Thursday, September 21, 2006

Chamada para o episódio 1.09

PACOTE DE MÚSICAS do episódio 1.09

1.09 - JOGADA DO CASAL PERFEITO - “A PERFECT MATCH” - Writing by Rodrigo Di Biase and Stuart Hornung

Noite. Cidade de Cleveland. Clínica Sanitydammer.



Charlie e o Dr. Michael Mancini estão amarrados no salão crematório, no subsolo do lugar. Ao fundo estão a fornalha e dois enfermeiros acendendo o local. Michael conversa com Charlie num tom baixo, dizendo para ela acatar tudo o que ele vai começar a fazer por ali. Ela concorda.
Assim que os dois homens aproximam-se, Michael começa seu joguinho: “Vocês não acham um desperdício essa loirinha e esse seu corpinho gostoso serem queimados antes de uma boa festinha?”
Charlie olha para Michael não aprovando muito suas palavras. Mas ele continua: “Vamos aproveitar! Eu realmente necessito de umazinha antes de morrer”.
“Você vai morrer necessitado, então, doutor” diz um deles já tirando a camisa para fora da calça. Dando sinal de que gostaram da sugestão. Um dos enfermeiros levanta Charlie à força, enquanto o outro suspende sua saia, já enfiando os dedos dentro da calcinha, e com a outra mão abrindo os botões de sua calça branca. Michael continua sentado no chão, enquanto ela resolve entrar no jogo dos caras: “Desamarrem minhas mãos que tudo irá ficar mais gostoso!” Diz ela rebolando na mão de um deles.
“Olha só, a putinha já está cheinha de tesão!” Diz um deles passando a língua em sua nuca, enquanto o outro já está com a cueca na canela, masturbando-se com uma das mãos, e com a outra retirando a corda que prende as mãos dela. Charlie começa a gemer alto até estar completamente livre. Conseguindo mexer os braços, ela vira-se e empurra o enfermeiro que está com as calças nos tornozelos, que o faz desequilibrar e cair para trás. Quando o outro brutamonte percebe, ele toma a iniciativa de agarrá-la, mas Michael puxa suas duas pernas amarradas com a força de seu quadril, e faz o segundo enfermeiro também tropeçar. É o tempo de ela desamarrar suas pernas.
“Foge Charlie!” São as únicas palavras que Michael consegue gritar antes de ela sumir pelo corredor mal iluminado.


LA. Restaurante Open Sea, Malibu.
Um garçom está enchendo a taça de champagne de Angela, que está sentada sozinha em uma das mesas. Kyle McBride, o dono do restaurante, aproxima-se e pergunta se está tudo em ordem. Ela agradece. Olha o relógio e solta um suspiro de impaciência. Griffin entra no lugar, procura por ela. Quando avista sua mesa segue apressadamente.
“Desculpe, meu amor. Estive ocupado com a entrega de uma mercadoria”.
“Essa fotógrafa, Jo Reynolds, está mesmo te explorando! Preciso ter uma conversinha com Margaux a respeito disso. Quase não te encontro mais fora daquela revista!”
“Não!” Diz ele balançando a cabeça negativamente “Estou aprendendo muito com esse trabalho. Não terei outra oportunidade dessas tão cedo”.
Angela abre um sorriso no rosto: “Adoro ver você dizer que está gostando do emprego”.
Griffin a beija por alguns segundos e diz que não está conseguindo mais segurar-se, e precisa fazer-lhe uma pergunta. Ela lança um olhar curioso. Griffin ajoelha-se em frente à mesa, tira um estojinho de veludo vermelho do bolso, pega uma das mãos dela. Abre o estojo revelando um anel de brilhantes.
“Case-se comigo Angela Remington?”
A câmera foca os olhos dela, ainda inexpressivos depois da pergunta.

ABERTURA

Guest starring:

Entrada da agência de modelos “Hunks”. Ao fundo toca “Sexy Boy - The Kinky Boys feat. Kia”.
Margaux sai na companhia de Trevor. Os dois muito bem vestidos, conversando com certa intimidade, sorriem. De repente Trevor pára na frente dela, coloca os braços em torno de sua cintura, os dois se olham e ele a beija. Ficam assim por algum tempo.
A câmera segue até o outro lado da rua onde está Joe em seu carro, observando os dois.
Ele bate forte a cabeça no volante repetidas vezes. Pega um papelote de coca situado no painel, abre, pega um pouco do pó no dedo e cheira. Levanta a cabeça e fecha os olhos.
Margaux e Trevor seguem para sua pick-up, onde ele abre primeiro a porta para ela, dá a volta no carro e entra. Joe dá um murro no vidro de sua janela, trincando-o e cortando sua mão. Assim que a pick-up sai, ele liga o carro e segue atrás.
Cessa a música.



Clínica Sanitydammer.
Charlie corre pelos corredores desesperada, tentando lembrar o caminho da saída do lugar.
Cruza com alguns enfermeiros que não entendem o que se está se passando, mas assim mesmo seguem atrás dela. Minutos depois ela consegue chegar até a recepção. Sem pensar muito, acaba correndo para os braços de um homem de terno; onde após ser abraçada por ele, de olhos fechados, chorando, ela pede por socorro. Ele passa a mão em sua cabeça e diz que ela não tem nada mais para se preocupar. Reconhecendo a voz, olha para seu rosto. É Nicholas, com policiais junto dele e a recepcionista já algemada. “Graças a Deus, você nos encontrou!” Agradece Charlie.
“Não foi difícil seguir o rastro de vocês”.
“Rápido, eles estão matando Michael!” Diz aliviada, mas ainda fora de si.
Os policiais começam a percorrer os corredores.
“Carrie? Onde está Carrie?” Pergunta Nick ainda abraçado a ela.
“Não a vi. Não conseguimos encontrá-la. Ela está em coma, com certeza está na UTI”.
Ele pergunta para a mulher detida onde fica o lugar. Ela aponta um dos corredores. Os dois seguem atrás de um dos policiais.


Salão crematório.
Os dois enfermeiros estão socando Michael, que já está bastante machucado, quando dois dos policiais entram e apontam suas armas. Os homens param a surra e levantam os braços. Michael suspira aliviado: “Já era hora!” e cai sentado.

UTI.
O policial força a abertura da porta trancada com chutes. Charlie e Nicholas o seguem entrando no local. Procuram olhar a cara das pessoas deitadas nos leitos, mas não encontram Carrie. Brett Cooper está no fundo da sala, de costas, olhando para a janela. Nicholas o aponta para o policial, que grita para ele levantar os braços. Brett vira-se: “Eu a amo!” são suas únicas palavras. E com um bisturi em cada mão, em um rápido movimento, corta suas próprias veias do pescoço. Charlie agarra Nicholas, virando o rosto para não ver. O policial corre até onde Brett está caído, já encharcado de sangue. Nicholas solta Charlie e também corre até ele, que respira com dificuldades. O policial tenta parar a hemorragia com toalhas.
“Onde está Carrie, seu desgraçado!” Grita Nicholas.
Brett apenas solta uma lágrima e dá seu último suspiro silencioso.
Charlie está ajoelhada, a alguns metros, chorando.


Manhã. Los Angeles. Imagens da região de Montebello ao som de “Conjure One feat. Poe - One Word”.



Em um estúdio vazio, num set imitando um salão de beleza, está Jones Krueger, abotoando sua calça e vestindo sua camisa. Dawnie está amordaçada, com as mãos amarradas, nua no chão.
“Finalmente, heim loirinha” ele ajoelha-se “pena que não foi tão bom quanto eram minhas expectativas. Quem diria, uma puta ruim de foda! Nem pra rebolar um pouquinho...” Dá uma bofetada no rosto dela e depois se levanta. Dawnie fecha os olhos, procurando forças para tentar se mover.
“Não adianta loirinha. O anestésico vai fazer efeito por muito tempo ainda”. Enquanto ele vai falando, vai despejando um líquido em uma das bacias de metal de uma das cadeiras próprias para lavagem de cabelos em salão de beleza. “Aproveite! Desfrute desse seu momento tetraplégico”.
Ele começa a assobiar.
A câmera foca o galão nas mãos dele onde está escrito “H2SO4 - Ácido Sulfúrico”.


Roxford Street na região de Sylmar.


Griffin e Angela estão saindo de um motel no carro dela. Ela aprecia o anel em seu dedo.
“Não se preocupe querido, vou pagar por ele. E já está decidido: Início do mês que vem!” Fala ela com um sorriso no rosto.
“Não acha muito pouco tempo para conseguir levantar toda essa grande festa que você está pretendendo?”
“Não bobinho! Já está na hora de você aprender que o dinheiro compra tudo, até mesmo tempo.”
Ele acata as palavras dela com um sorriso falso, escondendo certa preocupação sobre o casamento. Ela pára o carro em frente ao prédio de Brian, onde ele e Griffin dividem apartamento; e depois de um demorado beijo, ele sai do carro.
“Ainda essa semana, prepare-se para nosso jantar de noivado. Margaux e Jonathan não perdem por esperar.”
Griffin concorda e acena com a mão, já na calçada. Angela parte e ele entra no prédio. Sobe o elevador e encontra a porta do apartamento apenas encostada. Entra e vê Brian com uma garrafa de vodka na mão, chorando, sentado no chão, encostado no sofá. Griffin tira o vidro da mão dele e o coloca em cima da mesa.


“Scott está morto”. São as únicas arrastadas palavras que saem de sua boca. Ele está completamente bêbado. Griffin passa a mão em seu cabelo, acariciando-o. Ele abraça o amigo, que está num pranto contínuo. Levanta-o com um pouco de dificuldade, levando-o até o banheiro. Retira sua roupa e o coloca debaixo do chuveiro. Brian começa a gritar que vai acabar com o assassino do Nicholas Remington. Griffin não entende nada. “O Nicholas? O que você está dizendo?”
Em meio a frases soltas ditas por Brian, Griffin consegue juntar o que aconteceu em Santa Clarita, incrédulo e um pouco assustado.
Já no quarto, Griffin deita o amigo na cama, que não pára de falar: “Agora você vai ter que me ajudar a inventar algo elaborado pra nos livrarmos desse seu cunhado. Ele pode ter ganhado esse round, mas não perde por esperar”.
Griffin concorda apreensivo: “É... eu preciso mesmo tirá-lo do meu caminho mais cedo ou mais tarde”.
“Tinha certeza que você não iria me deixar na mão. Griffin, você sabia que eu te amo?”
“Tenta dormir, cara. Depois conversamos melhor.” Diz não dando importância às palavras do amigo. Após um tempo, ele sai do quarto deixando Brian adormecido. Já na sala, ouve uma batida violenta na porta; prepara-se para atender, mas antes disso a porta é arrombada por dois homens truculentos que invadem o lugar, segurando e batendo nele. Ele tenta se defender, mas não é páreo para os dois. Deixam-no desacordado e saem de lá o carregando. Na rua, eles o jogam no banco de trás de um carro preto e saem em alta velocidade. Jo, que acabara de estacionar seu carro atrás do deles, assiste a tudo, não gosta do que vê, dá a partida e começa a segui-los. O carro com Griffin corre, corta outros carros, ultrapassa sinais. Para não perdê-los de vista, Jo é obrigada a fazer o mesmo. Ela tenta manter uma distância segura para não ser percebida. Depois de um longo caminho, já num subúrbio da cidade, o carro com os homens pára em um beco e eles entram em uma pequena porta carregando Griffin. Jo chega ao local um pouco depois, desce do carro e começa a explorar a área.
Dentro do local, Griffin é jogado numa cadeira em uma salinha escura e suja. Ainda zonzo, tenta recobrar os sentidos; assusta-se ao reconhecer o homem sentado a sua frente: James Townsend, o pai de Arthur, o garoto que ele fotografara para Ron Maxwell.


Revista Today.
Nicholas e Charlie estão sentados na sala de Margaux, contando para ela todo o ocorrido em Cleveland.
“A polícia vasculhou todos os cantos daquela clínica, mamãe, e nem sinal de Carrie.”
Margaux fica perturbada com tudo que eles continuam a contá-la.
“Ainda estão investigando. Mas com a morte de Brett Cooper, não vai ser nada fácil descobrir seu paradeiro”. Diz Charlie.
“Minha Carrie... Deus queira que ela esteja viva” pega um lenço e enxuga o canto dos olhos “Não me importa o quanto vai custar, quero os melhores profissionais para encontrá-la. Não meça esforços para trazê-la de volta pra mim”.
Natasha entra com um copo de água. Enquanto Margaux bebe, Nick sugere ela ir para casa descansar. Ele e Charlie saem da sala em seguida; ela o para no corredor: “Por que estamos dando essas falsas esperanças a sua mãe? Você não acredita na possibilidade de Carrie estar viva!”
“Estou apenas ganhando tempo. Já comprou algum caixão em sua vida, Charlie?”


Estúdio em Montebello.
Jones pega Dawnie no colo. Totalmente imóvel e ainda amordaçada, ela só consegue expressar seu horror pelos olhos. Ele a senta na cadeira preparada e recosta a sua cabeça na borda da bacia de metal. Vai até um aparelho de som, situado num canto do lugar, e o liga.
Ao fundo “Vide Cor Meum - Danielle De Niese e Bruno Lazzaretti”.
Ele coloca luvas de plástico enquanto dubla a letra da ópera. Aproxima-se dela e começa a acariciar seu rosto com os dedos plastificados.
“Sabe como Dante escapou do inferno?” Pergunta alisando os cabelos dela, onde os únicos movimentos de seu corpo são os olhos completamente inquietos. Ele continua: “Ele foi ajudado pela alma de sua amada Beatriz. Que tanto o ajudou a escapar do purgatório como a chegar ao paraíso. Pena que do inferno, ninguém vai te tirar”.
Ele canta alguns versos em latim, num tom mais alto, enquanto coloca os cabelos dela encostando-se ao ácido, que começa a corroer os fios, soltando uma leve fumaça. Ele abre a mão no rosto dela, começando a forçar sua cabeça para trás, dentro da bacia.
“Jones, já chega! Pare imediatamente com isso”. Grita Mimi entrando no set, junto de Romeo.
Ele continua. Romeo corre e dá um soco em seu rosto, fazendo-o cair no chão, metros dali. Ele retira Dawnie da cadeira, a cobre com uma toalha e vai saindo do lugar com ela no colo.
Mimi vai até o empresário caído, que está segurando o maxilar: “Seu trabalho aqui está feito” e joga um grosso maço de notas de cem dólares em cima dele, que o pega, cheira e começa a contar. Mimi dá as costas e segue para a porta. Jones continua cantando a ópera.


Mulholland Drive.
Jonathan está em casa, bêbado. Já está a horas falando com bancos e investidores, em estado alterado: “Já estou cansado dessa história de não ter mais nenhum controle sobre meus investimentos. Só gostaria de saber quem os tem agora, apenas um nome! Simples assim”.
Escuta um pouco o gerente do outro lado da linha.
“Não me interessa! Quero que você e essa porra dessa sua ética bancária vão pra puta que o pariu!”
Joga o telefone no chão e taca o copo de uísque na parede da sala. Senta no sofá, coloca a mão no rosto. O celular, em cima da mesa, toca. Ele vê que é Charlie chamando, mas não demonstra vontade alguma em atender. Continua tocando insistentemente.


Subúrbio de LA.
No cativeiro, Griffin está sozinho amarrado a uma cadeira desconfortável. Ele tenta se soltar em vão. Ouve barulhos vindo de fora do cômodo; O segurança, que está de guarda, abre a porta e empurra Jo para dentro, trancando-a novamente em seguida.
“Seguindo-me novamente. Que bonito, fotógrafa.”
“Não sei o que você aprontou dessa vez, mas minha intenção, na verdade, era tentar te tirar daqui”.
Griffin solta uma rápida risada: “É claro que era”.
Ela começa a desamarrá-lo da cadeira e pede para ele explicar o que está acontecendo. Após ouvir sobre toda a armação de Maxwell e as fotos do garoto Arthur, ela soca a cara dele.
“Isso foi por sua presença naquele leilão nojento e por essas fotos. Crianças peladas! Você é doente”.
“Eu estava obedecendo a ordens.”
Jo termina de soltá-lo e senta-se encostada na parede. “Você ainda se arrependerá profundamente de tudo isso. O dia em que você segurar um filho nos braços.”
“Mãe de quantos filhos, Jo?”
Ela escuta a pergunta e fecha os olhos.
Flashbacks dela dando seu filho recém-nascido para adoção.
Depois de alguns minutos responde: “Tive um menino há seis anos atrás. Mas o tiraram de mim. Uma história maluca e complicada que me arrependo de ter participado toda vez que coloco a cabeça no travesseiro antes de dormir. Uma ferida que não irá cicatrizar-se nunca. Meu pobre Austin”.
Griffin fica intrigado ao ouvir suas palavras. Jo abre seu casaco, tira seu telefone celular do bolso interior: “911?”
Griffin sorri não acreditando no que está vendo. “Polícia não. Eles nos tiram daqui, mas sou enquadrado também”. Ele pensa um pouco e solta: “Nicholas Remington!”
Ela olha sem entender muito a escolha dele.

Today.
Angela está passando pela redação e Natasha avisa que estão esperando por ela em sua sala, não deixando de frisar que é a polícia. Angela entra firme.
“Boa tarde senhores. Em que posso ajudá-los?”
“Não tomaremos muito seu tempo Srta. Remington. Detetive Santos. E esse é o oficial Rimes. Gostaria de fazer algumas perguntas”.
“Estou infringindo a lei de alguma forma?” Pergunta ela sentando-se em sua mesa.
“Não é essa a questão, por enquanto. A Srta. esteve na cidade de Santa Clarita nas últimas semanas?”
Ela responde seca: “Não”.
“Mas a Srta. costumava alugar um sítio por lá, para passar finais de semana, estou certo?”
“Há bastante tempo atrás. Ainda estava com meu ex-noivo. Por que essas perguntas, eu posso saber?”
“Ocorreu um incêndio criminoso no local, onde houve uma morte. Resumindo: Um homicídio.”
“Sinto muito não poder ajudá-los senhores. Mais alguma coisa?”
“Uma última pergunta Srta. Remington. Já ouviu falar no nome Robert Scott?”
“Sim. Foi um de nossos redatores por um tempo. O que tem ele?” e depois de uma rápida pausa encenada “ele foi a vítima! Pobre coitado. Era um bom redator”.
O detetive agradece e diz que qualquer novidade entrará em contato. Aperta a mão dela e os dois saem da sala, deixando-a pensativa, com a língua coçando para entregar o irmão. Mas chega a conclusão de que se entregá-lo, ele abrirá a boca sobre o seu seqüestro.
Logo em seguida entra Rachel: “Hum, problemas com a polícia. O que anda aprontando Angela Remington?”
“Por favor, Rachel, minha cabeça está estourando. Não estou nem um pouco a fim de ouvir essa sua voz.”
“Mas vai adorar saber disso” e senta-se na cadeira em frente à mesa. “Tessie conseguiu encontrar Caroline”.
Angela levanta as sobrancelhas, tornando-se toda ouvidos.


A câmera sai da sala de Angela, percorre os corredores da redação e chega ao hall de entrada. Natasha está sem entender a comitiva que está entrando na revista: Howard Stern escoltado por quatro advogados e um segurança.
“O que deseja senhor?” Tenta ela interromper os homens obstruindo a passagem.
“Se a mocinha quer continuar nesse emprego, cale a boca e volte pra trás de sua mesa”. Responde Howard. Todos eles continuam entrando. Natasha corre pro telefone para tentar comunicar Margaux. Charlie percebe a presença dele e esconde-se numa saleta. Depois que a comitiva passa ela sai, pega sua bolsa, em sua mesa, e corre para a saída.
Antes de eles chegarem à sala de Margaux, ela já os encontra nos corredores.
“O que significa esse rebanho, senhores?” Fala em tom alto, parando e encostando a mão na parede, impedindo a passagem.
“Margaux Remington! É com você mesmo que preciso conversar. Você e uma outra funcionária chamada...” ele pega um papel e lê “... Rachel Dennis. Que está dividindo com você a direção da revista”.
Rachel logo aparece para saber o porquê da bagunça instalada no local.
“Sala de reuniões, todos, agora!” Margaux dando meia volta e fazendo todos a seguirem.
Natasha passa correndo, entra na sala de Angela e conta o que está acontecendo. Saindo de lá, dá de cara com Nicholas no corredor. Conta sobre a comitiva indo pra sala de reuniões, mas ele diz estar atrasado para um compromisso urgente, e continua andando em direção ao hall, não dando atenção a suas palavras. Angela corre para a sala de reuniões.


Sala de Reuniões.
Todos estão sentados. Somente Howard e o seu segurança na porta, estão em pé.
“Meu nome é Howard Stern. A partir de hoje sou o acionista majoritário da Today, no lugar do ex-presidente Jonathan Remington...”
Margaux não entende nada e olha para Angela, que também está sem reação. Rachel fica intrigada e acomoda-se mais na cadeira. Howard continua: “Trouxe os documentos provando a integridade do que estou comunicando”. Os advogados entregam cópias dos documentos para cada uma das três.
Margaux, aflita, até coloca os óculos para lê-los, coisa que não é usual.
“Prepararei uma reunião, o mais breve possível, para discutirmos as mudanças que ocorrerão tanto nas diretrizes desse periódico, como também na sua lista de funcionários”.
“Estamos fodidas!” Cochicha Angela para a mãe, terminando de passar o olho nos papéis.
“Hoje ainda, meu secretário particular estará aqui começando a preparar tudo. Senhoras, um prazer imensurável!” Ele sai da sala sendo seguido pelos advogados.
As três continuam sentadas, abobadas.
“Como aquele traste idiota pôde fazer isso comigo!” Grita Margaux batendo com as mãos no tampo da mesa. Rachel já está ligando para Natasha, pedindo uma convocação geral, imediata.
Angela pega o celular e liga para o pai, que toca, toca e cai na caixa-postal.
“Literalmente fomos passadas para trás! A casa caiu.” Completa Margaux.


Apartamento de Romeo.
Dawnie acorda num susto, nua na cama dele. Olha para os lados e percebe estar sozinha. A primeira coisa que vem a sua cabeça é tentar mexer o corpo. Consegue e suspira. Levanta-se num pulo e percebe ter retomado todos os seus movimentos corporais. Vai até o espelho do banheiro, e dá uma olhada em seu rosto. Fica aliviada em ver tudo no lugar. Volta pro quarto, coloca uma camisa branca de Romeo e desce para a cozinha, sentindo fome. Abre a geladeira, pega uma caixa de leite e enche um copo. Senta-se. Pega o telefone e liga para o celular de Griffin. Não tendo reposta deixa um recado para encontrá-la ainda essa noite.


Subúrbio da cidade.
Jo e Griffin percebem uma movimentação do lado de fora da sala. Levantam-se e ficam atentos.
Um tempo depois Nicholas abre a porta. Os dois se assustam não vendo o capanga de James.
“Continuo dizendo: Nada que umas boas notas verdinhas e um bom serviço sexual não dêem jeito”.
“Não diga que você “deu” para aquele monstro que estava aí fora?!” Pergunta Griffin com ar debochado.
“Por favor, vamos respeitar a presença dessa moça”. Apontando para Jo. Então Nicholas aproxima-se de Griffin e lança um soco em seu rosto, que o faz cair.
“Isso é pela chantagenzinha barata que você está fazendo, seu puto”.
Griffin levanta-se e vai para cima dele. Jo balança a cabeça negativamente, entra no meio dos dois e aparta a briga. “Por favor, isso não é hora para esse tipo de coisa. Vamos dar o fora daqui rápido”.
“Deveria deixar esse vagabundo aqui, para esse tal de Townsend acabar com ele”. Nicholas sai na frente, seguido pelos dois. Já na rua, Nick manda Griffin pegar uma carona com ele. Jo diz não querer mais saber deles dois, entra em seu carro e vai embora. Já dentro de seu porsche, Nicholas dá a partida.
“É simples, Nick. Apenas gostaria que ajudasse a livrar-me de James Townsend e toda a enrascada que me meti. E pode ter certeza que depois disso, a sua brincadeira com fogo vai pro túmulo juntinho de Scott, e ninguém mais mijará nas calças”.
Durante o trajeto, os dois continuam conversando. Griffin vai contando toda a história de estar sendo chantageado por Ron Maxwell e os acontecimentos com James e seu filho Arthur, mas sem tocar no assunto do assassinato onde Brian matou o irmão de Townsend.
“Se eu não conseguir me livrar desses caras, estou perdido! Como lhe falei, Townsend virá atrás de mim novamente, e acabará me torturando como prometeu”.
“Ah, mas você merece, Griffin. Porém, acho que ninguém mais do que eu tenho direito de acabar com você, antes. Tudo em seu tempo”. Nicholas faz uma pausa e conclui. “Já arquitetei algo que tem a possibilidade de dar certo. Eu quero a localização exata de todas as fotos e negativos que você tirou do filho de Townsend”.
“Não dá, a polícia apreendeu tudo!”
Nicholas pára e pensa. “Você não tem mais nada? E Ron Maxwell?”
“Ele tem fotos de outras crianças, tiradas por outras pessoas, mas as que eu tirei estão com a polícia. O que você pretende fazer com essas fotos?”
“Idiota, sempre idiota! Pra que você acha, tonto?”
“Se é pra incriminar alguém, eu penso numa maneira melhor de fazer isso. Esse meu contato com Ron pode ser útil”.
Parado num sinal vermelho, Nicholas considera por uns instantes.

Mansão de Jonathan.
Charlie vai entrando pela casa, preocupada, já deduzindo tudo o que aconteceu, procurando por ele. Encontra-o no quarto, caído no chão, bêbado, vestindo apenas um roupão cinza. Ela tenta reanimá-lo em vão. Levanta-o com dificuldade e o coloca na cama. Ele resmunga algumas frases em que ela distingue apenas palavrões.
“Tente dormir John. Um dia quem sabe, tudo poderá voltar aos seus eixos”. E dá um beijo em sua testa. Sai do quarto. Senta-se na escada que leva ao primeiro andar da casa. Chora, batendo certo arrependimento por tudo o que fez até agora.


Today.
Crane Perkinson, secretário de Howard, está repassando ordens dadas por ele.
“Amanhã teremos uma reunião geral as nove, onde o Sr.Stern irá comunicar todas as modificações que serão feitas por aqui. Sra.Margaux estará deixando sua sala hoje mesmo, onde a partir de amanhã, pertencerá ao Sr. Stern”.
“Não acredito nisso. Até minha sala esse verme está tirando!”
Rachel e Tessie tentam segurar o riso. Natasha está assustada, com os olhos arregalados, anotando item por item dito pelo magrelo secretário. Angela está ao fundo, contando todas as novidades para um Nicholas atônito, que acabara de chegar.“Qual será o próximo item? A doação de nossas córneas?” Ironiza Margaux

Agência “Hunks”.
Joe passa pelo hall de entrada e chega até a recepção, onde pergunta por Trevor. Ele está visivelmente drogado. Janice a secretária diz para esperar alguns minutos e em seguida faz uma ligação interna. Joe observa os quadros com a cara dos modelos da agência, expostos na parede, e acaba parando no de Trevor e fixando o olhar cheio de ira. Janice acha estranha a presença dele e sai atrás de algum segurança. Logo depois Trevor aparece, perguntando o que Joe deseja com ele.
“A gente se conhece de algum lugar?” pergunta o modelo.
“Talvez na sua próxima vida” diz Joe tirando uma pequena faca de dentro do casaco e enfiando na barriga de Trevor. Os dois se olham nos olhos. Trevor pode ver o ódio em Joe, que sai correndo dali. Trevor cai deitado no chão, segurando o local do ferimento, sujando o mármore branco com seu sangue. Janice aparece e começa a gritar por ajuda.


Apartamento de Brian.
Ele, ainda um pouco baqueado do porre, está apenas de calça jeans estatelado no sofá. Griffin está em pé, contando a ele sobre o esquema que está armando com Nicholas.
“Seguinte, nesse lance poderemos matar dois coelhos com uma só cajadada. Eu me livro das minhas enrascadas e você terá sinal verde para acabar com o veadinho do Remington”.
Brian gosta da idéia, e os dois continuam tramando até serem interrompidos por batidas à porta. Griffin abre sabendo ser Dawnie. Logo começam a se beijar. Ele pede desculpas a Brian, dizendo não poder terminar a conversa deles no momento por questões hormonais. O casal entra no quarto batendo a porta. Brian continua sentado no sofá.
Câmera corta para o quarto de Brian. Inicia-se a música “Push It - Garbage”.
Griffin está tirando a blusa de Dawnie e em seguida tocando seus seios. Os dois estão de pé, ele já só de cueca. Violentamente ele a joga na cama e tira o resto de sua roupa. Ela geme. Ele começa a dar fortes tapas em seu rosto. Ela pede mais. Ele tira a cueca, e logo puxa Dawnie pelos cabelos forçando-a uma chupada. Mais tapas. Mais gemidos. Após alguns minutos, ela já está de quatro sendo penetrada por ele num ritmo frenético.
A câmera foca a porta do quarto se abrindo devagar.
Brian começa a espiar, já com a calça desabotoada e iniciando uma masturbação; focando o vai-e-vem da bunda de Griffin durante a transa. No auge do tesão a porta se abre mais e Brian nem se dá conta disso. Dawnie percebe sua presença e gosta do que está acontecendo. Os três explodem em gozo.
Cessa a música.
Brian sai da porta logo em seguida. Griffin deita ao lado de Dawnie e diz que tem uma surpresa, pegando um estojo de veludo vermelho, no bolso da calça que está no chão, e entregando para ela. Cheia de sorrisos ele dá um beijo em sua boca e aconchega-se para abrir a caixinha. Está vazia. Seus olhos brilham: “Está feito?”
Ele apenas responde afirmativamente com a cabeça. Ela solta uma gargalhada.
“Realmente somos o casal perfeito, entrando no jogo perfeito!” Diz pegando novamente o pênis dele que volta a ficar ereto. Inicia-se outra rodada de sexo oral. Enquanto ela o chupa, ele diz entre gemidos: “E vamos sair ganhando!”


Inicia off de narração.
Enquanto ouvimos a narração, vemos as imagens descritas abaixo, ao som da música “Red Book - Texas”:
“Vidas cruzadas. É com o que você se depara em Los Angeles. Iniciei minha jornada de forma errada, cruzei com pessoas que não mereciam meu olhar e minha atenção...”

Mansão Remington.
Margaux está com um copo de vodka nas mãos, de camisola, completamente abalada. Está desesperadamente tentando falar com Jonathan, sem sucesso. Sozinha na casa, anda sem rumo pelos cômodos. Acaba parando em seu quarto, olha seus porta-retratos em cima da cômoda. Primeiro pára num de Joe, depois passa por Angela, Nicholas e chega a uma foto de Carrie sorrindo. Passa a mão sobre ela. Fecha os olhos e derrama algumas lágrimas.


Narração:
“... Não posso dizer que minha juventude foi das melhores. Joguei no lixo importantes anos de minha vida. Só comecei a enxergar a vida em outros ângulos, quando bati de frente com quatro importantes pessoas...”

Quarto de Motel.
Nicholas está de volta à ativa, nu, sentado numa cadeira, masturbando-se, enquanto observa dois garotos de programa; um com seus quase quarenta anos penetrando outro, mais novo, na faixa de seus dezesseis anos. Ele apenas olha os movimentos dos corpos movendo-se na penumbra. Aproxima-se e começa a tocar os dois.


Narração:
“... Quatro mulheres especiais que mostraram o quanto você pode ser feliz e encontrar o seu caminho, mesmo na pior e mais ingrata cidade. Não se assuste com aquelas que parecem as piores horas de toda a sua existência; pois a sua felicidade pode estar ali do lado, apenas esperando ser notada...”

Câmara escura fotográfica na revista Today.
Jo tira algumas fotos de um envelope pardo; são fotos de seu filho recém-nascido. Fica admirando-as por um bom tempo. Passa a mão em cima delas. Volta a si. Apaga a luz do lugar e acende apenas a infravermelha. Começa a revelar algumas fotos. Nelas vão surgindo as imagens de Griffin, George e Marcus Wess, o traficante de órgãos, no leilão. Ela fica observando-as por alguns instantes e percebe que precisa fazer alguma coisa em relação a isso tudo.


Narração:
“... Não perca as esperanças. O caminho ideal para seus objetivos está por aí, rodeando sua casa, seu bairro, seu trabalho, pedindo para ser cruzado...”

Quarto de Mimi.
Ela e Romeo estão no meio de uma transa violenta. Ela passa a mão por suas costas, agarrando com força, em seguida, chegando a marcá-las; enquanto ele a penetra incessantemente. Mimi está nas nuvens, como há muito tempo não ficava. Uma mistura de excitação, ego amaciado, e superioridade. Sente-se vitoriosa, vendo que seu plano em ter trocado a vida de Dawnie por ter Romeo aos seus pés novamente deu certo.


Narração:
“... Apenas pare e tente enxergar com mais vontade. Vai encontrar o que procura facilmente, como eu consegui um dia.”

Escrito na primeira tela de créditos está:
“Jade O'Keefe, personagem do seriado 2000 Malibu Road, anos atrás passou a alugar quartos em sua mansão para quatro jovens desconhecidas. Tornaram-se amigas inseparáveis”.

Tuesday, September 12, 2006

PACOTE DE MÚSICAS do episódio 1.08

Chamada para o episódio 1.08

1.08 - QUEIMANDO POR DENTRO - “MY LOVE HAS BEEN BURNING” - Writing by Rodrigo Di Biase and Stuart Hornung

Romeo e Dawnie estão no carro dele voltando para casa e conversando sobre a festa da agência “Hunks”; ela pede para passar em seu hotel antes de irem para o apartamento dele. “Preciso de mais roupas”, ela diz. “Mais roupas nós compramos” ele responde. E prossegue: “Por que você fica voltando a esse muquifo? Mude-se logo para o meu apartamento, você sempre está lá afinal!” Dawnie diz que eles se conhecem há muito pouco tempo para morarem juntos e ele rebate: “Ah, Dawnie, que frescura. Nós não nos enquadramos nem um pouco nesse tipo de casal. Ou você não quer trocar seu lindo e apertado quartinho pelo meu opressor apartamento?” Dawnie ri e ele continua em tom brincalhão: “Não vá me dizer que você se apegou a esse apartamento? Pelo amor de Deus, mulher com espírito de pobre é muito desestimulante”. Ela ri e concorda, pedindo apenas para passar lá e pegar o resto de suas coisas.
Ao chegar, Romeo espera no carro, enquanto ela corre entrando na recepção e subindo pelo desgastado elevador. Ela entra em casa e seu sorriso some quando vê, intrigada, uma enorme caixa branca sobre sua cama. Caminha desconfiada até a caixa, tenta ouvir, cheirar, espiar algo dentro. Nada. Decide abri-la, então, sendo cautelosa. Rapidamente tira a tampa e vê, chocada, dezenas de capas de seus filmes pornôs, mas em todas em que ela aparece, seu rosto está rasgado, pintado por cima ou desfigurado. Fica bastante perturbada e intrigada. Só volta a si quando toca seu celular e vê que é Romeo chamando. Rapidamente junta algumas roupas numa bolsa e sai do lugar correndo, largando a caixa lá.

ABERTURA

Guest starring:


Noite. Imagens da estrada que leva LA até a cidade de Santa Clarita ao som de “Song For the Lonely - Cher”, até chegarmos ao sítio onde Scott e Brian estão presos.


O lugar está em chamas. No quarto, os dois nus na cama já estão começando a se intoxicarem com a grande quantidade de fumaça. Brian, em pânico, tenta incessantemente afrouxar as amarras de seus punhos. Ao mesmo tempo em que não pára de gritar pelo nome de Scott, que está quase inconsciente. O fogo começa a subir pela cama. Num acesso de desespero, Brian consegue livrar uma das mãos, deslocando um de seus ossos do polegar. Solta um urro de dor e inicia a desamarrar seus outros membros presos. Scott já está desacordado quando ele consegue se soltar completamente. O fogo já tomou conta da cama, e já com queimaduras pelo corpo, Brian só tem tempo de saltar para um dos cantos do quarto. Em segundos a cama é completamente coberta por labaredas. O Corpo de Scott está queimando, inerte e silencioso. Brian começa a chorar, vendo que nada pode fazer para salvar o amante. Logo volta a si, levanta-se e começa a forçar a porta do banheiro, conseguindo abri-la. Escapa pela pequena janela ao lado do box, após quebrar o vidro. Longe do incêndio, senta-se no jardim. As lágrimas não cessam. Escora a cabeça com as mãos e grita alto, lamentando a morte de Scott. Ouvem-se sirenes ao longe, aproximando-se.

Cobertura de Ron Maxwell.
Griffin está sentado diante de Ron em seu escritório, que está terminando de explicar o procedimento da transação que será feita: “... então amanhã você estará nesse leilão. Dará os lances indicados e arrematará a criança desta foto” diz mostrando o respectivo menino, de olhos claros, sorrindo. Griffin está irritado; ele comenta, ácido: “Você compra um garoto, tira fotos, abusa sexualmente... Não me interessa. Só gostaria de saber o que faz com ele após isso tudo.”
“Já está querendo saber demais, meu caro.” Diz Ron pegando a taça de vinho, olhando, e bebendo um pausado gole. Nesse momento, Jimmy o mordomo entra no escritório com a garrafa da bebida. Enquanto enche a taça do patrão, Ron o puxa para perto e o beija na testa. “Jimmy foi minha primeira compra. E olhe no que deu. Ganhou uma casa, um tutor...” Jimmy está à sua frente de cabeça baixa, subserviente. Ron o manda despir-se. Obedientemente Jimmy coloca a garrafa que segurava em cima da mesa, e começa a tirar a roupa. Já nu Ron começa a mostrá-lo para Griffin como uma mercadoria. “Como você pode notar, Jimmy não possui um pelo sequer no corpo. Quantos anos você acha que tem o meu bebê?” Pergunta ele passando a mão pelo peitoral liso e infantil do jovem. Griffin está atônito com o que está presenciando, e não consegue soltar uma palavra sequer. Ron continua: “Jimmy acabou de completar vinte e quatro anos. Pena não ter cordas vocais suficientes para soltar uma voz digna de sua idade.” Diz ironicamente, segurando o queixo dele e o forçando a mostrar cicatrizes em seu pescoço. “Assim ele continuará a ser meu menininho para sempre. Nada de voz grossa, pelos pubianos ou mesmo ereções.” Griffin se assusta ainda mais vendo que Jimmy é castrado. Ron dá três tapinhas na bunda do pupilo e o manda sair.
“Você é um insano! Transformando esse jovem nessa aberração.” Ele levanta ainda assustado com tudo o que presenciou.
“Vejo tudo isso como uma eterna juventude. Proporciono a ele uma infância sem fim. Apenas criei meu próprio Peter Pan. Inocente, infantil e meigo para sempre, sem ter noção da maldade e luxúria de um adulto.”
“Você ainda acha que fez um favor a esse coitado?! Você precisa ser internado.” Griffin está andando em círculos pelo grande cômodo “E você, então, fará o mesmo com esse menino que vou comprar amanhã...”
“Isso não é da sua conta. Tudo o que precisa saber já te expliquei. Faça a compra e estará terminado. Sem mais perguntas!”
“E se eu me recusar?”
“Eu susto o cheque que dei ao nosso amigo promotor Carter, para liberá-lo. E você volta direto à prisão” - Ron faz uma pausa e depois acrescenta - “Sem contar que seus planos com Angela, sejam lá quais forem, irão por água abaixo quando ela souber que seu namorado é um assassino...”
Griffin encara Ron com ódio nos olhos. Ele pega a foto da “mercadoria” em cima da mesa e depois de alguns segundos sai batendo a porta.


Saída do aeroporto de Cleveland.
Michael e Charlie já estão dentro de um táxi, a caminho do maior hospital da cidade.
“Não acredito que eles estejam nesse hospital. Coop não seria tão idiota.” Diz ele olhando as luzes das ruas, embaçadas pela garoa que cai.
“Então por que não iniciamos nossa procura por outros lugares menos visados?”
“Tenho a nítida idéia de onde vamos encontrá-los, menina. Mas preciso antes saber onde achar esse tal lugar.” Dawnie faz gestos de que não está entendendo o que ele diz, e ele, então, explica: “Precisamos do endereço da clínica onde Kimberly Shaw ficou internada no tempo em que ficou em coma. Uma informação não muito fácil de conseguir, pois a mãe dela, junto de Coop, a escondeu o máximo de tempo que conseguiu.”
“Ainda não consigo engolir toda essa loucura que você me contou no avião. Esse cara mantendo Carrie personificada em uma louca varrida que tinha uma placa de metal na cabeça e que explodiu um prédio em Melrose. Não sei dizer quem é mais maluco nisso tudo: o médico louco do Cooper, essa tal Kimberly ou você, Michael, que casou com ela duas vezes!”
O táxi pára em frente ao hospital. Michael paga o motorista apressadamente. Ele e Charlie saem em disparada na direção da entrada do local.


Los Angeles. Imagens de Santa Monica ao amanhecer até chegar ao centro de LA já pela manhã, ao som de “My Favourite Game - Cardigans”.


Margaux está em sua sala na Today junto de Trevor I., o principal modelo da agência “Hunks” de Hillary Michaels. Ela está completamente encantada com a beleza do rapaz e não tenta esconder isso. Trevor sempre sedutor. Os dois conversam amenidades. Ela sentada em cima de sua mesa, e ele em pé, quase a sua frente, sempre falando em tom suave e quase encostando seu rosto no dela.
São interrompidos por Jo e Griffin, que haviam sido anteriormente chamados. Trevor fica um pouco sem graça com a súbita presença do casal e afasta-se de Margaux, limpando os lábios com os dedos.
“Quero que conheçam Trevor. Ele é o modelo do nosso profile da próxima edição. Já se encontra marcado um estúdio para a sessão de fotos. Todos os dados estão com a minha nova secretária Natasha”. Griffin e ele apertam as mãos. Jo apenas sorri.
“Margaux, estou atrasado para chegar à agência. Fotógrafos nos vemos mais tarde, então”. Antes de sair da sala ele beija Margaux na bochecha, mas pegando um pouco da boca. Jo percebe e abaixa o rosto. Eles vão saindo em seguida, quando são interrompidos por Margaux e sua última frase: “Apenas uma última consideração sobre Trevor: fotos apenas de cueca ou sunga!” E saem da sala cruzando com a nova secretária; Natasha Vikhreva, aspecto conservador, recém-chegada da Rússia. Margaux a manda encontrar Angela com urgência.


A câmera sai da sala de Margaux, passa pelos corredores e chega à sala de Rachel.
Ela e Tessie estão sentadas, com a porta trancada.
“... então esse é o segredo que aquela vaca plastificada tanto escondia. Rachel, isso é uma bomba!”
“Mais do que isso. Essas informações irão trazer a Today direto para a palma de minha mão. Mas a ajuda de Angela será essencial para que tudo dê certo. Preciso arrumar uma maneira de usar aquela palhaça bêbada.”
“Não se preocupe com isso. Com a filhinha eu dou um jeito”.
“Que bom que escolheu o lado certo, Tessie.”
E as duas continuam tramando, às gargalhadas.


Pequeno Motel de beira de estrada. Cleveland.


Charlie desperta. Percebe-se sozinha no quarto, mas logo Michael entra com uma bandeja de café da manhã para os dois. Charlie sorri agradecida e os dois comem enquanto definem os planos para o dia.
“Então já sabemos a certa localização da clínica” Diz ele abrindo um mapa local em cima da cama e apontando a região dita. “É uma antiga clínica para doentes mentais nos arredores da cidade”.
“E se estivermos enganados, Michael, se eles não estiverem lá? E também aquelas enfermeiras não deram cem por cento de certeza de que essa tal clínica era pra onde Kimberly fora encaminhada, anos atrás”. Ele bebe um gole de café: “É a pista mais quente que temos. Além de que elas deram a certeza que lá é uma das únicas clínicas particulares onde existe uma boa infra-estrutura para pacientes comatosos. Estou otimista”.
Charlie concorda: “Se não estivermos, quem estará? Pobre Carrie...” Os dois continuam seus desjejuns, e se ela conhecesse Michael melhor saberia o quanto esse papel de salvador do dia o está divertindo.


LA. Mulholland Drive. Mansão de Jonathan.
Ele está preparando-se para sair de casa, ajeitando a gravata listrada em frente ao espelho, no quarto. Não gosta da combinação. Tira e pega outra no armário. Seu celular toca, em cima da cama.
Olha o visor, não reconhece o número da chamada. Atende. Uma voz calma, masculina, pausada diz apenas uma frase: “Comece a aprender a viver Jonathan Remington, o primeiro dia do resto de sua vida!” A pessoa desliga. Jonathan fica alguns segundos intrigado, mas não dá importância ao que pensa ser apenas um trote de mau-gosto.


Revista Today.
Margaux termina uma ligação. Desliga o telefone completamente assustada. Angela está sentada à sua frente, curiosa. “Era a Charlie, a nova redatora.” Ela levanta com a mão cobrindo parte da face. “Carrie está correndo perigo de vida, Angela.”
“Acalme-se, mamãe.” Diz ela levantando da cadeira, pegando Margaux e a colocando no pequeno sofá. Pega o telefone e pede para Natasha trazer um copo de água. Volta-se para a mãe novamente.
“Onde está Charlie, o que aconteceu a Carrie?”
“Cleveland. Elas estão em Cleveland. Carrie está internada em algum hospital. Não entendi direito o porquê. Estou preocupada! Preciso fazer alguma coisa.”
“Não se preocupe, mamãe, eu posso cuidar disso.” Diz Nicholas, que estava atrás das duas já há alguns minutos sem que elas percebessem. Angela quando o vê fica tão apavorada que cai no chão, com sua respiração ofegante. Ele está com o rosto machucado e aparência desgastada, embora use terno e se esforce para parecer firme. Anda com a ajuda de uma bengala. Angela rapidamente se recompõe, levanta, interrompe e mente: “Nicholas! Você e essas suas viagens malucas sem aviso prévio”.
Margaux toma a palavra: “Que bom que sua função nesta revista é tão alegórica quanto a sua existência. Se essa sua viagenzinha tivesse nos atrasado a edição, eu pessoalmente trataria da sua demissão por justa causa”.
“Tudo que você queria, não é mamãe? Um motivo pra convencer papai a me demitir”. E ainda acrescenta em tom provocativo: “Já que só ele pode fazer isso, como sócio majoritário”.
Margaux nada responde. Toma a água trazida por Natasha, levanta-se e diz que precisa tomar conta de Carrie. Sai da sala falando muito, dando mil tarefas para Natasha a respeito das informações que acabara de saber. As duas deixam Nicholas e Angela sozinhos.
“O que deu nessa sua cabeça de urubu, sua retardada? Por que você fez isso?” diz Nicholas avançando sobre a irmã. Escorando-a com força na parede, segurando seu rosto. “Você vai me pagar muito caro por todas essas cicatrizes que me deixou!” Angela não consegue esconder seu medo. Ele dá uma forte bofetada no rosto da irmã, que a faz cair, escorando-se no sofá.
“Vá à merda, Nicholas, tô cansada de me submeter aos seus planos idiotas e acabar sempre na mesma. Cansei de você, seu doente!”
“Cansou? Que história foi aquela de ‘agora eu tenho um novo parceiro’ dita lá em Santa Clarita?” Ele solta uma risada “Trabalha sozinha agora, ou me trocou pelo seu michêzinho?”
Ela levanta-se e vira para sair, mas ele a segura pelo pescoço quase a enforcando. Ela reclama de dor e exige que a solte, mas ele ignora: “Eu vou fingir que nada aconteceu por enquanto, Angela. Antes estou cuidando dos seus ratos. Nesse meio tempo, ache uma maneira de se redimir comigo, caso contrário, assim que acabar com eles, eu irei como um rolo compressor pra cima de você. Esteja preparada”. Ele a solta empurrando-a contra a mesa. Algumas pessoas na redação assistem a cena. Nicholas sai deixando Angela assustada, com os olhos cheios de água.

Cleveland. Clínica psiquiátrica Sanitydammer.
Michael e Charlie estão na recepção perguntando sobre pacientes recém-internados. Ele está tentando tirar alguma informação da irredutível recepcionista.
“Sou o residente-chefe do hospital Wilshire Memorial de Los Angeles. Preciso dessa informação, mocinha.” Fala enfurecido, levantando a voz. A moça franzina continua na sua calma em lixar as unhas.
“Digo pela última vez Dr. Mancini, essas informações são confidenciais. Se o senhor não faz parte da família, ou da equipe de médicos desta clínica, não poderá ter acesso a elas.”
Charlie está nitidamente sem paciência. Passa a mão nos cabelos, jogando-os para trás. Pega o braço de Michael e o puxa para junto dela. Eles se entreolham e correm em direção aos corredores, passando pela porta onde se lê: “Somente pessoal autorizado”.
A recepcionista leva um susto com o que acaba de acontecer. Pega o telefone e liga para um ramal interno: “Dr. Cooper, temos visitantes inesperados.”


Estúdio Fotográfico. Sessão de fotos de Trevor.


Jo está com câmera na mão. Vários flashes em cima de Trevor, que está deitado apenas com uma cueca branca.
No fundo a música “Venus - No Angels”.



Griffin acompanha todo o trabalho, sempre olhando seu relógio, preocupado com o horário. Jo pede para Trevor abaixar a cueca, deixando o “cofrinho” aparecer. Ele dá um sorriso e a tira completamente, jogando-a para ela com um olhar sedutor.
“Sinto muito, modelinho. Sou vacinada contra sedução barata de modelos arrogantes.” Diz pegando uma toalha e jogando em cima dele. “Encerramos por aqui, antes que me dê náuseas.”
Griffin sente-se aliviado e começa a juntar o material de Jo. “Será que você poderia me dar uma carona, Jo?” Pergunta ele.

Clínica Sanitydammer.
Michael e Charlie correm pelos corredores, abrindo portas apressadamente a procura da unidade de tratamento intensivo. “Por fora esse lugar não parecia ser tão grande!” Reclama ela.
“Temos companhia!” Grita ele avistando alguns enfermeiros no fundo do corredor.
Os dois se separam, um entrando numa porta a direita, e o outro a esquerda. Michael se fecha dentro de uma sala cheia de leitos envolvidos por cortinas verdes. No que ele vai andando pela penumbra do lugar, ele vai abrindo as cortinas e só encontrando camas vazias. Charlie está dentro de uma sala com alguns pacientes sentados, e outros andando pelo lugar. Alguns dos insanos seguem em direção a ela, que fica com medo e tenta se afastar andando de costas. Acaba encostando-se a alguém, e solta um grito. Percebe que é um dos enfermeiros, que a imobiliza.
Michael continua explorando a sala no outro lado do corredor. Chega ao final dela, vendo que não possui outra saída sem ser a que entrou no espaçoso cômodo. Ao olhar para a porta, a percebe se fechando, e observa alguém deitando em uma das primeiras camas que ele abriu. Acha estranho e começa a ir ao encontro da pessoa, que não consegue distinguir quem possa ser por causa da falta de luz na sala. Ao chegar ao lado da cama, toca nas costas da pessoa vestida de branco. É Cooper, que se vira rapidamente e injeta uma seringa no antebraço de Michael. “Segunda dose! A mais importante. A mais letal.” Diz Brett enquanto Michael sente-se tonto e cai inconsciente no chão.


Cidade de LA, imagens do entardecer ao anoitecer ao som de “Burning Girl - Frente!”



No apartamento de Romeo, Dawnie está adormecida na banheira. De repente, ela acorda tossindo e sentindo falta de ar. Percebe o excesso de fumaça no cômodo e sai para ver de onde vem aquilo. Conforme anda pelo apartamento a fumaça vai ficando mais espessa até Dawnie chegar à sala e encontrar roupas suas num monte pegando fogo. Ela se assusta e corre para o telefone, mas o fogo está no caminho e a impede. Nervosa, dando pulinhos ela se esforça para chegar até a porta e sair dali. Na tentativa, o fogo pega na toalha que cobre seu corpo e ela se desvencilha dela desesperadamente, chegando ao corredor do prédio nua. Ela olha assustada para dentro do apartamento; cobre-se com as próprias mãos e desce a escada correndo atrás de ajuda.


Today.
Margaux entra em sua sala com as palavras de Nicholas em sua cabeça - “Já que só ele pode fazer isso, como sócio majoritário”- Ela tira uma chave do casaco e abre uma das gavetas do arquivo trancado. Margaux arregala os olhos, incrédula. O conteúdo da gaveta sumiu! Ela olha para os lados e começa a revirar o próprio escritório atrás dos envelopes que deveriam estar lá dentro, deixando uma tremenda bagunça. Cada vez mais perturbada, ela sai pela redação revirando coisas e xingando as poucas pessoas que ainda estão por ali. Ela age como uma louca, falando sozinha, e as pessoas olham curiosas. Ela corre aos elevadores e sai do andar, bastante abalada. Risadas rolam soltas na redação. A câmera mostra o rosto de Rachel, satisfeita.

Malibu.



Jo pára o carro em frente a uma mansão rodeada por altos muros.“É este o lugar. Não tenho como agradecer a carona, Jo. Obrigado mesmo.”Griffin não havia sido muito explícito sobre o que iria fazer ali. Apenas disse que tinha uma reunião com amigos. Ele sai do carro, toca o interfone e depois de alguns segundos entra na casa. Jo ainda pode perceber um segurança o revistando antes do grande portão se fechar. Antes de arrancar o carro, uma limusine pára em frente a ela, que começa a ficar bastante intrigada com tudo aquilo.“No que esse garoto está metido?” pensa.A câmera segue entrando pelo portão, passando pelos jardins da casa e chegando dentro de uma grande sala com decoração em vermelho.Lá se encontram doze pessoas, na maioria caras com mais de cinqüenta anos. Griffin é o único aparentando menos de trinta. Ele não se sente muito à vontade. De um corredor ao lado da sala sai uma jovem com traços orientais, vestida de vermelho. Ela pára na frente dos supostos convidados e diz que o leilão terá início em alguns minutos. Griffin retira do bolso a foto que Ron Maxwell o entregou. Desdobra e fica observando os detalhes do rosto do menino sorridente. “Boa escolha! Teremos que disputar esse aí.” Diz um homem de seus quarenta anos, encostando-se em Griffin, e sussurrando em seu ouvido. “Prazer, sou George. Pseudônimo claro.” completa ele estendendo a mão para Griffin, que aperta a mão do cara e responde: “Anakin Skywalker”. George sorri e pergunta se ele irá tentar comprar apenas um. Griffin resolve entrar mesmo na conversa:“Estou pensando em um casal.”George continua a sussurrar: “Você não sabe o quanto é bom colocar um menininho e uma meninha se tocando um ao outro. Que tesão cara! Já experimentou?”“Não, nunca...” responde ele tentando disfarçar o constrangimento.“E quando você coloca os dois juntos para te tocar, então, nossa! Você vai às nuvens, garoto”.

“É... estou louco para experimentar” mente continuando a dar corda ao homem e pergunta: “O que você costuma fazer com eles depois?”.George acha estranha a pergunta, faz uma cara de interrogação, ao qual Griffin sente um calafrio na espinha imaginando ter falado demais, mas que cessa assim que George abre um sorriso e completa:“Estou sentindo que você é calouro no assunto. Também, novo desse jeito... Mas não se preocupe. Ainda hoje te apresento alguém que poderá te auxiliar na limpeza.”“Limpeza?” pergunta Griffin.“Termo utilizado para nos livrarmos das mercadorias.”Os dois são interrompidos pela bonita jovem oriental, que na frente de todos dá o leilão como iniciado. Logo uma senhora, com aparência da babá mais perfeita do mundo, entra dando as mãos para um menino e uma menina, cada criança com uma plaquinha pendurada na roupa onde lê-se o nome, idade e o preço do primeiro lance necessário. A jovem fala o preço do lance inicial em voz alta, e os senhores começam a aumentá-lo. As disputas são acirradas, e as crianças geralmente são compradas por um preço muito acima do estipulado de inicio. Griffin se incomoda quando a “Mary Poppins” traz seu alvo. A placa diz que seu nome é Austin, possui seis anos de idade e o lance inicial é de novecentos mil dólares. Griffin logo aumenta para um milhão. George segue atrás dando o lance de um milhão e duzentos. Os dois, além de outro senhor mais á frente, continuam a aumentar o preço. Griffin começa a ficar nervoso. O suor escorre em sua testa quando ele solta um lance de quase dois milhões de dólares. George frustra-se e sussurra: “Você venceu! Quando estiver com ele, dê umazinha por mim”.“Vendido para o senhor segurando a placa de numero quinze”. Conclui a jovem apontando para Griffin.


Mansão Remington.
Margaux ainda está descontrolada revirando tudo atrás do conteúdo desaparecido de seu arquivo.
Cansa de procurar em seu quarto, passa pelo de Angela e acaba entrando no quarto vazio de Joe e inicia uma busca lá. Revira colchão e abre gavetas; no banheiro, ela pára ao encontrar algo estranho embaixo da pia. É um pacote do tamanho de um pulso. Ela abre e encontra heroína lá dentro. Sem saber direito do que se trata, ela resolve levar o pacote com ela.



Apartamento de Romeo.
Bombeiros e policiais caminham pelo lugar. Romeo está abraçando Dawnie, coberta por um roupão, sentada e pensativa: “Eu sei bem quem está por trás disso. Aquela vadia me paga”.
“De quem você está falando, meu bem?”
“De quem você acha, Romeo? Daquela cadela psicótica que tem obsessão por você. Acho que a surra que dei nela não foi o suficiente”.
Ele fala grosso, num tom autoritário: “Não, Dawnie! Essa rivalidade estúpida entre vocês duas termina aqui”.
“Termina quando eu disser que terminou” e sai brava.

Beverly Hills. Flat de Rachel.
Angela chega e toca a campainha. Quando Rachel abre a porta, ela já vai entrando: “O que você quer? Por que me chamou aqui?” Acaba encontrando Tessie também na sala. “Foi você quem me enrolou, sua secretariazinha sem talento. Já deveria saber que isso não seria uma reunião de trabalho”. Diz ela dando meia volta e indo em direção a porta.
Rachel mostra a ela os documentos roubados e diz que ali tem algo que ela gostaria muito de ver.
Ela pára e pergunta: “O que significa isso?”
Rachel responde que “encontrou” os envelopes na sala de Margaux, na Today e termina dizendo “com isso estamos livres da bruxa velha”.
Angela levanta as sobrancelhas dando sinal de interesse. Volta, senta-se. Dá uma olhada por cima nos documentos, mas não se dá ao trabalho de ler e pede que Rachel explique.
“Margaux vem escondendo esses documentos para manter essa parte da Today para si. Por algum forte motivo a cadela velha colocou como sócio, possuindo grande parte das ações da revista, o nome da sua irmã, Caroline”.
Angela não acredita no que está ouvindo. Pega novamente os papéis para certificar-se.
“Minha irmã?! Por que justo aquela lerda?”
“Bem, não sabemos exatamente quais foram os critérios, ou o porquê de Margaux ter feito isso. Mas convenhamos, ela não possui nenhuma confiança em você e Nicholas. Mas o que me intriga é ela não ter deixado essa parte da Today em seu próprio nome”.
“A escolha de Caroline não é difícil de entender. Ela é a única menor de idade” lembra Tessie.
Rachel continua: “Esses documentos que temos nas mãos provam que Margaux apenas será responsável pela revista enquanto Caroline não fizer dezoito anos”.
E Tessie completa: “Coisa que acontecerá no final desse ano”.
Angela percebe o que isso quer dizer e sorri: “É hora de trazer maninha de volta à LA”.


Câmera pelos jardins da mansão Remington ao som de “Senza Fine - Monica Mancini”.
Joe entra com seu carro, vindo da academia suado e exausto; encontra, surpreso, Margaux sentada em uma poltrona no hall de entrada com malas feitas de um lado e o pacote de drogas que ela havia achado no banheiro, sobre uma mesinha.
“Heroína, Joe?” ela indaga.
Ele procura palavras para responder, mas ela não dá tempo.
“Você existe na minha vida, garoto, para ser uma fonte de alívio e distração, não de problemas; estes eu já tenho o suficiente. Você vai pegar suas malas agora, que eu já fiz o favor de arrumar, e sair daqui. Pode ir para uma clínica de reabilitação, e voltar depois que estiver desintoxicado ou levar seu pacotinho consigo e desaparecer da minha vida para sempre. Você escolhe”.
Joe ajoelha-se perto dela e segura sua mão: “Tente entender Margaux, isso é um bom negócio”.
“Acredito que seja”, ela responde. “Mas não é o meu tipo de negócio. Livre-se disso”.
Ele exalta-se: “Eu não posso simplesmente me livrar disso!”
“Ah, como não? Observe”. Ela se levanta e vai com o pacote para fora da casa. Joe a segue assustado. Margaux abre o pacote diante da piscina e começa a despejá-lo na água enquanto, cínica, grita para ele: “Está vendo? Que fácil!” Ele corre para cima dela e tenta tirar a droga de suas mãos. Os dois se empurram e lutam pelo pacote. Por ser mais forte, ele acaba ganhando com um empurrão que derruba Margaux no chão. Ela o encara com ódio. Ele estende a mão para ajudá-la a levantar, mas ela dispensa com um tapa.
“Você já fez a sua escolha”, ela diz. “Fora! Fora daqui! Fora!”
Joe sai levando o que restou da heroína, entra no porshe e arranca.


Malibu.
Os presentes já começam a se dissipar, depois do término do leilão. Griffin toma um susto quando é abordado por Jo.
“O que você está fazendo num lugar como esse? Você não faz o tipo pedófilo!”
Ele olha para os lados, observando se alguém está percebendo a conversa dos dois, e a leva para um canto. “Você é maluca de estar aqui! Isso pode estragar tudo.”
“Estragar o que, Griffin? E como você comprou aquele menino por quase dois milhões de dólares?”
“Não tente entender, Jo. Estou aqui a mando de alguém, apenas tentando tirar o meu da reta.”
Os dois são interrompidos por George, que traz alguém para apresentá-lo.
“Anakin, esse é Marcus Wess. A pessoa que eu havia lhe dito que poderá te ajudar com a limpeza.”
Marcus e Griffin se cumprimentam enquanto Jo vai se afastando.
“Meu amigo, podemos fazer um bom negócio. Tenho ótimos preços para córneas, fígado e rins”.
Diz Marcus entusiasmado, pensando ter encontrado mais um fornecedor.
Já longe dos três, Jo tira uma câmera portátil do bolso e começa a tirar fotos da conversa.
“Desculpe Griffin. Mas eu já fui mãe um dia”. Diz ela para si mesma.

Cleveland.
Na clínica, Charlie está trancada em um depósito junto de Michael, ao chão desacordado.
Ela tenta forçar a porta, mas acaba desistindo e sentando encostada na parede.
Minutos depois a porta se abre. Brett Cooper entra com dois enfermeiros. Charlie levanta-se e tenta escapar sendo imobilizada por um dos homens vestidos de branco.
“Dêem um fim nesses dois” ordena Brett saindo da sala em seguida.
Um enfermeiro se comunica com o outro mandando pegar Michael para levá-los ao crematório.
Charlie continua gritando e esperneando.


Apartamento de Mimi.
Batem à porta. Ela atende e vê Dawnie, não se surpreendendo, que adentra a sala sem seu consenso. “Por que você fica voltando aqui, garota? Quer me bater mais? Preciso chamar a segurança?”
Dawnie começa a falar alto e intimar Mimi: “Me deixa em paz você, sua louca! Qual é a sua com essas ameaças idiotas? Você não me assusta”.
“Não é o que pretendo, querida. Ameaças e sustos são para inofensivos. Os perigosos não ameaçam, fazem!” Enquanto diz essas palavras, ela sai abrindo a porta do seu quarto revelando alguém lá dentro. Dawnie não consegue disfarçar a surpresa e o medo em seus olhos. Do quarto de sai Jones Krueger, seu antigo empresário, que está com parte do rosto queimado e deformado. “Qual é o motivo de tanta revolta, loirinha. Eu só incendiei suas roupas, não sua cara - por enquanto”.
Num movimento súbito, Dawnie corre para a porta, mas é barrada por Mimi. As duas se estapeiam e o empresário interfere em favor de Mimi. Dawnie grita e se debate, mas não adianta. Os dois a levam para dentro de um dos quartos, sorrindo, e fecham a porta na cara da câmera.


Inicia off de narração.
Enquanto ouvimos a narração, vemos as imagens descritas abaixo:

“Surpresas. Sustos que a Califórnia cisma em pregar. Da iminência de um grande terremoto, até uma simples prolongada visita de sobrinhos da costa oeste, loucos para sentir o cheiro de protetor solar em seus rostos...”

Posto de gasolina.
Jonathan está abastecendo seu carro. Entrega um cartão de crédito ao frentista. Minutos depois ele volta e diz que o cartão foi recusado. Jonathan o chama de incompetente, e diz que o problema não está no cartão, e sim nele. Sai do carro e vai até a gerência do lugar, onde entrega outro cartão, diferente do anterior, para o pagamento.
“Sinto muito Sr.Remington, mas este também foi recusado” fala o gerente, deixando Jonathan atônito, sem entender o que está acontecendo.


Narração:
“... e de um dia pro outro, sentimentos novos precisam surgir transformando de vez sua carga afetiva. Ainda hoje me pergunto: O que possui esse sol dessa bendita costa que transforma os ideais e os sonhos de tanta gente...”

Quarto de Angela.
Sentada em sua cama, ela está no meio de uma ligação para o colégio interno de Caroline na Suíça.
No outro lado da linha, uma das freiras do lugar diz que Caroline está em uma excursão a uma estação de esqui, e que só estará de volta em alguns dias. Angela diz que é urgente, e se não teria a possibilidade de entrar em contato com ela antes de sua volta. Frustra-se quando ouve a resposta como sendo impossível. Ela desliga o telefone na cara da mulher. “Preciso encontrar essa menina antes que Margaux pense em tentar fazer isso”.


Narração:
“... Mãe da noite para o dia, quebrando completamente o conceito da perfeita família americana. As palmeiras de Los Angeles têm o prazer de destruir qualquer união familiar, montando casas desajustadas, luxuosas, frias...”

Banheiro da suíte de Margaux.
Ela acabou de terminar o banho, com uma toalha ainda enrolada no corpo e outra na cabeça. Está passando creme hidratante nas pernas, quando toca seu celular. A primeira pessoa que vem a seu pensamento é Joe, mas quando pega o aparelho, vê que a ligação é de Trevor. Dá um suspiro e um sorriso contido, limpando o embaçado no espelho com a mão e vendo seu reflexo. Atende, fingindo-se surpresa


Narração:
“... Apesar do medo de mudanças, o arrependimento nunca foi ou será bem-vindo...”

Pela manhã. Cemitério nos arredores de Los Angeles.
Brian está sozinho, com um terno preto, assistindo o caixão de Scott descer na cova. Ele joga alguns lírios dentro do buraco, caindo em cima da madeira escura. Podem-se observar queimaduras em uma de suas mãos e no rosto; a outra mão está engessada. Além dele estão presentes apenas um padre e o coveiro. Brian olha a cena, estático e inexpressivo. Em sua cabeça só existe um pensamento: Vingar-se de Nicholas Remington.


Narração:
“... Toda a minha vida eu dormi ouvindo o vai e vem regrado das ondas do mar batendo em minha janela. Não se acomode com o que pareça ser sempre igual. Observe melhor. Esteja preparado para as inesperadas mudanças impostas pelas poderosas palmeiras californianas.”

Escrito na primeira tela de créditos está:
“Ava Gregory, personagem do seriado Summerland, tornou-se tutora de seus três sobrinhos, recém chegados à Califórnia, há dois anos atrás.”