Monday, October 23, 2006

PACOTE DE MÚSICAS do episódio 1.11

Sunday, October 22, 2006

Chamada para o episódio 1.11


1.11 - A ALTA SOCIEDADE DO ANEL - “WITH THE HIGH FELLOWSHIP OF THIS RING...” - Written by Rodrigo Di Biase

Manhã de sol. Cidade de Cleveland - Ohio.



Peter e Charlie estão andando por uma praça no centro da cidade, após terem saído da delegacia.
Ele está desolado com a falta de informações sobre a irmã: “Isso não vai ficar assim, Charlie. Eles não possuem o direito de dar as buscas por encerradas”.
Ela tenta reconfortá-lo passando a mão em sua cabeça. “Você ouviu o que o investigador disse; eles já deram Carrie como morta. Só esperam, agora, encontrar o corpo”.
“Não acredito que ela esteja...” Grita ele chorando, descontrolado, sem conseguir terminar a frase.
Charlie se assusta: “Não preciso ficar aqui ao seu lado presenciando grosserias” e ela sai andando a passos mais rápidos na frente dele. Por um momento Peter fica estático, vendo ela se distanciar. Logo cai em si e corre atrás dela. Pega-a pelo braço e pára em sua frente, bem junto a seu corpo.
“Desculpe-me, não quis magoá-la. Sou muito grato por tudo o que está fazendo comigo” ele a abraça. Charlie limpa lágrimas que estão em seu rosto, passando os dedos.
“Sabe o que precisamos agora? Um bom sorvete” diz ela avistando um vendedor em sua carrocinha, e já o puxando para lá. Os dois compram bolas de sorvete e sentam na grama. Peter fica olhando o horizonte com edifícios. Charlie pega seu sorvete e o suja no rosto, tentando alegrá-lo.
Ele a pega pelo braço e deita-se na grama, fazendo-a acompanhá-lo. Acabam um em cima do outro, sorrindo, seus narizes quase se encostando. Um sentindo a respiração do outro. Olhos nos olhos. Arrepio. Charlie se desvencilha e sai de cima dele, sentando a seu lado. “Fairchild, preciso voltar ao trabalho. Tenho uma revista para comandar em LA”.

Los Angeles. Revista Today.

Griffin está com Jo na sala de revelação. Os dois estão especulando sobre Austin, o possível filho dela, que foi comprado por Ron Maxwell.
“Meu Austin possui uma marca de nascença nas costas; é só checarmos. Precisamos ir até ele rápido, antes que aquele monstro o revenda”.
“Jo, nós só conseguiremos fazer alguma coisa se tivermos muita calma”.
“Estou preocupada com tudo o que você contou-me sobre Ron Maxwell; em revendê-lo àquele traficante de órgãos. Podemos estar perdendo tempo!”
“Estou indo até o apartamento de Ron ainda hoje. Não acredito que com toda a intimidade que presenciei entre ele e o menino, que já tenha revendido”.
Jo está sentada, abalada com todos os fatos que foram jogados em cima dela nas últimas vinte e quatro horas. Mas no fundo, uma ponta de esperança a faz sentir-se forte, com um sentimento materno que não sentia há muito tempo. Griffin diz mais uma vez para ela ter calma, e sai da sala.

Câmera percorre o corredor, seguindo-o.
Chegando perto do hall de entrada da revista, Griffin dá de cara com Nicholas, quase trombando com ele. Assusta-se muito o vendo ali, bem e vivo. Cai no chão, escorando-se com as mãos atrás das costas.
“Búu!” Caçoa Nick, fingindo ser um fantasma, o pegando pela camisa, levantando-o e o empurrando em direção a sua sala.
“Pensou que eu tivesse levado bala nas costas, não é seu puto! Pois então... voltei do túmulo para fazer você tomar nesse teu cú”.
Entram na sala de Nicholas, que o coloca sentado em uma das cadeiras em frente a sua mesa, não sendo nada agradável. Segue até a porta e a tranca. “Agora vamos acertar uma contas!” Diz ele com as mãos nas maçanetas.
“Como você conseguiu escapar daquele quarto?” Pergunta Griffin ainda sentado.
“Nunca subestime um Remington!” Pensa um pouco e continua: “Talvez a tonta da Angela não se encaixe nessa frase, por você estar, aqui, agora, sentando o rabo nessa cadeira, aqui na minha sala”.
Griffin tenta levantar-se e Nicholas o pega com força nos ombros e o senta novamente.
“Sentadinho na cadeira até eu terminar” ele senta-se atrás de sua mesa. “Algum idiota, empregado lá do hotel, tomou o tiro no meu lugar; acordei a tempo de ver a merda em que você me meteu e coloquei o primeiro que cruzei deitado ao lado do pivete”.
“Grande Nicholas!” Griffin batendo algumas palmas pausadas.
“Mas agora se prepare cunhadinho, pois você vai querer nunca ter desejado fazer parte dessa família. Eu mesmo providenciarei que sua vida, a partir desse casamento, seja um completo inferno. Você será esmagado. Se você não nasceu Remington, nunca queira ser um deles”.

ABERTURA

Guest starring:


Imagens da região de Wilshire, chegando até o Memorial Hospital. Ao som de “Jennifer Paige - Crush”.



Margaux está no quarto de Trevor, onde ele termina seu café da manhã, já sentado na cama.
“Em poucos dias você terá alta, e até sua total recuperação gostaria de ver-te morando lá em casa, onde terá um quarto preparado e todos os cuidados necessários”.
“Margaux, não precisa se preocupar assim comigo”.
“Hillary já está ciente, tudo já está resolvido. Você não irá mais morar naquela república de modelos que ela sustenta. Saindo desse hospital você será todinho meu, estará sob meus cuidados”.
Trevor fica encucado com essa história por um tempinho, mas conclui que pode ser umas boas férias. Sorri para Margaux e continua a comer sua gelatina verde. Ela levanta-se dizendo que tem muito que fazer na revista. Aproxima-se da cama, dá um longo beijo nele, que é interrompido por uma enfermeira, que traz alguns remédios. Margaux se despede dele e sai do quarto. Quando a porta se fecha a enfermeira aproxima-se da cama. Trevor começa a alisá-la nas pernas até chegar a apertar a bunda. Ela apenas joga a cabeça para trás e se entrega ao modelo. Ele dá um sorriso sacana quando começa a tirar sua calcinha.


Today. Sala de Angela.
Natasha está sentada à sua frente, escutando com atenção e anotando todos os itens que ela vai tagarelando sem pausas.
“Realmente, Srta. Remington, seu entusiasmo pelo noivado é nítido”.
“Uma das melhores coisas que aconteceu em minha vida em muitos anos” responde ela sorrindo.
“Ah, não esqueça da floricultura! Eles precisam entregar as orquídeas antes do anoitecer”.
“Não tem com o que se preocupar. Já está tudo confirmado. Seu jantar será um sucesso”.
Natasha levanta-se e vai saindo da sala, quando Angela chama sua atenção: “Você também está convidada Natasha”.
“Agradeço o convite, Srta. Angela, mas não posso aceitar” diz a secretária timidamente, se esquivando do convite, saindo em pequenos passos da sala.
Angela nem argumenta o não, pega o telefone e liga para o celular de Griffin, não obtendo resposta.


Apartamento de Romeo.
Ele e Dawnie deitados na cama nus; ela em seus braços.
“Não precisa vir com a história de que isso nunca aconteceu com você. Sabemos muito bem o motivo disso tudo” diz ela fazendo a mímica de uma brochada com o dedo.
“Não me venha com toda essa rivalidade entre vocês duas novamente”.
“É ela, Romeo. Mimi não faz bem para sua vida ou para a vida de qualquer um. Ainda mais agora que você está tendo que prestar esses favores sexuais a ela”.
“Tudo por sua causa”. Diz ele ríspido.
Ela levanta-se e senta na cama. Dá uma bofetada em seu rosto. “Nunca pedi que você vendesse seu pinto para o diabo, em troca de minha vida” ela levanta-se da cama. Ele ainda deitado pergunta: “Você preferia, no mínimo, estar com o rosto todo deformado por ácido, então?”
Ela não responde; apenas dá um grande suspiro e diz que precisa tomar banho por estar atrasada para seu encontro com Kristen Beacon, o produtor pornô.
“Não gosto muito dessa sua novidade de voltar a filmar pornografia”.
Ela coloca a cabeça para fora da porta do banheiro: “Você é a última pessoa que pode dar palpite no que eu faço da minha vida sexual”. Antes de trancar a porta ela o relembra sobre o jantar de noivado de seu “irmão”, na mansão dos Remington.


Edifício de Ron Maxwell.
Griffin está na portaria, onde foi barrado. Ele pede para ser anunciado e descobre que Ron não está em casa. Jimmy, o mordomo, atende o interfone. Griffin toma o aparelho da mão do porteiro: “Jimmy, escute, por favor. Preciso apenas de algumas informações sobre o Austin...”
Antes que ele termine a frase, Jimmy permite sua subida até a cobertura.
Griffin entra no apartamento já procurando pelo garoto.
“Não adianta procurar. Ele está com Ron”.
“Não vai me dizer que Ron já o está revendendo”.
“O Sr. Maxwell está fortemente inclinado a não vender esse pirralho” diz Jimmy em tom seco.
Griffin logo percebe o ciúme vindo do ex-menino de Ron, e aproveita-se disso: “Ajude-me a desaparecer com o Austin, Jimmy. E você não precisará dividir Maxwell com mais ninguém”.
O mordomo faz cara de que não está entendendo, e Griffin começa a explicar toda a idéia que tem em mente.


Revista Today.
Rachel está em sua sala conversando com Tessie sobre o noivado de Angela.
“... vou saber tirar um bom proveito desse jantar de hoje à noite” diz ela sendo interrompida pelo toque do telefone. É Natasha dizendo ser uma ligação de NY. Logo ela começa a falar intimamente com a pessoa que está do outro lado. Percebe Tessie interessada em sua conversa e a manda sair apenas com gestos das mãos. Tessie fica desconfiada do que possa ser tão importante, e depois que sai da sala logo corre para a sala de reuniões, pega um dos telefones e intercepta a conversa. Consegue apenas escutar as últimas frases: “... fatos muito interessantes. Toda a verdade sobre o caso de Alex”. Tessie continua repetindo a frase em sua cabeça, encucada com o que ela significa, e quem seria esse tal Alex.


West Hollywood. Apartamento de Brian.


Ele anda pela pequena sala, vestindo apenas um velho short amarelo, entediado. Liga o aparelho de som, procurando sintonizar alguma estação de rádio.
Deixa na estação onde está tocando “California Calling - The Beach Boys”.
Ele senta-se um pouco no sofá, mas, impaciente, logo levanta. Vai até o quarto. Dá uma olhada nos pertences de Griffin que estão ao chão. Percebe algumas roupas dele, usadas, jogadas. Um par de tênis velhos, jeans, camiseta branca, meias muito sujas e uma cueca também nitidamente usada. Ele senta-se na cama, pega a cueca do amigo e começa a alisá-la com os dedos, encostando-a em sua face. Deita-se na cama. Já está completamente excitado. Continua com a peça em uma das mãos, cheirando e passando por seu peitoral, enquanto com a outra, masturba-se, com seu short abaixado. Rapidamente explode em gozo. Continua deitado, sentindo a respiração normalizar pouco a pouco, ainda com a cueca branca agarrada na mão.


Noite. Imagens das ruas de Beverly Hills ao som de “Sugababes - Ace Reject”.



Uma Mercedes de luxo preta segue pelas ruas até chegar ao portão dos Remington, que se abre e o carro continua o trajeto, passando pelo grande jardim, todo iluminado, e chegando ao pátio principal de entrada, onde circunda o chafariz. A casa está toda acesa, e o abafado som de uma música calma, vem de dentro do lugar. Jonathan sai do carro, dá a volta e abre a porta do carona, de onde sai Mimi, num brilhoso e decotado vestido vermelho. Ele dá o braço a ela, e os dois seguem para dentro.

A câmera segue na frente dos dois, passando pelo hall de entrada e chegando a sala principal; onde se encontram Margaux e Angela, dando algumas últimas instruções ao maitre. John e Mimi adentram o cômodo. Margaux fica estupefata ao colocar os olhos em Mimi. Ela observa a cafetina de cima a baixo soltando um olhar congelante, depois solta: “Jonathan! Antigas amantes voltando à tona? O que aconteceu com as suas ninfetinhas? Recaída por plásticas?”
Nicholas que acabara de entrar, vendo a situação instalada, pega a mãe pelo braço com força, levando-a para o outro lado da sala.
“Por Angela, mamãe, seja íntegra. Comporte-se!”
“Como essa piranha tem coragem de pisar na minha casa?”
“Tá certo, existiram atritos entre vocês duas no passado, tenho conhecimento de tudo: ela ter sido uma das causas do seu divórcio, seu alcoolismo... mas tudo é passado! Pelo menos por mais uma noite, mostre-se melhor do que ela”. Margaux respira fundo e promete tentar.
Do outro lado da sala, Angela conversa com o pai e Mimi, taças nas mãos, cheia de felicidade nos olhos contando sobre o casamento iminente.
Ao fundo toca “Belle - What the Hell”.
Angela pede licença ao casal e vai até o hall, onde pega o celular e tenta ligar para Griffin, com quem não conseguiu contato durante todo o dia. Não obtém resposta: “Você não pode fazer isso comigo!” Pensa ela, tentando não demonstrar nervosismo.

Dawnie e Romeo a encontram entrando no hall. Os dois muito elegantes. Angela corre e a abraça: “Cunhadinha! Onde se encontra o traste do seu irmão? Não consigo falar com ele desde a manhã de hoje”.
“Acalme-se, Angela. Você já devia ter percebido que Griffin não é nada pontual”.
Angela cumprimenta Romeo e acompanha os dois até a sala. Romeo avista Jonathan e vai direto ao seu encontro, deixando Dawnie na companhia de Angela.
“Dawnie... Estou um pouco sem jeito por não ter muita intimidade contigo ainda, mas gostaria de fazer-lhe um pedido”.
Dawnie fica intrigada. “Mas o que é isso; seremos cunhadas! Peça o que quiser”.
“Gostaria que aceitasse o convite para ser minha dama de honra”. Angela pegando as mãos dela, que fica completamente sem saber o que responder.

Romeo chega até John e bate em suas costas. “Perdendo a filha, Jonathan!”
“Perdendo-a para um perdedor. Um michêzinho desqualificado”.
“Apesar de eu estar morando com a irmã de Griffin, não tenho ainda uma opinião formada sobre ele. Mas não se preocupe, já estou de olho no cara”.
“Você é um bom amigo, Romeo. Agora, conte-me sobre Marcus e como andam os nossos negócios”. Os dois continuam conversando sobre a ida de Marcus para a Venezuela e como Romeo está gerenciando todo o esquema do mercado negro de órgãos.
“Estamos prontos para começar. Faltam apenas os nossos “doadores”. Não se preocupe Jonathan, tudo vai dar muito certo”.
“Eu tenho certeza disso. Ainda mais com Mimi cuidando muito bem de nossa lista de nomes. Você sabe o talento que ela tem em escolher as pessoas certas”. Os dois bebem goles de seus uísques.
“Ainda hoje, meu amigo, vou revelar a você o nome da pessoa que quero encabeçar essa lista” diz Jonathan misturando seu drink com um dos dedos.


Melrose Avenue.


Joe e Marc estão saindo de uma lanchonete, seguindo para a Hollywood Boulevard.
“Cara, o Juan não quer te ver nem pintado de ouro lá no Hunt Club. Depois do que você aprontou, sou obrigado a concordar com ele; você pegou pesado, Joe”.
Continuam a caminhada, Joe de cabeça baixa, calado.
“Agora quero ver você conseguir arrumar outro lugar para dançar. É tudo uma máfia. Queimou-se em uma boate, queimou-se em todas”.
Um carro preto pára bruscamente ao lado dos dois, que se assustam e afastam-se para longe.
Dois homens truculentos saem e correm em direção a Joe. Marc afasta-se mais ainda.
“Joe McDermot?” Pergunta um dos leões de chácara. Mas sem dar muito tempo para que ele pensasse em responder, os dois já o agarram e o levam à força para dentro do automóvel.
Marc continua olhando assustado, concluindo que o amigo se meteu em mais uma enrascada.
O carro parte cantando pneus.


Beverly Hills. Mansão Remington. Ao fundo toca a música “Ladytron - Beauty”.
Dawnie está em uma sacada que dá vista para a piscina, com sua taça de champagne na mão, pensativa. Leva um susto quando um dedo a toca dos ombros ao pescoço. Vira-se rapidamente e dá de cara com Mimi.
“Tomando susto tão facilmente, putinha? Ainda temendo que desfigurem essa sua cara deslavada?”
Dawnie surpresa pergunta o que ela está fazendo ali naquele jantar.
“Isso não é de sua conta. Só estou dirigindo-lhe a palavra para deixá-la avisada a manter distância. Você é contagiosa!”
Dawnie se enfurece e pega o queixo de Mimi com a mão, forçando ela baixar a cabeça.
“Não recebo ordens de cafetinazinhas ordinárias. E já aproveitando o momento, vou te dar um recadinho...” ela quase encosta a boca perto de uma das orelhas de Mimi e sussurra “duvido que o Romeo coma essa sua bunda caída do jeito que ele me come. Você pode dar o quanto quiser pra ele; mas é para dormir ao meu lado que ele vai voltar todas as noites, que-ri-da!” E ela solta o maxilar de Mimi, que, em seguida, taca todo o líquido de sua taça na cara de Dawnie, escorrendo, então, pelo vestido de veludo branco. Dando passos para trás ela solta: “Bitch!”
Mimi solta uma gargalhada: “Vindo de você é um elogio. Vai lá, Julieta, pedir o cartão de crédito do seu Romeu pra comprar um vestido novo. Mas tome cuidado, não beba demais essa noite; alguém poderia te empurrar naquela piscina”. Dawnie fica tentando limpar seu vestido, enquanto a cafetina volta para dentro.

Peter e Charlie chegam, e são abordados no hall por Margaux.
“Peter, meu amor. Desde que soube de sua chegada aqui em Los Angeles, tento loucamente te contactar”. Os dois se abraçam. Ela continua: “Sinto tanto, tanto, tanto pela Carrie, minha menina”.
Após algum tempo abraçados em silêncio, Margaux percebe a presença de Charlie; mas finge não tê-la visto. Pega na mão de Peter e o carrega para sala. Charlie fica parada no hall, sabendo o porquê da frieza da mulher que ela tomou a vaga na revista.

Edifício de Ron Maxwell.
Jo e Griffin estão dentro do carro, perto do edifício, estacionado do outro lado da rua, esperando a ligação de Jimmy.
“Ele não me prometeu muito tempo sem a presença de Ron no apartamento. Teremos que ser objetivos”.
“Griffin, nós entramos, pegamos o Austin e saímos. Não acredito que teremos dificuldades nisso, se o tal mordomo realmente estiver disposto a nos ajudar”.
O telefone toca. Jo e Griffin se olham e ela faz sinal para que ele atenda logo. Depois de duas rápidas frases, ele desliga e diz que está tudo pronto. Os dois saem do carro, atravessam a rua e entram no prédio. No elevador, Jo aperta o botão do andar da cobertura várias vezes seguidas, mostrando nervosismo. Chegando lá, Jimmy já está com a porta aberta, na espera dos dois. Griffin já entra perguntando: “Onde está o menino?”
“No quarto, dormindo. Esperem aqui que vou buscá-lo”. E Jimmy some pelos corredores da cobertura.
Jo olha no relógio, passa a mão no rosto. A porta da frente ainda está entreaberta, e a porta do elevador abre-se novamente no pequeno hall. Ron chega e entra no apartamento surpreendendo-se com a presença dos dois, que se assustam com ele: “Ora, ora, ora. Então temos visitas!”


Jardins da Mansão Remington. De fundo toca a música “Rufus Wainwright feat. Dido - I Eat Dinner (When the Hunger's Gone)”.
Peter está de braços dados com Margaux, andando pela grama e conversando.
“Como sinto a falta dela. Você não tem idéia, Peter, de como esses anos todos trabalhando com Carrie, nos colocaram muito próximas. Ela era como uma filha; às vezes até muito mais valiosa do que os meus próprios. Sua ausência está sendo difícil”.
“Para todos nós, Margaux. Eu e mamãe não nos deixamos acreditar que ela tenha...”
Peter não consegue terminar a frase, senta-se num dos bancos do jardim, abaixa a cabeça. Respira fundo e retoma o diálogo: “Nós sabíamos que você cuidava dela como uma mãe. Ela nos reportava tudo. Sempre falava muito bem da relação entre vocês duas”.
Margaux senta-se ao seu lado. “Peter... Como eu gostaria de continuar esperançosa por um dia ela entrar por aquela revista, sorrindo como sempre, com seu cigarro acesso nas mãos. Mas precisamos enfrentar a realidade, ser um pouco mais racionais”.
“O que você está dizendo? Para desistirmos de encontrá-la?”
“Ela estava em coma, Peter. Vasculhamos todos os possíveis hospitais e lugares onde poderia estar internada lá em Cleveland. Precisamos ser fortes, e continuar a tocar nossas vidas”.
“Eu sinto que ela está viva, Margaux”.
“Sempre estará, meu querido. Nas nossas lembranças ela sempre estará”.
Ele começa a chorar. Ela o abraça.

Corta a cena para dentro da Mansão.
Charlie está sentada sozinha, num dos sofás. Jonathan passa em sua frente, a cumprimenta friamente e ela fica constrangida. Ele segue direto para o canto onde estão Romeo e Mimi conversando e toma a palavra: “Mimi, querida, chegou a hora de revelar o nome do nosso “doador” especial, que encabeçará nossa lista”. Mimi sorri, dizendo que já era hora. Romeo também se mostra muito curioso. Jonathan sai da frente dos dois e mostra Charlie sentada: “Voilá”.
Mimi olha para ele sem entender a escolha, depois segue o olhar ao encontro do de Romeo.
“Quero essa piranha sem córneas, sem rins, sem fígado, sem coração!” Finaliza ele.
A câmera foca Charlie, ainda sentindo-se constrangida no sofá.


Sala de jantar.
A mesa toda arrumada. Angela certifica-se que está tudo em ordem. Nicholas vai até ela: “Levando um bolo no dia do noivado, maninha? Que judiação! Isso parece ser seu carma: Já foi deixada pelo primeiro noivo, uma semana antes do casamento. E com esse agora, não consegue fazê-lo comparecer nem ao jantar de noivado?”
“Cale a boca, Nicholas. Onde se encontra seu garoto de programa, escolhido da noite de hoje, para te entreter?”
Ele aproxima-se mais da irmã: “Abra seus olhos, Angela. É a última vez que lhe dou conselhos em relação a esse Griffin”. Ela apenas vira as costas para ele e segue em direção a cozinha.

Cobertura de Maxwell.
Ele pergunta o que Griffin está fazendo ali, e quem é Jo. Logo Jimmy volta para a sala, com Austin ainda sonolento em seu colo. Ele também fica surpreso com a volta repentina de Ron.
“Alguém poderia explicar-me que diabo está acontecendo aqui?” Grita o dono do lugar.
Sem dar uma palavra Jimmy corre para a varanda com o garoto, posiciona-se na mureta, dando a entender que está prestes a jogá-lo prédio abaixo.
“Jimmy, o que está acontecendo? O que você está fazendo?” Pergunta Maxwell correndo, passando pela porta de vidro, sendo seguido por Griffin e Jo, que começa a ficar desesperada.
“Ron, eu quero você somente para mim de novo, como antigamente; chega de ficar em segundo plano. Eu te amo tanto! Não consigo mais suportar a presença desses meninos, afastando-me de você!” Grita Jimmy entre soluços, cada vez mais debruçado. Austin, completamente assustado, chora muito.
Griffin tenta amenizar a situação: “Não faça isso Jimmy! Tenha calma. Tudo pode ser resolvido da melhor maneira possível”. Jo, aos poucos, vai aproximando-se do mordomo, sem que ele perceba.
“Não Ron... Acabou! Esse garoto aqui você não terá mais!” Jimmy levanta Austin pelos braços e vira-se para a mureta, dando a entender que vai largá-lo.
“Não Jimmy!” Grita Maxwell, que corre para tentar impedi-lo, ao mesmo tempo em que Jo agarra Austin pelos braços e o puxa para seu colo com força, fazendo ela e a criança caírem para trás, no chão. Ron agarra Jimmy com força, mas não conseguindo controlar seu impulso, acaba empurrando o mordomo, e os dois ultrapassam a mureta, caindo pelos ares. Ouvem-se gritos, e Griffin ainda pode vê-los abraçados, terminando a queda de vinte andares em cima de um carro estacionado na rua, que estoura todos os vidros, soa o alarme e chama a atenção de dezenas de pessoas que começam a se aglomerar em volta. Griffin não consegue voltar a si, ainda olhando para baixo. Jo o grita, dizendo que precisam sair dali imediatamente. Ele concorda, pegando Austin, que ainda soluça e chora baixinho, no colo. E os três correm para a porta, saindo do apartamento.


West Hollywood. Leather Club X-Element.


Joe está nos fundos da boate, sendo espancado pelos mesmos dois homens que o abordaram na rua.
O traficante Ashton, com quem ele havia feito acordos, assiste a cena com um sorriso no rosto.
“Ashton... Eu vou te pagar tudo!” Grita Joe, já ensangüentado no rosto, com boca e sobrancelha cortadas. Ashton faz sinal para os dois homens pararem por um momento e aproxima-se.
“Cansei de esperar, riquinho” dá alguns chutes pelo dorso de Joe “peça um aumento de mesada para a mamãezinha, ou da próxima vez que nos encontrarmos, você vai abraçar o demônio”.
Ashton levanta o dedo para o alto, e os dois leões de chácara aproximam-se segurando um em cada braço de Joe, que cospe sangue. Ashton tira um alicate do bolso de seu terno, pega uma das mãos de Joe, e sem dó, arranca metade do dedo mindinho de sua mão esquerda. Joe urra de dor.
Ashton segurando o pedaço do dedo: “Apenas uma garantia de que receberei minha grana”.
Um dos homens carrega Joe para fora do lugar, jogando-o no meio de sacos de lixo, no beco ao lado da boate. Joe respira um pouco, deitado, segurando sua mão mutilada, ainda com muita dor.


Mansão Remington.


Rachel Dennis chega acompanhada de Howard. Angela os recebe no hall de entrada. Assim que o casal entra na sala, Margaux que está conversando com Dawnie, pede licença, já prevendo o que pode acontecer. Logo Jonathan vem em passos largos até a entrada, empurra Rachel com as mãos e soca o queixo de Howard, subitamente, sem que ele possa reagir. Ele desequilibra-se e se escora na parede. Chamando a atenção de todos os presentes, ele logo se recompõe e avança em cima de John.
Nicholas e Romeo correm e o seguram, tentando apartar a briga.
“Saia dessa casa, seu verme. Você nunca será bem-vindo em qualquer lugar onde eu esteja”. Grita Jonathan ainda com vontade de socar mais. Margaux o segura, forçando-o para levá-lo para outro lugar da casa. Mimi e Angela assistem tudo de longe.
“Você ainda vai lamber meus sapatos, Remington!” Grita Howard dando cotoveladas em Romeo e Nicholas, fazendo-se soltar. “Rachel, estou de saída” diz dando uma cuspida no chão da sala. Ela o segue pelo hall até a porta de saída. Já nos jardins, indo em direção a seu carro, ele e ela discutem um pouco. Rachel resolve ficar. O carro parte, passando com velocidade ao lado da parte do jardim onde estão Peter e Charlie sentados perto de um poste de luz.

Charlie continua a consolar Peter, ainda muito abalado.
“O que você está pensando em fazer a partir de agora?” Pergunta ela.
“Estou completamente desnorteado. Uma parte de mim concorda com Margaux, dizendo para seguir em frente; mas aqui dentro, eu sinto minha irmã muito viva ainda”. Bate ele no peito.
“Por mais que eu não queira, Peter, eu tenho que concordar com Margaux. Depois do pente fino que a polícia passou em Cleveland. Não podemos ficar esperando milagres”.
Peter pede um abraço para ela. Abraçados os dois emocionam-se.
Inicia-se a música “Rachel Goswell - Coastline”.
Charlie passa a mão pela testa de Peter, afastando seu cabelo. Ele abre os olhos devagar, levanta a cabeça. Olha nos olhos dela por alguns segundos, levanta a mão e toca com a ponta do dedo em seu nariz, começando um carinho lento. Com as costas dos dedos toca sua face. Ela contorce o pescoço para o lado, fechando os olhos. Respiram. Ele toca seus lábios, chega mais perto. Ela pode sentir sua respiração. Os dois sentem a respiração um do outro. Tocam rosto com rosto, acarinhando-se.
Sentem seus cheiros, e gostam do que sentem. As mãos deles alcançam suas costas. Abraço apertado. Ela apóia a cabeça em seu ombro. Ficam assim por algum tempo.
“O que está acontecendo conosco, Peter?”
Ele coloca o dedo indicador na frente da boca dela: “Não fale nada. Apenas fique aqui comigo, por favor”. Eles fixam olhares mais uma vez. Encostam seus lábios devagar, quase em câmera lenta. Beijam-se.



Aeroporto de LA.
Griffin está despedindo-se de Jo e Austin no saguão, entregando a ela documentos: “Não foi muito fácil consegui-los; espero que vocês não tenham nenhum problema com eles. Está tudo aqui: o passaporte e a certidão de nascimento falsa”.
“Não tenho como agradecer tudo o que fez, Griffin. Isto é seu” diz ela entregando um envelope pardo, que Griffin abre e vê suas fotos tiradas no leilão, além de seus negativos.
A última chamada do vôo para a Bósnia é anunciada.
“Precisamos ir, vamos viajar de avião!” diz ela ao garoto, ainda muito assustado com tudo o que está havendo. Griffin e Jo se abraçam. Ele abaixa-se e dá uns leves cascudos na cabeça de Austin: “Cuide-se campeão!” E continua ali parado observando Jo e o filho afastando-se e sumindo entre as filas de pessoas.


Mansão Remington.
Peter está conversando com Margaux sobre o processo colocado em cima da revista Today, pelo desaparecimento de Carrie.
“Como já havia dito, você tem meu total apoio”.
“Como você pode ser tão hipócrita, Margaux?” Diz Rachel, que estava ouvido o que os dois falavam e entra sem permissão na conversa: “Você dá apoio a quem está prejudicando sua revista?”
“Que eu saiba, não mando em mais nada naquele lugar. Quero que todos se explodam, incluindo você, lambisgóia. Agora cale a boca, antes que te expulse daqui, como Jonathan fez com seu novo amante”.
Peter intervém nas desavenças das duas, retirando Margaux dali, levando-a em direção à sala de jantar. Rachel continua séria, parada, bebericando seu drink.

Após um tempo, todos estão sentados à mesa, jantando, quando Griffin entra, esbaforido na sala.
Angela levanta-se e vai até ele, já despejando várias perguntas, irada.
Dawnie percebe a encrenca formada, levanta-se também: “Como está mamãe, Griffin?”
Todos direcionam os olhares para ela. Griffin respira mais aliviado e entra na armação de sua amante: “Não muito bem, maninha. Precisará ser internada”.
“Griffin, você nunca comentou nada sobre sua mãe estar doente. Nem mesmo sabia que você tinha mãe viva”. Assusta-se Angela.
Os dois continuam a inventar mentiras e a chata situação do atraso dissipa-se.

Termina o jantar e Griffin levanta-se, inicia um discurso sobre o quanto ama Angela e de como será feliz com ela. Sentada ao seu lado, Dawnie olha entusiasmada. Angela solta lágrimas. Griffin aproxima-se dela, tira as alianças do bolso. Primeiro ela coloca uma delas em seu dedo. Em seguida ele pega sua mão, beija: “Com esse anel, vejo minha vida a seu lado, Angela Remington, por muito, muito tempo”.
Dawnie faz cara de vitoriosa e consegue segurar seu riso.
A câmera fecha em seus olhos.

Inicia off de narração.
Enquanto ouvimos a narração, vemos as imagens descritas abaixo, ao som da música “Plumb - Blush (Only You)”:

“Uma vez dentro da cidade, pra sempre acorrentado a ela. Alguns bons amigos, algumas boas recordações. Casamento desfeito, de amigos a inimigos, família ameaçada, filho perdido... Equilíbrio? Acho que não...”

Dentro do Avião com destino à Bósnia.
Jo está no assento ao lado de Austin, que dorme profundamente. Ela fica o observando por vários minutos, sem conseguir se dispersar. Seus olhos brilham. Ela levanta a blusa dele, procurando pela marca de nascença que seu filho possui. Olha e não a encontra. No fundo de seu coração ela sempre teve a certeza de que esse não era o seu Austin. Pensa que isso não importa, e dá um sorriso de felicidade, ajeitando o travesseiro do menino e beijando-lhe a testa.


Narração:
“... Consegui retirar as algemas, saindo, fugindo dessa masmorra ensolarada; de nada adiantou. Poucos anos se passaram, algum tempo se perdeu, e novamente a cidade canta vitória...”

Sala da mansão Remington.
Após o jantar, Mimi está conversando com Charlie. Sorriem, brincam e divertem-se. Jonathan observa de longe e gosta do que vê. Mimi olha em sua direção por cima dos ombros de Charlie, sem que ela perceba. E apenas com os olhos eles se comunicam. Os dois concordam que não vai ser nada difícil colocar a caça na armadilha.


Narração:
“... Novamente no meio dessa teia de máscaras e jogos de azar; onde o que está apostado é a iniciativa de se tentar um lugar ao sol. Em meio a irmãs vindas do inferno, amantes enterrados vivos, mortos retornando à vida... Cidade de anjos caídos. Situações surreais. Sentimentalismo irreal. Realidade distorcida...”

Mansão - Um dos banheiros no andar superior.
Griffin e Dawnie estão trancados, transando. Ela sentada na pia, abraçada a ele, agarrando forte suas costas. Ele com as calças abaixadas, beijando sua nuca, penetrando-a num movimento frenético. Os dois gemem baixo. Ele agarra seu cabelo e puxa com força para trás, fazendo-a levantar o queixo. Dá alguns tapas em sua face. Ficam transando por alguns minutos até chegarem ao gozo, juntos. Recompõem-se, vestem as roupas, lavam seus rostos e saem do banheiro. Primeiro ela, e logo depois ele. Rachel que passava pelo corredor, se esconde ao ver Dawnie; também vê Griffin e logo saca tudo o que está acontecendo. Sorri maliciosamente.


Narração:
“... Sem palco para ilusões. Nada é o que parece ser. Vire do avesso, olhe de costas, reflexos em espelho. Tente não focar; quanto mais nítido, menos verdadeiro será...”

Sala da mansão.
Alguns dos convidados tomam licor. Outros apenas estão sentados conversando. Alguns já se preparam para as despedidas. Margaux vem descendo as escadas quando Joe entra na sala. Todos se assustam com seu estado, todo machucado e com a roupa ensangüentada. Margaux corre até ele, preocupada, perguntando o que aconteceu. Todos se levantam. Joe nada fala; apenas tira uma pistola preta da cintura, escondida debaixo da camisa. Expressões de pavor em toda a sala.
Margaux estende as mãos em sua direção, apavorada, sem saber o que fazer.
Cessa a música.
Ouve-se apenas um único tiro.

Narração:
“... Arrepio na espinha, esqueletos no armário, madrugada viva, morte na fogueira. Não adianta tentar escapar, só o que vai conseguir é permanecer por aqui. Talvez um bom vizinho, uma boa cerca branca em volta de uma grama verde. Quem sabe, não custa tentar”.
Escrito na primeira tela de créditos está:
Jane Andrews Mancini, personagem do seriado Melrose Place, nasceu em Chicago, e entre idas e vindas, mora em Los Angeles a mais de dez anos.”

Tuesday, October 10, 2006

LA spin-off de CENTRAL PARK WEST


Seriado onde os personagens Carrie e Peter Fairchild, e Rachel Dennis foram originalmente criados. Outros somente citados até agora em LA como Alex Bartolli e Allen Rush, também surgiram em Central Park West, ou apenas CPW como era conhecido.
O seriado teve sua estreia em 1995, permanecendo apenas duas temporadas no ar. Criado por Darren Star; mesmo criador de Sex and the City, Melrose Place e Beverly Hills 90210.
Abertura Season 1

Abertura Season 1 - com a inserção da atriz Kylie Travis - Rachel Dennis

Abertura Season 2

Friday, October 06, 2006

Chamada para o episódio 1.10

PACOTE DE MÚSICAS do episódio 1.10

1.10 - BONS GAROTOS SEMPRE SÃO DE NOVA IORQUE - “FAIR CHILD FROM NEW YORK” - Writing by Rodrigo Di Biase and Stuart Hornung

Noite. Bel-Air Hotel em Beverly Hills.
Nicholas está entrando pelo lobby. Ele vai até a recepção e pede um quarto, no mesmo andar onde Griffin o informara estar hospedado James Townsend e seu filho Arthur. Em poucos segundos, ele está registrado, pensando que, como hóspede, poderá circular livremente por todo o lugar. Ele sobe ao seu quarto, e quando passa pelo corredor, repara nos dois seguranças, de terno preto, em frente ao quarto do figurão. Nicholas entra e pega o telefone: “Já estou aqui”.
“Ok, ligo em breve” responde Griffin, que continua dirigindo o porsche de Nick, em direção ao edifício de Ron Maxwell.



Ambulância a caminho do Wilshire Memorial Hospital.
Dentro estão dois paramédicos, Hillary Michaels e Trevor desacordado na maca. Hillary está com os olhos mareados, enquanto os dois homens estão cuidando do modelo.
“Ele vai resistir?” Pergunta ela sem obter resposta.
Os médicos continuam tentando reanimar o corpo que pouco a pouco vai perdendo os sinais vitais.
Hillary começa uma oração, olhando fixamente para as linhas verdes que indicam os batimentos cardíacos em um dos aparelhos. As linhas vão diminuindo de intensidade.
O som de bip do aparelho aumenta, e as vozes dos médicos vão ficando abafadas.
Os dois homens ficam cada vez mais alterados. Escorrem lágrimas no rosto de Hillary.
Só ouve-se, então, o som de recarga dos desfribiladores.

ABERTURA

Guest starring:

Thursday, October 05, 2006

Nova York. Ruas de Central Park West ao som de “Leaving New York - REM”.
Chove bastante. Um homem de costas, muito bem vestido com seu guarda-chuva numa mão e a mala em outra, grita por um táxi da porta de seu edifício. Passam alguns carros amarelos que não param. Somente após alguns minutos ele consegue entrar em um.



Chove bastante. Um homem de costas, muito bem vestido com seu guarda-chuva numa mão e a mala em outra, grita por um táxi da porta de seu edifício. Passam alguns carros amarelos que não param. Somente após alguns minutos ele consegue entrar em um.
A câmera apenas o foca de costas. Cessa a música.
“Aeroporto, por favor” pede ele ao taxista. “O mais rápido possível. Estou atrasado”.
“Será que você vai conseguir levantar vôo com esse tempo?”
“Nem mesmo um furacão me impediria!” responde ele decidido.
Close em seus olhos bem azuis.


LA. Apartamento de Charlie.
Howard está sentado no sofá, com a gravata afrouxada.
“Agora chega! Nosso acordo acabou. Paguei o que lhe devia, e não preciso mais de sua ajuda” diz ela em pé, apoiada na mesa “E agora com meu emprego consigo me sustentar muito bem”.
“Aí é o que você pensa, menina” diz ele levantando e coçando o saco “Agora é que tudo está para começar!” Ele chega por trás dela e a abraça, apoiando o queixo em seu ombro, e sussurrando ao ouvido: “Ainda terá muitas surpresas! Não tente quebrar esse nosso elo, pois pode acabar na sarjeta, abaixando sua calcinha”. Completa metendo a mão por baixo da saia dela e enfiando os dedos na parte da frente de sua calcinha. Ela fecha os olhos e morde os lábios, enojada.


Apartamento de Mimi.
Ela está na cozinha, preparando algo para comer.
Ao fundo toca “Autumn In New York - Billie Holliday”
Toca a campainha. Logo ela corre para a porta preocupada, pois a primeira pessoa que vem a sua cabeça é Dawnie; quando vê Jonathan do outro lado, logo abre aliviada.
“Meu querido! Há quanto tempo não o vejo”. Ele aproxima-se, a pega nos braços e a beija.
Depois de alguns minutos ele respira fundo: “Preciso de sua ajuda Mimi”.
Ela não compreende muito bem o que está acontecendo. Só então percebe a aflição no rosto dele. Ela o pega pela mão e os dois sentam-se na sala.
“Preciso ficar a par de todos os meus negócios onde você e Romeo são meus testas de ferro. Todas as minhas empresas e meus bens lícitos foram tirados de mim, da noite para o dia. Perdi tudo”.
Mimi completamente assustada continua ouvindo toda a história do golpe aplicado.
“Não se preocupe, querido. Vamos dar um jeito em tudo”. Logo pega o telefone e completa uma ligação para Romeo.


Apartamento de Brian.
Dawnie está debaixo do chuveiro, no pequeno banheiro.
Ao fundo toca a música “New York - Norah Jones”. A câmera foca Dawnie ensaboando-se sensualmente.
Ela fecha os olhos. Encosta-se na parede. Continua a percorrer seu corpo com o sabonete. Barriga, colo, seios, pescoço... Suspira. Com a outra mão começa a se tocar entre as pernas. Abre os olhos e a boca, soltando gemidos mudos. A água quente batendo em seu corpo o ajuda a arrepiar-se. Com moleza nas mãos não consegue mais segurar o sabonete, que escorrega por suas pernas e cai no chão. Fecha novamente os olhos e aumenta o movimento dos dedos na masturbação. Levanta a cabeça para que a água caia direto em seu rosto. Aumentam os suspiros. Baixos gemidos. Palmas das mãos descendo pela parede molhada. Orgasmo.
Fica parada debaixo da água quente por mais alguns minutos, e é interrompida por Brian entrando no banheiro, descendo o short e posicionando-se em pé, em frente à privada.
“Não poderia ter esperado eu terminar o banho?” pergunta ela colocando a cabeça para fora da cortina de plástico da banheira.
“Não se preocupe, meu amiguinho aqui não é um rapaz tímido” ele apontando para seu pênis.
Ela pega a toalha e se enrola, saindo do box. Quando está deixando o banheiro, bate na bunda dele com a mão: “Da próxima vez que estiver espiando eu e Griffin na cama, não fique só na porta. Vou adorar sua companhia conosco!”
Ele termina de urinar dando um sorriso pelo canto da boca.


Cobertura de Ron Maxwell.
Griffin é recebido por um Ron surpreso: “Não quero você por aqui sem ser chamado!” Diz ele aumentando a voz. “Mas aproveitando sua presença, meu bom amigo James Townsend esteve aqui. Disse que acabaria com você e que o meu nome surgiu na conversa de vocês. Você está maluco?”
“O que você queria que eu fizesse? Morresse pra te preservar?” retruca Griffin.
Nesse momento, Austin, o garoto comprado no leilão, entra correndo pelado na sala, e corre para os braços de Ron.
“Meu grande meninão! Ainda acordado?”
“Brincando com o tio Jimmy” responde ele.
E o mordomo Jimmy entra também nu na sala, atrás do menino.
Griffin logo percebe o que estava acontecendo e vira o rosto passando a mão no cabelo, ficando nitidamente abismado. Ron que está com Austin no colo diz para Jimmy colocá-lo para dormir, sem mais brincadeiras por esta noite. “Cadê o beijo do tio Ron?” E Austin dá um selinho em sua boca.
Jimmy o leva da sala e Griffin retoma a conversa: “Então... Se quiser continuar contanto com meus serviços, ajude a livrar-me de Townsend. Escapei, mas ele virá atrás de mim de novo, isso é certo”.
Ron pensa um pouco e concorda: “O que você tem em mente?”
“Focar o ódio dele em outra pessoa. Alguém que faça algo pior ao seu filho do que tirar meras fotos. Mas para isso eu preciso ter acesso novamente ao garoto. Preciso que tire James do hotel esta noite ainda”.Ron acha graça daquilo tudo e sorri, assentindo.


Wilshire Memorial Hospital.
Margaux entra nervosa e apressada na recepção do lugar.
“Por favor, um amigo acidentado deu entrada aqui, mais ou menos uma hora atrás”. A enfermeira pede o nome dele, e enquanto procura no computador, Hillary, de um dos corredores, avista Margaux e a chama.
“Como ele está? É grave?” Pergunta ela abraçando a amiga.
“Ele perdeu muito sangue. Teve uma parada cardíaca, mas conseguiram reanimá-lo. Está em cirurgia no momento. Foi uma facada violenta que perfurou alguns órgãos”.
As duas sentam-se na sala de espera, e Hillary continua explicando o que os médicos falaram sobre o estado de Trevor. “Tudo o que podemos fazer agora e esperar e rezar”.
“Quem fez isso a ele? Como foi que uma coisa assim pôde ter acontecido dentro de sua agência?”
“Apenas minha secretária, Janice, viu o rapaz, além de Trevor. Ela disse que ele parecia conhecê-lo, mas não sabe dizer qual é seu nome. Nesse momento ela está com a polícia; estão fazendo um retrato falado”.
Margaux finaliza: “Tudo o que eu puder fazer para pegar esse assassino, conte comigo!”


West Hollywood. Hunt Club.
Marc acaba de sair do palco, nu, finalizando seu número de strip-tease e corre para o camarim. Lá encontra Joe, olhos arregalados, todo elétrico.
“Sua hora de entrar”. Diz Marc batendo nas costas do amigo, e percebendo sua mochila aberta. Verifica e nota que seus comprimidos de ecstasy sumiram. “Joe seu filho de uma puta, você...” Mas percebe que está falando sozinho, e que Joe já está no palco.
A câmera sai do camarim, segue pelo corredor e chega à platéia, entusiasmada com a apresentação de Joe, que está despindo-se de um uniforme de bombeiro ao som de “New York City Boy - Pet Shop Boys”.
Ele sente-se tonto, mas continua a dançar, às vezes interagindo com rapazes da platéia. Lembranças dele esfaqueando Trevor vêem a sua cabeça. Desconcentra-se. A música continua, mas ele pára no palco. Mais tonteiras. O público começa a vaiá-lo. Um homem que está próximo ao palco joga uma garrafa de cerveja que se quebra perto dos pés dele; que vai até o cara e, irado, chuta seu rosto, fazendo-o cair no chão. As pessoas se assustam. Abre-se uma roda em volta do homem que está sangrando na cabeça. Juan, o dono do lugar, que estava assistindo ao show sentado ao fundo, faz sinal para que um dos seguranças segure Joe. O homem de terno, com quase dois metros de altura, sobe no palco e o agarra. Joe tenta se livrar dando pontapés. Marc intervém, entrando às pressas e dizendo que cuidará do amigo, fazendo o segurança soltá-lo. Joe, ainda tendo vertigens, sai apoiado e sendo levado por Marc. “Vamos embora daqui. Essa noite você pode dormir lá em casa, seu babaca!”


Escritório da famosa Boite Topsy Turvy, situada na Melrose Avenue.
Lá está Mimi, Romeo, Jonathan e Marcus Wess, o dono do lugar, e também traficante de órgãos.
Mimi está sentada, fumando, enquanto Romeo explica que Jonathan é o financiador das transações de todos eles.
“Estou muito entusiasmado em expandir nossos negócios Sr. Wess. Mais mercadorias. Aumento de lucros”. Comenta Jonathan, andando pelo escuro escritório.
“Não gostaria de frustrá-lo Sr. Remington, mas com isso, também aumentarão nossos riscos, o perigo em cima de nossos esquemas”.
Romeo, então, explica que existe um grande mercado negro de órgãos na Venezuela, e que seria muito bom começar a atuarem na América do Sul. “Onde leis não são cumpridas, o governo é caótico, e as pessoas completamente influenciáveis” ele senta ao lado de Mimi “E gostaríamos que você comandasse tudo lá por um tempo, Marcus. Assumirei todo o comando por aqui em LA, não se preocupe”.
Marcus concorda e argumenta: “Não é só isso, vocês irão necessitar de uma demanda bem maior de mercadorias e “doadores””.
“Podem deixar, que dessa parte eu cuidarei muito bem!” Diz Mimi.
Romeu finaliza o assunto com outra questão: “Agora, Marcus, precisamos ajudar Jonathan a descobrir o autor de alguns golpes bancários”.
“Nenhum problema. Conheço as pessoas certas para isso, pelo preço certo, é claro”. Diz Marcus olhando para John, apoiando a cabeça com as mãos.


Beverly Hills.
Griffin está dentro do porsche estacionado em frente ao hotel Bel-Air. Antes de sair do carro ele pega o celular e liga para Brian e diz apenas uma frase: “Tudo pronto!” Guarda o aparelho no bolso e sai do carro, entrando pela porta giratória do lugar.
De seu quarto, Nicholas percebe movimentação no corredor e consegue ver James Townsend saindo e pegando o elevador junto de seu segurança. Percebe, então, ser a sua deixa; e minutos depois ele busca Griffin, que está sentado no bar do lobby.
“James e o segurança não irão demorar muito. Ron só prometeu-me algumas horas. Precisamos agir rápido”. Diz ele engolindo o resto de seu drink e seguindo Nick em direção aos elevadores. Os dois demonstram certo nervosismo. Griffin tenta acalmar os ânimos: “Vamos lá, se aparecer alguém é só você chupá-lo e não teremos problema algum”. Nicholas não gosta muito da brincadeira. Griffin bate na porta do quarto, dizendo ser copeiro do hotel. A babá, uma senhora baixa e franzina, demora um pouco, mas acaba abrindo. Os dois entram, rendem a mulher. Griffin soca a cara dela e depois sua nuca, fazendo-a cair desacordada ao chão. Eles encontram Arthur dormindo tranqüilo, na cama.
“Tire a roupa dele, enquanto vou buscar nosso bode expiatório”. Griffin deixa Nicholas com o menino e a babá desmaiada. Tirando o pijama de Arthur, Nick tenta não acordá-lo, quando seu celular acusa a chegada de uma mensagem. Ele lê: “Você está fodido!” E fica atordoado quando vê que a origem dela é o celular de Scott. Imediatamente ele liga para o mesmo número e acaba escutando o toque de chamada do celular de seu ex-amante dentro do mesmo apartamento que se encontra. Levanta-se num susto. Chama pelo nome de Griffin, sem resposta. Na penumbra do quarto ele percebe a silhueta de alguém na porta. Engolindo seco, ele pergunta: “Scott?”


Apartamento de Charlie.
Com roupas jogadas pela cama, ela está colocando tudo dentro de duas grandes malas. Encontra algumas revistas no armário, com Jonathan na capa. Pega uma delas e senta-se na cama por um tempinho pensando nele. Balança a cabeça. Levanta-se e vai até a mesa da sala, onde pega um papel escrito à mão.
A câmera foca a folha, onde se lê um pedido de demissão.
Pega o telefone, faz uma ligação: “Por favor, gostaria de reservar uma passagem para Wichita, Kansas”.


Wilshire Memorial.
O médico responsável pela cirurgia de Trevor surge na sala de espera. Hillary e Margaux levantam-se apreensivas.
“Conseguimos parar a hemorragia, mas ele está muito debilitado, e não sabemos ainda se irá agüentar. As próximas horas serão cruciais para tirarmos mais algumas conclusões”.
“Ele ainda corre perigo de vida, então?”. Pergunta Margaux.
O médico responde afirmativamente. Hillary pergunta a possibilidade de vê-lo, e o médico as leva até a UTI, onde elas podem vê-lo através de um vidro. Trevor está desacordado, ligado aos aparelhos, sem camisa e cheio de gases enroladas pela barriga. As duas derramam lágrimas. Após alguns minutos em silêncio, Margaux pergunta se a família dele foi avisada.
“Não se preocupe com isso. Somos as únicas pessoas que se importam com ele”.
“Então, Hillary, é hora de ele realmente ter uma família”.

Quarto de hotel de James Townsend.
Nicholas força os olhos para tentar ver o rosto de Scott na pessoa que está na porta. Alguém chega por trás dele e bate em sua nuca com algum objeto pesado. Nick cai desacordado no chão, ao lado da babá. A pessoa na porta acende a luz do quarto, revelando ser Brian. E Griffin, também no quarto, está segurando uma estátua de mármore nas mãos.
Griffin começa a tirar a calça e a cueca de Nick, e pede ajuda a Brian para colocá-lo deitado ao lado de Arthur, que ainda está adormecido.
Os dois saem do apartamento com Griffin de celular na mão, discando 911: “Agora é só sentar e assistir!”


Corta a cena para a recepção do hotel.
James e Ron Maxwell vão entrando com o segurança. Entre vários hóspedes, cruzam com Brian e Griffin, que escondem os rostos. Ao saírem do lugar, dois carros de polícia logo estacionam em frente. Os dois amigos atravessam a rua e ficam observando os acontecimentos de longe, apreensivos. Após um tempo, eles observam dois policiais saindo e trazendo um homem, ainda sem as calças e algemado.
“E o veadinho é pego com as calças na mão!” Goza Griffin, que cutuca Brian ao notar James e Ron surgindo no pequeno aglomerado de curiosos que se formara em frente ao hotel. James está descontrolado; ele grita pelas costas dos policiais, enquanto levam o homem a uma das viaturas. Chorando, James tira uma arma da cintura. Policiais correm para cima dele, mas não conseguem impedi-lo de disparar um tiro.
Brian, que estava até agora rindo com Griffin, fica sério e assustado. Os dois vêem o tiro de Townsend acertar Nicholas pelas costas, que cai no chão. Pessoas gritam e correm. Policiais vão para cima de Townsend, tiram a arma de sua mão e o prendem.
Griffin, boquiaberto e pálido, começa a andar devagar em direção ao corpo caído. Brian o impede, segurando-o, dizendo que Ron ou James podem vê-lo. Com o peso da culpa, Griffin vê de longe o corpo de seu futuro cunhado ser retirado da rua e fica desesperado.


Amanhece em LA. Imagens de downtown, ao som de “Boy from New York City - Darts”



O mesmo homem que saiu de NY, sai de um táxi, e segue andando pela calçada em frente ao prédio onde fica a revista Today. Pára e olha novamente o endereço escrito num pedaço de papel, para ter a certeza que está no lugar certo. Entra no edifício.


Corta a cena para a Sala de Howard.
Ele está sentado na antiga mesa de Margaux, dando algumas ordens a Rachel e ao seu secretário, Crane, quando Charlie entra na sala e coloca sua carta de demissão em cima da mesa.
“Como você pode demitir-se, se acabou de ser promovida?” Pergunta Howard sarcástico.
Charlie fica sem entender suas palavras. Rachel levanta-se e dá os parabéns a ela. Crane toma a palavra: “Tivemos uns remanejamentos por aqui. Charlie, a partir de hoje, você dividirá a direção da revista com Rachel Dennis...”
“Mas... E Margaux?”
Crane faz cara de quem não gostou de ser interrompido e continua: “Margaux Remington estará tomando conta da sala e também da vaga de editora-chefe que eram de Angela Remington. Angela, por sinal, agora estará preenchendo a vaga de colunista especial, deixada pela finada Carrie Fairchild”.
“A morte de minha irmã ainda não é oficial!” diz o nova-iorquino, entrando na sala com Natasha atrás, preocupada por não ter conseguido segurá-lo.
“Realmente, miss Krakóvia, você não consegue segurar ninguém nessa recepção!” diz Rachel apenas para a secretária escutar.
O homem toma a palavra: “Sou Peter Fairchild. Onde posso encontrar Margaux Remington?”
Crane intervém dizendo que ele não pode ir adentrando a revista dessa forma. Howard levanta-se e diz não saber onde está Margaux no momento.
“Não importa a pessoa. Sou o advogado da família Fairchild-Rush, e estou aqui apenas para comunicar que a revista está sendo indiciada pelo desaparecimento de Carrie Fairchild”. Ele coloca o documento com o aviso oficial em cima da mesa “Ou vocês levantem esses traseiros das cadeiras e comecem a se mexer para encontrar minha irmã, ou, então, essa revista virará história. Não tomem isso como uma ameaça, e sim como uma sentença de morte. Obrigado senhores, Rachel Dennis, passem bem”. E sai da sala. Charlie sai apressada atrás dele. Howard, Rachel e Crane ficam surpresos. Howard pega o papel e passa o olho: “Mais essa agora!”
“Eu dirigi uma das publicações do padrasto de Peter, em Nova Iorque, por uns anos. Com todo o poder que Allen Rush possui no mundo editorial, se ele quiser, é só estalar os dedos, que estaremos esmagados. Rush está entre os três nomes mais poderosos do país no cenário editorial e em outros ramos”.
“O Sr. Howard está ciente disso tudo. Você pensa que ele não saberia dizer quem é Allen Rush?” Interfere Crane na conversa. Howard olha de cara feia para ele, que se encolhe na pequena poltrona e solta um “desculpe” seco.
Rachel completa: “Além de Peter Fairchild ser um dos melhores e mais conceituados advogados da costa leste. Mesmo após ter sido acusado, julgado e inocentado pelo assassinato de uma antiga namorada, sua carreira não foi abalada”.
“Assassinato? Quero que me conte melhor essa história”. Howard faz sinal para Crane deixar ele e Rachel a sós.


Corredores da redação.
Charlie corre e alcança Peter no hall, já saindo da revista: “Fairchild! Espere, por favor”.
Ele pára e vira-se.
“Sou Charlie Townson, redatora aqui da revista. Dias atrás eu fui atrás de Carrie em Cleveland, último lugar onde foi vista, mas não conseguimos encontrá-la”.
“Temos muito que conversar então”.
Ela o convida para tomar um café, e os dois pegam o elevador juntos.


Mulholland Drive. Mansão de Jonathan.


Angela chega de carro, percebendo uma movimentação na entrada da casa. Marcus Wess e Romeo estão de saída, e Jonathan está na porta. Angela cumprimenta friamente Romeo, que já havia conhecido anteriormente, e nem olha para Marcus, ficando intrigada com suas presenças ali.
“Papai, finalmente alguém consegue te encontrar! Todos estão atrás de explicações e você aqui, calmo em casa?!”
Jonathan a convida para entrar. Os dois chegam à sala, ele pede para que se sente, mas ela recusa. “Não tenho muito que explicar, minha filha. Fui vítima de um golpe muito bem aplicado. Perdi muitas de minhas empresas, dos meus bens”.
Angela pede mais explicações.
“Envolvi-me com pessoas erradas” ele vai até o bar e enche um copo com uísque “colocaram as mãos em documentos valiosos, e com a posse deles, oficialmente passaram tudo para o nome de um filho da puta”.
“Howard Stern”. Conclui ela. Ele dá uns goles: “O próprio”.
“Mas quem é esse cara? Qual a ligação dele com você ou nossa família?”
“A única coisa que consegui saber é que ele trabalhou em uma de minhas empresas por muito tempo, e foi despedido um ano atrás”.
“Vingança?”
“Minha mais forte e única conclusão!” Concorda ele.
“Que loucura! E o que nossos advogados falaram disso tudo? Não podem fazer nada? Não existem leis contra esse tipo de golpe?”
“Howard Stern está completamente dentro das leis. Eu fui o idiota”.
“E como ele colocou as mãos nesses seus tais documentos tão valiosos?”
“Não tenho a menor idéia” mente ele, tendo quase a certeza de que foi Charlie a culpada.
Angela muda de fisionomia, vai até o pai, o pega pela mão e o puxa para os dois sentarem-se.
“Papai, tenho um convite para você. Por favor, não marque nenhum compromisso para sexta-feira à noite. Quero você, lá em casa, no meu jantar de noivado. Sua filhinha foi pedida em casamento!”
Enquanto ela fica sorrindo, esperando uma reação do pai, ele fica por uns instantes, calado. A imagem de Griffin vem a sua cabeça e ele finaliza: “Não sou eu o único idiota da família!”


Beverly Hills. Takes da Rodeo Drive Avenue ao som de “New York Avec Toi - Téléphone”


Dawnie está olhando vitrines e passeando pelas calçadas, com algumas sacolas nas mãos. Seu vestido preto e decotado chama a atenção de quem passa por ela; até ser abordada por um homem, em seus quase quarenta anos. Ele tira seus óculos escuros: “Dawnie Bunny!” afirma apontando para ela, que fica envergonhada e começa a andar mais rápido, dizendo estar enganado.
Ele insiste, seguindo-a: “Impossível! Eu simplesmente adoro seus filmes! Sempre tentei um contato com seus estúdios, mas nunca conseguia chegar até você. Desculpe-me, mas você deve ter o pior empresário do mundo”.
Dawnie pára e sorri, gostando muito de ouvir um adjetivo ruim sobre seu ex-empresário Jones Krueger.
Ela tira seus óculos e pergunta: “Tem uma caneta?”
“Não! Não estou atrás de um autógrafo” diz ele com a mão na testa “desculpe-me mais uma vez, não me apresentei: Sou Kristen Beacon, dono dos estúdios FuckBeacon”.
Dawnie logo percebe estar conversando com um dos reis da indústria pornô da costa oeste, e sente-se lisonjeada por ele tê-la reconhecido.
“Fique com meu cartão. Procure-me lá nos estúdios. Será um prazer trabalhar com você. Ter Dawnie Bunny em nosso cast”.
Ela pega o cartão, tentando não demonstrar muito seu entusiasmo.


Revista Today.
Griffin entra cabisbaixo, cumprimenta Natasha na recepção e pergunta se Nicholas já chegou, jogando verde para ver se consegue alguma informação sobre ele.
“Não apareceu por aqui ainda”. Diz ela não dando muita atenção a ele por estar atendendo ligações.
Ele agradece e segue para a sala de Angela, muito preocupado, e ao mesmo tempo curioso sobre o estado de Nick; e se alguém já teria sido alertado sobre o tiro ocorrido na noite passada. Ele entra na sala, onde Angela está colocando seus pertences em uma caixa de plástico.
“O que está acontecendo? Demitiu-se?” Diz ele, em tom de brincadeira, abraçando-a por trás.
“Não, apenas fui rebaixada de cargo”.
“Não pode estar falando sério.” Ele senta-se na cadeira.
“O ditador Howard Stern já está colocando as manguinhas de fora. Você acredita que ele colocou a Margaux no meu lugar, e me jogaram para escrever a coluninha pífia que era da piranha da Carrie”.
“E como sua mãe reagiu a isso?”
Antes de Angela conseguir responder, Margaux adentra a sala.
“O que Natasha acabou de me contar é verdade?”
“A mais plena, pura e límpida!” Responde Angela, sem olhar na cara da mãe, continuando a esvaziar suas gavetas.
“Isso é o que vamos ver!” Ela sai cuspindo fogo, soltando palavrões, à procura de Howard.
Griffin e Angela entreolham-se e saem correndo atrás dela, curiosos com o que irá se passar.


Sala de Howard.
Ele está ao telefone quando Margaux entra furiosa, esmurrando a porta de vidro.
“Olha aqui seu escroquezinho patético, como ousa meter essas suas patas imundas por cima de décadas de trabalho árduo, da história dessa revista?!” pára em frente a sua mesa. Ele coloca o telefone no gancho, desligando na cara de quem estava do outro lado da linha. Margaux continua:
“Não é porque de alguma forma, com alguma falcatrua baixa, você conseguiu roubar o lugar de Jonathan, que teremos que modificar e seguir ordens de alguém que mal sabe o que significa uma reunião de pauta!”
Ele respira fundo: “Terminou Sra. Remington?”
Do lado de fora da porta de vidro, estão Angela, Griffin e Natasha. Rachel percebe o alvoroço e se junta a eles. Margaux aproxima-se de Howard, aponta o dedo para sua cara: “Não se esqueça nunca que eu também sou acionista dessa empresa. Também mando, e não recebo ordens”.
“Como acionista majoritário, tenho, sim, o direito de mandar e desmandar aqui dentro. Ou você prefere tirar dúvidas com meus advogados sobre esse assunto?” Ele oferecendo o telefone para ela.
“Agora se retire, que tenho afazeres importantes. Mas antes, tire-me uma dúvida: Não está na hora de você se aposentar, Margaux?” Pergunta colocando a mão no próprio rosto, indicando rugas.
Margaux não se contém com o insulto, vira-se e lasca uma bofetada em seu rosto.
“Isso não termina por aqui” e ela sai, empurrando todos que se encontravam no corredor e indo em direção a saída da revista.
Crane aparece e manda todos voltarem ao trabalho. “Isso aqui não é um circo! Mexam-se, mexam-se”. E ele entra na sala, fechando a porta na cara de quem está no corredor.

Sala de revelação da revista.
Jo está admirando fotos tiradas na época em que teve seu filho, anos atrás, que terminara de retocar.
Griffin entra na sala, a cumprimenta. E fica curioso com as fotos na mão dela.
“Posso ver as fotos?”
“Claro. É só o que me restou dele. Somente fotos e lembranças”.
Ele observa bem as fotografias e chega à conclusão de que pode estar certo com suas suspeitas.
Jo interrompe seus pensamentos: “Griffin, e essas outras fotos aqui, o que acha delas?”
Jo mostra as fotos tiradas no leilão de crianças, onde aparecem ele, George e Marcus. Após um susto ele tenta tirá-las da mão dela: “Você está doida? Posso ser preso por causa dessas fotos!”
“E não seria justo?”
Ele fica atônito.
“Entregar essas fotos para polícia, fazer uma denúncia, e acabar de vez com essa insanidade?”
“Jo, você não está pensando direito...”
“Já está decidido. Hoje mesmo falarei com Margaux que resolvi encurtar minhas férias, e entregarei meu trabalho aqui na Today. Depois vou à polícia e estará tudo terminando”.
Griffin entra em desespero, e mesmo sem ter muita certeza em suas idéias, ele solta:
“Eu sei onde está seu filho, Jo!”
A expressão no rosto dela muda completamente. Assusta-se. Deixa cair as fotos.


Inicia off de narração.
Enquanto ouvimos a narração, vemos as imagens descritas abaixo, ao som da música “New York, New York - Moby feat. Debbie Harry”:

“Los Angeles incentiva importantes mudanças na vida das pessoas. Nunca havia estado antes nessa cidade, e só de pensar na possibilidade de poder estar, buscam-se desejos antigos de referências instigantes e provocantes...”

Noite. Ruas de Beverly Hills.
Margaux está dirigindo para casa. Toca seu celular. Vendo ser ligação de Hillary, logo atende.Fica sabendo que Trevor já está fora de perigo, mas ainda inconsciente. Demonstra euforia e diz que pela manhã estará no hospital. Desliga o celular, e chega ao portão de sua mansão. Pára o carro esperando o portão abrir-se. Segundos depois ela entra, enquanto Joe sai das sombras das árvores, perto do portão, observando tudo com um olhar punitivo e alterado


Narração:
“... Aprendi a compreender estilos de vida e classes sociais diferentes do que já havia tido contato anteriormente; cidade de misturas culturais, raciais, sociais... Cenário que assusta de início, mostrando-se até mesmo perigoso. Convívio é uma escola.”

Mansão de Jonathan.
Ele está em seu escritório olhando e remexendo gavetas. Ele pára por um instante e pensa um pouco. Toma o resto do seu uísque que estava em cima da mesa. Pega o telefone.
“Mimi, boa noite! Desculpe-me ligar assim tão tarde, mas já tenho o nome perfeito para a primeira “doação” de órgãos, no meu comando”. Ela fica curiosa, mas John diz que só vai revelá-lo na hora certa.


Narração:
“Passei por muitos momentos de fraqueza; tendo que escondê-los para parecer forte e dar exemplos a filhos, marido... Não pense ser fácil compreender tudo o que todos aqueles óculos de sol, biquínis e protetores solares querem dizer... Objetos maquiavélicos! Cidade sitiada...”

Flat de Rachel.
Ela está na cama, sentada em frente ao seu laptop, pesquisando sobre o caso Alex Bartolli, a antiga namorada, supostamente assassinada por Peter Fairchild. Faz anotações, pega sua agenda onde procura por seus contatos em Nova Iorque. Escreve e-mails e os envia, certa de que logo receberá todas as informações que procura.


Narração:
“... Lugar viciante. Carrões e roupas da última moda. Filho querendo matar pai. Pai sendo morto na frente de filho. Flores nos jardins verdes, gramados. Amigos verdadeiros. Amargos amigos viciantes.”

Sala escura para revelação de fotos na revista Today.
O lugar está vazio. Várias fotos, preto e brancas, do bebê de Jo estão penduradas no arame.
A câmera vai passando lentamente por elas.
Algumas do menino sorrindo, outras no colo, e uma dele dormindo no berço.
Corta a cena para a cobertura de Ron Maxwell.
Quarto onde está Austin, o garoto comprado no leilão, deitado na cama, dormindo, na mesma posição do bebê da foto.

Narração:
“Pague o preço de ter o sol batendo no rosto o ano inteiro, ter contato direto com o mundo, cruzar com celebridades nas ruas. Paguei, e pagaria novamente sem pestanejar”.

Escrito na primeira tela de créditos está:
Cindy Walsh, personagem do seriado Beverly Hills 90210, mudou-se da cidade de Minneapolis para Los Angeles com a família, onde ficou por seis anos.”