Cory dirigindo e deixando um recado na caixa postal de um celular: “Nick! Estou louco pra comer essa bundinha de novo. Me liga!”
Noite. Numa mansão em Pacific Palisades. Premiação anual para os maiores sucessos editoriais de LA do ano de 2000. Ao som de “Beautiful Ones – Suede”.
Uma confusão de limusines e paparazzis está à frente do evento. Jonathan Remington, representando a Today, surge no tapete vermelho e é recebido por uma avalanche de flashes. Vemos Charlie no meio dos repórteres. Ela olha para ele fixamente enquanto é acotovelada pelos paparazzis que tentam um melhor ângulo dele.
Angela surge acompanhada por Nicholas em um braço e Griffin no outro. Estão todos elegantíssimos; sorriem e acenam para as câmeras. Dali a pouco surge Dawnie acompanhando um milionário; Linda, num chique vestido vinho, atraindo os olhares de todos os homens por uns instantes.
Takes curtos de dentro da mansão, onde garçons andam com bebidas, pessoas riem, se cumprimentam, se medem e riem mais um pouco.
Charlie dá a volta por fora na mansão, seguindo alguns poucos repórteres que estão tentando invadir a festa pelo estacionamento nos fundos. Eles ajoelham, se arrastam, tentam pular o muro, mas tudo em vão.
Dawnie aparece naquela calçada. Olhar misterioso e parece procurar por algo.
Charlie vai até uma RP que está ali tentando conter a bagunça e pede por uma credencial, dizendo ser do LA Undercover. A RP tenta conter um sorriso irônico dizendo que não sabia que aquele jornal cobria eventos sociais e sai antes que Charlie consiga argumentar. Ela reclama com o fotógrafo dizendo que ligara antes, tentara credenciais, mas todos parecem se assustar a menção do nome LA Undercover. O fotógrafo ri.
Quando vai sair da bagunça, Charlie tromba com Dawnie violentamente. As duas caem. Charlie se apressa em pedir desculpas e estende a mão para levantá-la. Dawnie diz que está tudo bem, e pergunta o que está acontecendo ali. Charlie explica e Dawnie diz que pode colocá-la para dentro se quiser, já que é uma das convidadas. Charlie se empolga e sai atrás de Dawnie que a leva até a entrada da mansão. Minutos depois, Charlie e seu fotógrafo adentram a festa.
Dawnie volta para seu cliente que está conversando com um casal próximo a piscina e sorri educadamente. Quando o casal se retira, Dawnie abraça o milionário e sussurra coisas em seu ouvido. Ele ri, a pega pela mão e segue para dentro da mansão.
Scott está escrevendo em um bloco de notas quando Nicholas surge.
“Estou trabalhando, Nick.” avisa o rapaz. Nicholas pede desculpas pelo comportamento agressivo na tarde anterior e diz que só perdeu a cabeça daquele jeito porque está completamente apaixonado por ele, que sorri e diz estar tudo bem. Nicholas o abraça e diz que quer pedir desculpas à sua maneira. Os dois sorriem um para o outro e também partem para dentro da mansão.
Charlie vê Jonathan tomando um Martini num canto e conversando com um jornalista. Assim que o jornalista sai, ela se aproxima timidamente:
“Oi, o senhor talvez não se lembre de mim, mas...”
“Charlie!”, diz Jonathan interrompendo-a, “como está?”. Ela explica, ainda meio sem jeito, que está ali a serviço, cobrindo o evento para seu jornal e os dois começam a conversar animadamente.
Dawnie e seu cliente estão se atracando numa cabine dentro do banheiro masculino. Algumas cabines ao lado estão Nicholas e Scott fazendo o mesmo. Nicholas abaixa as calças de Scott enquanto o beija e começa um sexo oral. Ele segue tirando a roupa do namorado que, mesmo com muito tesão, tenta se conter e pede para Nicholas parar. Ele, é claro, não pára.
Dawnie termina de chupar seu cliente e se levanta dizendo que eles devem voltar à parte de fora da mansão, pois a premiação está para começar. O velho veste a calça e sai do banheiro enquanto ela fica em frente ao espelho se arrumando. Ela ouve barulhos na cabine onde está Nicholas e sorri para si. Ouve-se, vinda de fora, a voz da apresentadora anunciando que a premiação vai começar. Scott manda Nicholas parar e diz que deve voltar imediatamente à cobertura do evento. Nicholas chuta a calça de Scott, que estava no chão, para fora da cabine e sai logo em seguida. De dentro, Scott pergunta o que ele está fazendo. Nicholas e Dawnie se olham com petulância quando ele sai e logo em seguida voltam a suas ações, um fingindo que o outro não está ali.
Scott continua berrando de dentro ordenando que Nicholas pare com a brincadeira, pois precisa estar lá fora fazendo seu trabalho. Nicholas responde:
“Depois dessa noite, meu amor, você não terá mais trabalho. Eu vou adorar ver você explicando para o chefinho John amanhã porque não tem material nenhum sobre a premiação”. Nicholas pega a calça de Scott no chão e sai do banheiro. Antes, ouve Dawnie comentando:
“Que golpinho baixo! Sem classe nenhuma!”.
Nick sorri para ela dizendo que “Classe está em conseguir sempre o que se quer”. E sai do banheiro. Scott continua chamando por Nicholas.
Dawnie está saindo quando a porta abre e Griffin entra. Ele olha surpreso e pergunta o que ela está fazendo ali.
“Provavelmente o mesmo que você” ela responde. Ele diz ser um alívio encontrar alguém interessante naquele lugar, para variar, e ela sugere entrar na cabine para fazerem coisas realmente interessantes. Eles entram se beijando e transam ao som dos berros desesperados de Scott.
Apartamento de Mimi.
Ela e Romeo estão tratando de negócios. Ao terminarem, ele boceja e se levanta para ir embora. Mimi o convida para dormir ali.
“Não comece, Mimi” diz Romeo, mas ela o ignora e vai para cima dele, abraçando-o e acariciando seu rosto.
“Por que você sente esse medo de mim, Romeo?”
“Eu não sinto nada por você, Mimi, esse é o problema” e se desvencilha dela. Sem graça, Mimi força um sorriso falso e muda de assunto.
“Vou preparar as coisas para amanhã, então. Essa intervenção eu quero fazer pessoalmente”, ela diz. Romeo, preocupado, pergunta se ela tem certeza e Mimi balança a cabeça afirmativamente.
“Tranque a porta ao sair, ok?” Diz ela enquanto caminha para seu quarto.
De volta à festa.
Jonathan se despede de Charlie dizendo que deve se posicionar para receber o prêmio em nome da Today. Ela parece desapontada e pergunta, nervosa, se poderia vê-lo outras vezes. Ele olha para ela curioso e ela trata de esclarecer:
“Negócios. Eu tenho negócios que gostaria de tratar com você”. Ele sorri e passa o número de seu celular para ela.
Assim que Jonathan sai, Dawnie pára ao lado de Charlie arrumando o vestido.
A apresentadora da premiação está anunciando os indicados na categoria “Melhor Editoria de Moda”. Dawnie diz olhando para o palco que Charlie deve obedecer as suas instruções. Sem entender nada, Charlie olha para ela com um ponto de interrogação na cara. Dawnie segue falando, ainda sem olhar para ela:
“Olhe pra frente e continue fingindo que está trabalhando. Quando trombei com você lá fora foi para colocar um objeto em sua bolsa”. No mesmo instante, Charlie abre a bolsa e vê um equipamento lá dentro, muito parecido com uma daquelas máquinas de passar cartão encontradas em lojas. Dawnie tira um cartão de crédito de dentro do vestido e entrega para Charlie.
“Você vai passar esse cartão na máquina que está em sua bolsa e ela vai copiar os dados. Em seguida passe um dos cartões virgens que está junto à máquina. Ele irá armazenar os dados copiados”. Charlie incrédula se recusa:
“Você vai clonar esse cartão?!”.
“Não só esse”, responde Dawnie. “Durante a noite, voltarei com outros cartões e você vai repetir o procedimento. Você vai fazer o que estou mandando pois não vai querer ser denunciada para os seguranças. Imagina o que aconteceria com você se eles encontrassem tudo isso na sua bolsa”. Charlie olha para o cartão em sua mão, boquiaberta, e faz menção de protestar quando Dawnie a interrompe: “Sinto muito, queridinha, mas eu não ia correr o risco de entrar e sair daqui com esse equipamento. Você corra esse risco por mim. E se fizer tudo direitinho, deixo um dos cartões clonados contigo. E nem pense em sair do negócio! Entre uma convidada e uma repórter do LA Undercover que entrou aqui sem credencial, em quem você acha que irão acreditar? Até daqui a pouco.” E Dawnie sai em direção ao seu cliente. Chocada e sem opção, Charlie faz o que Dawnie mandara.
No palco, a apresentadora anuncia a Today como vencedora na categoria “Melhor veículo de mídia de 2000” e Jonathan sobe para receber o prêmio acompanhado de Nicholas e Angela. Jonathan faz seus agradecimentos de forma sucinta e é seguido por Angela que toma o microfone para lamentar a escolha de sua mãe Margaux que, segundo ela, partira para a Austrália, para retirar-se em sua fazenda na região do Éden, deixando a chefia da Today na mão de sua amada família.
“Margaux vai ser sempre nosso modelo dentro da Today. Modelo de caráter e integridade. Modelo de...”
O discurso de Angela é interrompido por uma gritaria perto das portas da casa. Os seguranças aparecem carregando Scott seminu para fora, enquanto os fotógrafos registram a cena. Scott grita para o soltarem e diz que Nicholas vai pagar por tudo aquilo. Algumas pessoas riem, outras ficam chocadas. Jonathan no palco olha para Nicholas que, cínico, demonstra surpresa e indignação.
“Eu não tenho nada a ver com isso” avisa.
A festa segue sem maiores complicações dali em diante.
Angela bebe muito e se esfrega em Griffin na frente de todos. Jonathan pede a Nicholas que a leve embora antes que ela envergonhe a todos e ele, rindo, obedece. Os três saem da festa.
No fim da noite, depois de ter clonado três cartões, Dawnie avisa a Charlie que agora é hora de sair e combinam de se encontrar fora da mansão em dez minutos. Porém, antes que possam se despedir, Dawnie percebe um dos figurões de quem roubou um cartão mexendo nos bolsos e chamando pelo segurança. Dawnie olha para Charlie e diz: “Fodeu!”
Ela pega Charlie pela mão e sai andando a passos apressados em direção ao estacionamento. O velho figurão aponta para Dawnie de longe e os seguranças vão à direção das duas. Rapidamente Charlie dá a volta pela varanda e aborda o velho ricaço, perguntando-lhe se o cartão que tem nas mãos é dele. Ele dá um sorriso amarelo para ela e agradece, no momento que os seguranças chegam segurando Dawnie. Ele manda os homens soltarem a moça, a beija na testa, dando-lhe o braço e a tirando da festa. Dawnie dá uma olhadela para trás e pisca para Charlie, que acaba ficando com todo o material do golpe.
Amanhece. Cenas da costa de LA ao som de “I Want You” – Savage Garden
Loft de Carrie.
Ela abre e fecha gavetas, mexendo em caixas e coisas velhas. Fica feliz ao encontrar uma agenda antiga. Ela a abre, lê algo e corre para o telefone.
A câmera vai à agenda largada sobre a cama e lemos o nome e telefone de Dr. Brett Cooper.
Pequeno restaurante no bairro de Bel-Air.
Dawnie chega ainda com sono e escondida atrás de óculos escuros a um café. O lugar está quase vazio, com exceção de uma garçonete, dois homens que conversam ao fundo e Mimi, que está a uma mesa fumando. Dawnie caminha até ela, se senta e tira um bolo de dinheiro da bolsa.
“Aqui está o que eu te devia”, diz Dawnie.
Nesse momento a garçonete pára na frente das duas e diz a Mimi que é proibido fumar ali. Mimi, irônica, pega o cigarro e o joga no chão, na frente da moça, que logo vai embora. Mimi retira outro da cigarreira, acende e recolhe o dinheiro. Ela faz um sinal para a garçonete que traz um café para Dawnie.
“Beba um pouco”, diz Mimi “você está horrível”. Dawnie obedece.
Mimi segue falando calmamente: “aqui não tem toda a quantia que me deve.”
“Desculpe-me, Mimi, o resto do dinheiro está com uma amiga e...”
Mimi interrompe. “Chega de desculpas. Estou cansada delas! Vamos terminar logo com isso tudo. Tenho um cliente que quer vê-la nesse exato momento. Você o chupa, me paga o resto da grana e estará livre para dar o quanto quiser em seus filminhos de quinta categoria. Simples assim.”
Aeroporto de LA.
Uma mulher loira, com óculos escuros e muito bem vestida sai pela porta da área de desembarque.
Jonathan a está esperando. Os dois se cumprimentam com beijinhos no rosto.
“Rachel Dennis! É um prazer tê-la aqui em Los Angeles. Espero que tenha feito uma boa viagem.”
“Detesto essa ponte-aérea NY-LA.. Muito melhor agora em sua companhia!”
“Vou deixá-la no hotel, e depois nos encontraremos na reunião marcada para essa tarde na Today.”
Os dois vão deixando o saguão do aeroporto.
Dentro da limusine de Mimi.
Dawnie começa a sentir-se tonta.
“Está bem, querida?”
“O que você colocou naquele café, sua cafetina de merda?”.
Vemos um flashback de Mimi dando algumas notas de dinheiro à garçonete.
Dawnie não consegue mais ter sua consciência completa.
“Agora você vai cansar de dar esse rabo na Arábia, putinha infeliz!”
Dawnie não consegue compreender muito bem o que se passa, mas apavora-se. Com o pouco de consciência que ainda lhe resta sabe que está entrando numa fria.
Mimi pega o celular, faz uma ligação e diz apenas uma frase: “Mercadoria pronta!”
A câmera se afasta até vermos o carro ao longe, ao som de “Driving Sideways – Aimee Mann”
Inicia off de narração. Enquanto ouvimos a narração, vemos as imagens descritas abaixo:
“Los Angeles foi apenas um grande sonho. Sonho de menina. Sonho de estar sentindo na pele toda aquela grande força vital da cidade...”
Numa loja da Rodeo Drive.
Vemos Charlie experimentando e comprando roupas. Na hora do pagamento, abre sua bolsa e tira um dos cartões clonados na festa. Fica um pouco preocupada, mas o alívio chega quando a notinha da compra sai da máquina, mostrando que o plano de Dawnie deu mesmo certo. Ela sai da loja dando gargalhadas. Olha vitrines e acaba entrando em outra loja.
Narração:
“...fui maltratada, enganada, amada. Nos poucos anos que participei de suas largas avenidas, estive onde aquela garotinha de interior sempre quis estar. Aqueles famosos “15 minutos de fama” um pouco esticados.”
Quarto de Angela.
Onde estão Griffin e ela tomando sorvete e assistindo a um filme, na cama.
Ela suja seu nariz com a colher. Beijam-se. Ele a abraça e Angela fecha os olhos.
A câmera foca Griffin com um olhar observador.
Narração:
“...Por um momento acabei corrompida pelo charme dessa cidade. Pela fama que nos proporciona de uma maneira tão fácil e desenfreada.”
Melrose Avenue.
Nicholas pára o carro numa esquina onde estão um grupo de garotos de programa. Acena para o mais novo deles. Abre o vidro da janela, trocam poucas palavras. O michê entra no carro.
Nicholas pisa fundo.
Narração:
“...Não tinha idéia do perfume de maldade que paira naquela atmosfera.”
Cômodo pouco iluminado.
Romeo, sentado numa poltrona, escolhe fotos de algumas meninas. Ao chegar à de Dawnie, pára por alguns minutos e olha fixamente.
Narração:
“...Subi, estive no topo, caí. Agora estou vacinada contra esse vírus chamado LA.
Sou novamente aquela garotinha inocente e conservadora do interior. E tenho orgulho disso!”.
Escrito na primeira tela de créditos está:
“Sarah Owens, personagem do seriado Models Inc., morou em Los Angeles por dois anos.”
As imagens, em plano geral, vão fechando até um dos prédios do centro da cidade.
Charlie chega arrumando o cabelo no prédio e se identifica na recepção dizendo ter uma entrevista de emprego marcada no “Los Angeles Undercover”, um decadente tablóide policial e sensacionalista da cidade.
Ela sobe ao andar indicado e encontra uma redação caótica. Ela se assusta a princípio, mas caminha decidida em direção a sala com “editor-chefe” escrito na porta. Ela bate, se apresenta e senta. Edward Gale, o dono do jornal, conversa com ela desinteressadamente enquanto Charlie se esforça para impressionar. Edward elogia o currículo dela e dá uma checada em seu decote. Charlie percebe e, encabulada tenta se cobrir colocando a bolsa no colo. Edward sorri, coça o saco, e por fim diz sem muita convicção: “Talvez uma presença feminina faça bem pra essa redação”.
Charlie é contratada.
Apartamento de Mimi.
Ela está tomando um requintado café da manhã quando ouve a porta de seu apartamento abrir. “Romeo, querido?”, ela pergunta e Romeo surge na sala de jantar cumprimentando-a com um beijo na testa. Ele pergunta se ela conseguiu a garota certa para o cliente árabe e Mimi, sorri: “alguma vez eu já deixei um cliente na mão, sócio?”. Romeo não reage, apenas balança a cabeça em sinal de aprovação. Ele murmura um “muito bem” e se levanta dizendo que agora poderá ter um dia tranqüilo. Romeo vira-se para sair, mas Mimi aperta sua bunda e o segura pela mão:
“Sente e tome um café comigo. Você e essa sua eterna carranca mal humorada! O que você ganha com isso, querido? A mim você não assusta, te conheço bem”. Romeo senta-se novamente e sorri de canto para Mimi, enquanto pega uma torrada. Eles continuam o café conversando sobre amenidades como velhos amigos.
Cidade de Pasadena. Clínica Woodsboro para doentes mentais.
Carrie caminha pelos jardins da clínica até chegar a Margaux que está sentada toda vestida de branco e com uma expressão furiosa. Ela comenta mordaz: “quando me disseram que eu tinha visita, soube que só poderia ser você”. Carrie sorri agradecida e diz que vai tirar ela de lá o mais rápido possível. Margaux se descontrola agarrando Carrie e pedindo que ela faça isso naquele instante! Furiosa, xinga os filhos e Jonathan e diz que se não sair de lá imediatamente vai enlouquecer como os demais pacientes daquele lugar. Carrie tenta acalmá-la repetindo que vai dar um jeito de ajudá-la.
Uma enfermeira que passava por perto ouve a conversa e entra apressada na clínica.
Lanchonete Pit Peach, música ambiente: “California Dreamin” – Mamas and the Papas
Griffin entra na lanchonete e sorri ao ver Angela sentada numa das mesas. Ele senta de frente para ela e diz, prepotente, que ela demorou a ligar. Angela ri e fala sobre a premiação a que deve comparecer na noite seguinte, convidando Griffin para acompanhá-la. Angela o alerta para se comportar; “Mas não muito” acrescenta com um sorriso. Ele sorri de volta e a beija.
São interrompidos por Nat, dono do lugar, que alerta Griffin dizendo que se ele maltratar Angela de alguma forma terá notícias dele. Nat dá um beijo na testa dela, demonstrando seu carinho por conhecê-la desde pequena.
Noite. Revista Today.
Nicholas entra furioso no andar da redação da Today. Ele vê Scott sentado em frente a seu computador e se dirige a ele aos berros reclamando por tê-lo deixado esperando, outra vez essa semana. Scott olha para os colegas de redação encabulado e leva Nicholas para um canto. Ele se justifica dizendo que está cheio de serviço, que não podia sair da redação e que tentou ligar avisando. Nicholas o manda calar a boca e o lembra que fora ele o responsável por seu novo emprego e que, assim como o colocou ali, pode tirar, se achar que esse emprego está atrapalhando sua vida sexual.
“Você não pode falar assim comigo”, diz Scott indignado. Nicholas simplesmente se vira em direção a sala do pai. Ele entra já exigindo a demissão do novo redator. Jonathan, que estava lendo uns papéis, não se dá sequer ao trabalho de olhar para Nicholas ao dizer “saia da minha sala”. Nicholas esbraveja mais um pouco. Jonathan diz, impassível que a Today não é um brinquedinho de filhos mimados e que ele não vai despedir um funcionário sem um bom motivo. “É um bom motivo que você quer?” Diz Nicholas que sai batendo a porta.
Rua em frente ao prédio de Charlie.
Ao chegar Charlie vê um homem conhecido na portaria. É Howard, o senhor que a acompanhou no desfile de Donna Martin e que tentou violentá-la. Ela pára atrás de um arbusto e espera até ele ir embora, para só então, desconfiada, entrar.
Mansão Remington.
Nicholas chega em casa ainda irritado e encontra Angela bebendo e jogando roupas pela escada que leva aos quartos no segundo andar. Ela o vê e pergunta se ele não quer ajudar na limpeza. Diz que sem Margaux na casa, Joe ficou sem função e deve ser expulso. Nicholas ri, pega um drink e sobe para ajudar a irmã. Os dois riem alto e se divertem destruindo as coisas de Joe. As empregadas, assustadas, tentam arrumar a bagunça.
Portão da Mansão Remington.
Joe chega da academia, em seu Porsche, suado e sem camisa, algumas horas depois e o segurança diz que foi proibido de deixá-lo entrar. Antes que ele possa entender o que está acontecendo, Nick e Angela surgem jogando sacos de lixo cheios com suas coisas em cima do carro dele, amassando e quebrando o vidro. Os dois estão alcoolizados, riem e ofendem Joe de todas as maneiras. Ele fica possesso, pega suas coisas e sai dali acelerando com tudo. Os irmãos, realizados, voltam pra dentro. “Eu te amo, sabia disso?” Diz Nicholas abraçando a irmã.
Manhã seguinte. Imagens de tráfico em Hollywood ao som de “So Young” – The Corrs. Apartamento de Mimi.
No dia seguinte, pela manhã, Dawnie surge no apartamento de Mimi. Ela comenta sobre a premiação daquela noite e pede para Mimi deixá-la ser a acompanhante de um de seus clientes no tal evento. Achando graça naquilo, Mimi pergunta por que ela deveria fazer isso.
“Porque você sabe que eu me encaixo perfeitamente num ambiente como esse, não sou uma putinha suja qualquer. A não ser é claro, quando o cliente pede”. Mimi ri e diz que sabe bem daquilo; ela avisa a Dawnie para ficar tranqüila, assim que algum cliente ligar, ela será a primeira encaminhada. Dawnie sorri e comemora muito, agradecendo Mimi com um beijo no rosto e dizendo que naquela noite ela conseguirá juntar tudo o que deve a ela.
Beverly Hills.
No final da tarde, o Dr. Cory Robbins está no estacionamento da sua clínica de cirurgia plástica, tirando o carro, quando é abordado por Carrie.
“Nós dois sabemos que Margaux Remington não tem nenhum problema psiquiátrico e o que a mantém naquele sanatório é o dinheiro dos filhos ingratos dela. Você é um cirurgião plástico! Como pode internar pessoas em hospital psiquiátrico? Eu posso cobrir o valor que eles pagam pra você. Basta você tirá-la de lá”. Dr. Cory, que sempre foi inescrupuloso e arrogante explica a Carrie que ele não pode fazer aquilo. Seu negócio se baseia na confiança de seus clientes e ele jamais poderia cancelar um contrato.
“Isto não é um leilão, sinto muito!”, diz ele fechando o vidro e saindo com o carro. Carrie fica desolada.
Vemos, então, Cory dirigindo e deixando um recado na caixa postal de um celular: “Nick! Estou louco pra comer essa bundinha de novo. Me liga!”
Noite. Numa mansão em Pacific Palisades. Premiação anual para os maiores sucessos editoriais de LA do ano de 2000. Ao som de “Beautiful Ones – Suede”.
Uma confusão de limusines e paparazzis está à frente do evento. Jonathan Remington, representando a Today, surge no tapete vermelho e é recebido por uma avalanche de flashes. Vemos Charlie no meio dos repórteres. Ela olha para ele fixamente enquanto é acotovelada pelos paparazzis que tentam um melhor ângulo dele.
Angela surge acompanhada por Nicholas em um braço e Griffin no outro. Estão todos elegantíssimos; sorriem e acenam para as câmeras. Dali a pouco surge Dawnie acompanhando um milionário; Linda, num chique vestido vinho, atraindo os olhares de todos os homens por uns instantes.
Takes curtos de dentro da mansão, onde garçons andam com bebidas, pessoas riem, se cumprimentam, se medem e riem mais um pouco.
Charlie dá a volta por fora na mansão, seguindo alguns poucos repórteres que estão tentando invadir a festa pelo estacionamento nos fundos. Eles ajoelham, se arrastam, tentam pular o muro, mas tudo em vão.
Dawnie aparece naquela calçada. Olhar misterioso e parece procurar por algo.
Charlie vai até uma RP que está ali tentando conter a bagunça e pede por uma credencial, dizendo ser do LA Undercover. A RP tenta conter um sorriso irônico dizendo que não sabia que aquele jornal cobria eventos sociais e sai antes que Charlie consiga argumentar. Ela reclama com o fotógrafo dizendo que ligara antes, tentara credenciais, mas todos parecem se assustar a menção do nome LA Undercover. O fotógrafo ri.
Quando vai sair da bagunça, Charlie tromba com Dawnie violentamente. As duas caem. Charlie se apressa em pedir desculpas e estende a mão para levantá-la. Dawnie diz que está tudo bem, e pergunta o que está acontecendo ali. Charlie explica e Dawnie diz que pode colocá-la para dentro se quiser, já que é uma das convidadas. Charlie se empolga e sai atrás de Dawnie que a leva até a entrada da mansão. Minutos depois, Charlie e seu fotógrafo adentram a festa.
Dawnie volta para seu cliente que está conversando com um casal próximo a piscina e sorri educadamente. Quando o casal se retira, Dawnie abraça o milionário e sussurra coisas em seu ouvido. Ele ri, a pega pela mão e segue para dentro da mansão.
Scott está escrevendo em um bloco de notas quando Nicholas surge.
“Estou trabalhando, Nick.” avisa o rapaz. Nicholas pede desculpas pelo comportamento agressivo na tarde anterior e diz que só perdeu a cabeça daquele jeito porque está completamente apaixonado por ele, que sorri e diz estar tudo bem. Nicholas o abraça e diz que quer pedir desculpas à sua maneira. Os dois sorriem um para o outro e também partem para dentro da mansão.
Charlie vê Jonathan tomando um Martini num canto e conversando com um jornalista. Assim que o jornalista sai, ela se aproxima timidamente:
“Oi, o senhor talvez não se lembre de mim, mas...”
“Charlie!”, diz Jonathan interrompendo-a, “como está?”. Ela explica, ainda meio sem jeito, que está ali a serviço, cobrindo o evento para seu jornal e os dois começam a conversar animadamente.
Dawnie e seu cliente estão se atracando numa cabine dentro do banheiro masculino. Algumas cabines ao lado estão Nicholas e Scott fazendo o mesmo. Nicholas abaixa as calças de Scott enquanto o beija e começa um sexo oral. Ele segue tirando a roupa do namorado que, mesmo com muito tesão, tenta se conter e pede para Nicholas parar. Ele, é claro, não pára.
Dawnie termina de chupar seu cliente e se levanta dizendo que eles devem voltar à parte de fora da mansão, pois a premiação está para começar. O velho veste a calça e sai do banheiro enquanto ela fica em frente ao espelho se arrumando. Ela ouve barulhos na cabine onde está Nicholas e sorri para si. Ouve-se, vinda de fora, a voz da apresentadora anunciando que a premiação vai começar. Scott manda Nicholas parar e diz que deve voltar imediatamente à cobertura do evento. Nicholas chuta a calça de Scott, que estava no chão, para fora da cabine e sai logo em seguida. De dentro, Scott pergunta o que ele está fazendo. Nicholas e Dawnie se olham com petulância quando ele sai e logo em seguida voltam a suas ações, um fingindo que o outro não está ali.
Scott continua berrando de dentro ordenando que Nicholas pare com a brincadeira, pois precisa estar lá fora fazendo seu trabalho. Nicholas responde:
“Depois dessa noite, meu amor, você não terá mais trabalho. Eu vou adorar ver você explicando para o chefinho John amanhã porque não tem material nenhum sobre a premiação”. Nicholas pega a calça de Scott no chão e sai do banheiro. Antes, ouve Dawnie comentando:
“Que golpinho baixo! Sem classe nenhuma!”.
Nick sorri para ela dizendo que “Classe está em conseguir sempre o que se quer”. E sai do banheiro. Scott continua chamando por Nicholas.
Dawnie está saindo quando a porta abre e Griffin entra. Ele olha surpreso e pergunta o que ela está fazendo ali.
“Provavelmente o mesmo que você” ela responde. Ele diz ser um alívio encontrar alguém interessante naquele lugar, para variar, e ela sugere entrar na cabine para fazerem coisas realmente interessantes. Eles entram se beijando e transam ao som dos berros desesperados de Scott.
Apartamento de Mimi.
Ela e Romeo estão tratando de negócios. Ao terminarem, ele boceja e se levanta para ir embora. Mimi o convida para dormir ali.
“Não comece, Mimi” diz Romeo, mas ela o ignora e vai para cima dele, abraçando-o e acariciando seu rosto.
“Por que você sente esse medo de mim, Romeo?”
“Eu não sinto nada por você, Mimi, esse é o problema” e se desvencilha dela. Sem graça, Mimi força um sorriso falso e muda de assunto.
“Vou preparar as coisas para amanhã, então. Essa intervenção eu quero fazer pessoalmente”, ela diz. Romeo, preocupado, pergunta se ela tem certeza e Mimi balança a cabeça afirmativamente.
“Tranque a porta ao sair, ok?” Diz ela enquanto caminha para seu quarto.
De volta à festa.
Jonathan se despede de Charlie dizendo que deve se posicionar para receber o prêmio em nome da Today. Ela parece desapontada e pergunta, nervosa, se poderia vê-lo outras vezes. Ele olha para ela curioso e ela trata de esclarecer:
“Negócios. Eu tenho negócios que gostaria de tratar com você”. Ele sorri e passa o número de seu celular para ela.
Assim que Jonathan sai, Dawnie pára ao lado de Charlie arrumando o vestido.
A apresentadora da premiação está anunciando os indicados na categoria “Melhor Editoria de Moda”. Dawnie diz olhando para o palco que Charlie deve obedecer as suas instruções. Sem entender nada, Charlie olha para ela com um ponto de interrogação na cara. Dawnie segue falando, ainda sem olhar para ela:
“Olhe pra frente e continue fingindo que está trabalhando. Quando trombei com você lá fora foi para colocar um objeto em sua bolsa”. No mesmo instante, Charlie abre a bolsa e vê um equipamento lá dentro, muito parecido com uma daquelas máquinas de passar cartão encontradas em lojas. Dawnie tira um cartão de crédito de dentro do vestido e entrega para Charlie.
“Você vai passar esse cartão na máquina que está em sua bolsa e ela vai copiar os dados. Em seguida passe um dos cartões virgens que está junto à máquina. Ele irá armazenar os dados copiados”. Charlie incrédula se recusa:
“Você vai clonar esse cartão?!”.
“Não só esse”, responde Dawnie. “Durante a noite, voltarei com outros cartões e você vai repetir o procedimento. Você vai fazer o que estou mandando pois não vai querer ser denunciada para os seguranças. Imagina o que aconteceria com você se eles encontrassem tudo isso na sua bolsa”. Charlie olha para o cartão em sua mão, boquiaberta, e faz menção de protestar quando Dawnie a interrompe: “Sinto muito, queridinha, mas eu não ia correr o risco de entrar e sair daqui com esse equipamento. Você corra esse risco por mim. E se fizer tudo direitinho, deixo um dos cartões clonados contigo. E nem pense em sair do negócio! Entre uma convidada e uma repórter do LA Undercover que entrou aqui sem credencial, em quem você acha que irão acreditar? Até daqui a pouco.” E Dawnie sai em direção ao seu cliente. Chocada e sem opção, Charlie faz o que Dawnie mandara.
No palco, a apresentadora anuncia a Today como vencedora na categoria “Melhor veículo de mídia de 2000” e Jonathan sobe para receber o prêmio acompanhado de Nicholas e Angela. Jonathan faz seus agradecimentos de forma sucinta e é seguido por Angela que toma o microfone para lamentar a escolha de sua mãe Margaux que, segundo ela, partira para a Austrália, para retirar-se em sua fazenda na região do Éden, deixando a chefia da Today na mão de sua amada família.
“Margaux vai ser sempre nosso modelo dentro da Today. Modelo de caráter e integridade. Modelo de...”
O discurso de Angela é interrompido por uma gritaria perto das portas da casa. Os seguranças aparecem carregando Scott seminu para fora, enquanto os fotógrafos registram a cena. Scott grita para o soltarem e diz que Nicholas vai pagar por tudo aquilo. Algumas pessoas riem, outras ficam chocadas. Jonathan no palco olha para Nicholas que, cínico, demonstra surpresa e indignação.
“Eu não tenho nada a ver com isso” avisa.
A festa segue sem maiores complicações dali em diante.
Angela bebe muito e se esfrega em Griffin na frente de todos. Jonathan pede a Nicholas que a leve embora antes que ela envergonhe a todos e ele, rindo, obedece. Os três saem da festa.
No fim da noite, depois de ter clonado três cartões, Dawnie avisa a Charlie que agora é hora de sair e combinam de se encontrar fora da mansão em dez minutos. Porém, antes que possam se despedir, Dawnie percebe um dos figurões de quem roubou um cartão mexendo nos bolsos e chamando pelo segurança. Dawnie olha para Charlie e diz: “Fodeu!”
Ela pega Charlie pela mão e sai andando a passos apressados em direção ao estacionamento. O velho figurão aponta para Dawnie de longe e os seguranças vão à direção das duas. Rapidamente Charlie dá a volta pela varanda e aborda o velho ricaço, perguntando-lhe se o cartão que tem nas mãos é dele. Ele dá um sorriso amarelo para ela e agradece, no momento que os seguranças chegam segurando Dawnie. Ele manda os homens soltarem a moça, a beija na testa, dando-lhe o braço e a tirando da festa. Dawnie dá uma olhadela para trás e pisca para Charlie, que acaba ficando com todo o material do golpe.
Amanhece. Cenas da costa de LA ao som de “I Want You” – Savage Garden
Loft de Carrie.
Ela abre e fecha gavetas, mexendo em caixas e coisas velhas. Fica feliz ao encontrar uma agenda antiga. Ela a abre, lê algo e corre para o telefone.
A câmera vai à agenda largada sobre a cama e lemos o nome e telefone de Dr. Brett Cooper.
Pequeno restaurante no bairro de Bel-Air.
Dawnie chega ainda com sono e escondida atrás de óculos escuros a um café. O lugar está quase vazio, com exceção de uma garçonete, dois homens que conversam ao fundo e Mimi, que está a uma mesa fumando. Dawnie caminha até ela, se senta e tira um bolo de dinheiro da bolsa.
“Aqui está o que eu te devia”, diz Dawnie.
Nesse momento a garçonete pára na frente das duas e diz a Mimi que é proibido fumar ali. Mimi, irônica, pega o cigarro e o joga no chão, na frente da moça, que logo vai embora. Mimi retira outro da cigarreira, acende e recolhe o dinheiro. Ela faz um sinal para a garçonete que traz um café para Dawnie.
“Beba um pouco”, diz Mimi “você está horrível”. Dawnie obedece.
Mimi segue falando calmamente: “aqui não tem toda a quantia que me deve.”
“Desculpe-me, Mimi, o resto do dinheiro está com uma amiga e...”
Mimi interrompe. “Chega de desculpas. Estou cansada delas! Vamos terminar logo com isso tudo. Tenho um cliente que quer vê-la nesse exato momento. Você o chupa, me paga o resto da grana e estará livre para dar o quanto quiser em seus filminhos de quinta categoria. Simples assim.”
Aeroporto de LA.
Uma mulher loira, com óculos escuros e muito bem vestida sai pela porta da área de desembarque.
Jonathan a está esperando. Os dois se cumprimentam com beijinhos no rosto.
“Rachel Dennis! É um prazer tê-la aqui em Los Angeles. Espero que tenha feito uma boa viagem.”
“Detesto essa ponte-aérea NY-LA.. Muito melhor agora em sua companhia!”
“Vou deixá-la no hotel, e depois nos encontraremos na reunião marcada para essa tarde na Today.”
Os dois vão deixando o saguão do aeroporto.
Dentro da limusine de Mimi.
Dawnie começa a sentir-se tonta.
“Está bem, querida?”
“O que você colocou naquele café, sua cafetina de merda?”.
Vemos um flashback de Mimi dando algumas notas de dinheiro à garçonete.
Dawnie não consegue mais ter sua consciência completa.
“Agora você vai cansar de dar esse rabo na Arábia, putinha infeliz!”
Dawnie não consegue compreender muito bem o que se passa, mas apavora-se. Com o pouco de consciência que ainda lhe resta sabe que está entrando numa fria.
Mimi pega o celular, faz uma ligação e diz apenas uma frase: “Mercadoria pronta!”
A câmera se afasta até vermos o carro ao longe, ao som de “Driving Sideways – Aimee Mann”
Inicia off de narração. Enquanto ouvimos a narração, vemos as imagens descritas abaixo:
“Los Angeles foi apenas um grande sonho. Sonho de menina. Sonho de estar sentindo na pele toda aquela grande força vital da cidade...”
Numa loja da Rodeo Drive.
Vemos Charlie experimentando e comprando roupas. Na hora do pagamento, abre sua bolsa e tira um dos cartões clonados na festa. Fica um pouco preocupada, mas o alívio chega quando a notinha da compra sai da máquina, mostrando que o plano de Dawnie deu mesmo certo. Ela sai da loja dando gargalhadas. Olha vitrines e acaba entrando em outra loja.
Narração:
“...fui maltratada, enganada, amada. Nos poucos anos que participei de suas largas avenidas, estive onde aquela garotinha de interior sempre quis estar. Aqueles famosos “15 minutos de fama” um pouco esticados.”
Quarto de Angela.
Onde estão Griffin e ela tomando sorvete e assistindo a um filme, na cama.
Ela suja seu nariz com a colher. Beijam-se. Ele a abraça e Angela fecha os olhos.
A câmera foca Griffin com um olhar observador.
Narração:
“...Por um momento acabei corrompida pelo charme dessa cidade. Pela fama que nos proporciona de uma maneira tão fácil e desenfreada.”
Melrose Avenue.
Nicholas pára o carro numa esquina onde estão um grupo de garotos de programa. Acena para o mais novo deles. Abre o vidro da janela, trocam poucas palavras. O michê entra no carro.
Nicholas pisa fundo.
Narração:
“...Não tinha idéia do perfume de maldade que paira naquela atmosfera.”
Cômodo pouco iluminado.
Romeo, sentado numa poltrona, escolhe fotos de algumas meninas. Ao chegar à de Dawnie, pára por alguns minutos e olha fixamente.
Narração:
“...Subi, estive no topo, caí. Agora estou vacinada contra esse vírus chamado LA.
Sou novamente aquela garotinha inocente e conservadora do interior. E tenho orgulho disso!”.
Escrito na primeira tela de créditos está:
“Sarah Owens, personagem do seriado Models Inc., morou em Los Angeles por dois anos.”